terça-feira, 27 de novembro de 2012

A VIDA é um processo: de oxidação e combustão; de transformação; de aprendizado constante; que existe entre dois eventos naturais, como nascimento e morte....independente da explicação que podemos dar, segundo considerações influenciadas pelo momento e circunstâncias de cada pessoa, ela sempre será um processo de “comunicação e interpretações” infinitas. Nos comunicamos de várias maneiras e o tempo todo, a linguagem humana, é uma convenção, importante, de difícil entendimento, nem sempre bem realizada ou entendida, por isso devemos obserevar outras formas de comunicação, como a gestual, a facial, a corporal, o universo de intenções; a somatória delas permite uma comunicação mais ampla e menos reducionista do que as simples palavras. A vida tem que ser entendida como uma complexidade de acontecimentos, alguns independentes da nossa vontade e outros por nós provocados. Sensações e fatos compõem o currículo das nossas vidas, que se superpõem, que se significam, que se interpretam conforme nossas convicções (ideológicas e religiosas), em uma retroalimentação constante, em um jogo que podemos afirmar: FASCINANTE. Viver bem não é um direito da pessoa, é uma obrigação. Compete a cada um construir um conjunto de meios, materiais e mentais, para obter o bem estar como conseqüência das próprias ações. IMPORTANTE: como na letra desta música, as palavras não se relacionam com as "coisas", mas com o universo simbólico da nossa interpretação. Nada é mais significativo do que os diferentes entendimentos que podemos obter com as palavras, com a vida, com os gestos das pessoas, conforme a nossa vontade e necessidade.

MOACYR FRANCO - SOLEADO, A MÚSICA DO CÉU

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Por Mirian Goldenberg* No livro "A Velhice", Simone de Beauvoir, após descrever o dramático quadro do processo de envelhecimento, aponta um possível caminho para a construção de uma "bela velhice": ter um projeto de vida. No Brasil, temos vários exemplos de "belos velhos": Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Marieta Severo, Rita Lee, entre outros. Duvido que alguém consiga enxergar neles, que já chegaram ou estão chegando aos 70 anos, um retrato negativo do envelhecimento. São típicos exemplos de pessoas chamadas "ageless" ou sem idade. Fazem parte de uma geração que não aceitará o imperativo: "Seja um velho!" ou qualquer outro rótulo que sempre contestaram. São de uma geração que transformou comportamentos e valores de homens e mulheres, que tornou a sexualidade mais livre e prazerosa, que inventou diferentes arranjos amorosos e conjugais, que legitimou novas formas de família e que ampliou as possibilidades de ser mãe, pai, avô e avó. Esses "belos velhos" inventaram um lugar especial no mundo e se reinventam permanentemente. Continuam cantando, dançando, criando, amando, brincando, trabalhando, transgredindo tabus etc. Não se aposentaram de si mesmos, recusaram as regras que os obrigariam a se comportarem como velhos. Não se tornaram invisíveis, apagados, infelizes, doentes, deprimidos. Eles, como tantos outros "belos velhos" que tenho pesquisado, estão rejeitando os estereótipos e criando novas possibilidades e novas possibilidades e significados para o envelhecimento. Em 2011, após assistir quatro vezes ao mesmo show de Paul McCartney, perguntei a um amigo de 72 anos: "Por que ele, aos 69 anos, faz um show de quase três horas, cantando, tocando e dançando sem parar, se o público ficaria satisfeito se ele fizesse um show de uma hora?". Ele respondeu sorrindo: "Porque ele tem tesão no que faz". O título do meu livro "Coroas" é uma forma de militância lúdica na luta contra os preconceitos que cercam o envelhecimento. Tenho investido em revelar aspectos positivos e belos da velhice, sem deixar de discutir os aspectos negativos. Como diz a música de Arnaldo Antunes, "Que preto, que branco, que índio o quê?/Somos o que somos: inclassificáveis". Acredito que podemos ousar um pouco mais e cantar: "Que jovem, que adulto, que velho o quê?/ Somos o que somos: inclassificáveis". Mirian Goldenberg é antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autora de "Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade" (Ed. Record).

PLACIDO DOMINGO (lista de reprodução)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O mais comum entre os humanos é a propensão à preguiça e o medo de errar, de não realizar a escolha certa ou não ter capacidade para se TORNAR quem gostaria de ser. A pessoa que não deseja pertencer à “massa”, que despreza a informação e odeia o conhecimento, acreditando que o “achar” é mais importante do que o “saber”, só precisa deixar de ser indulgente consigo mesmo; seguindo a sua consciência que grita, que clama ansiosamente: Sê Tu Mesmo!!!! Você é apenas isto, que agora fazes, pensas e desejas? O homem não é imutável...ele se torna. Toda vez que não estamos gostando de quem nos tornamos, a vida que deve sempre fluir de maneira livre, nos possibilita a transformação, nos tornando uma nova pessoa, disposta a lutar e conquistar o bem estar. Quem eu quero ser? De que maneira quero existir? Quem posso e quero me tornar? Como?

VOA LIBERDADE - JESSÉ

sábado, 3 de novembro de 2012

Assim é a vida: os que se foram... ainda existem Somos mais do que pessoas... representamos sentimentos Vivemos o presente...com saudades dos ausentes “Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagar o homem: um vapor, uma gota de água, são suficientes para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que o que o mata, por que ele sabe que morre, conhece a vantagem que o universo tem sobre ele; e disso o universo nada sabe. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento”. Blaise Pascal. No processo de evolução, a primeira consciência que o homo sapiens (o homem que sabe) teve como manifestação humana, foi a consciência da morte, iniciando o processo do pensamento organizado, o diferenciando dos outros animais. É apenas o conhecimento de que somos seres finitos, temporais e, a certeza da morte, mesmo não pensando constantemente nela (o que deve ser a prática natural, mas, o idoso que se nega a morrer, é tão desavisado quanto o jovem que se nega viver), que o homem se deparou e reflete sobre a vida, o impulsionando a viver da melhor maneira possível o momento, pois, sabe que não tem o luxo da eternidade. Os outros animais, por instinto, sabem que vão morrer, de medo se protegem, terminando ai o processo do pensamento racional (conforme instintos característicos de cada espécie). Quem poderia nos ensinar o essencial, a viver e morrer? Vida é o conjunto das funções que resistem a morte, é TUDO que acontece entre o fenômeno da concepção (processo de organização) até o final do processo (da desorganização), com causa conhecida e determinada ou não. A vida é, portanto, um processo constante de novos nascimentos. Neste processo de renovação, ela traz sempre a exigência da morte. Se renova para logo morrer. Vida é um fenômeno que NUNCA deixa de criar, é uma invenção, mas sempre destrói tudo que gera, nos obrigando escolher novas invenções ou reproduzir com aprimoramento o já realizado. A percepção da morte, a percepção da vida, como um ponto de vista pessoal, visionário e subjetivo, fez nascer o indivíduo no humano, o que o tornou e continua mantendo as características de pessoa, entre as diferentes espécies e na mesma espécie. Somos todos iguais, mas diferentes uns dos outros, em alguns detalhes de comportamento, na forma de pensar e agir, para sentir o mundo. Como indivíduos, nascemos da consciência sobre nós mesmos. E a partir desta percepção, avaliamos as relações com as pessoas e as coisas. É este tipo de inteligência, consciente de si e que vai além da simples sobrevivência (diferente dos outros animais, que vem a morte apenas como um perigo, e por isso a evitam), que somos caracterizados como seres, conscientemente, racionais (alguns estudiosos referem que já abandonamos os instintos originários, neste processo de transformações e mutações sucessivas), capazes de criarmos diferentes situações para realizarmos escolhas e, contemplarmos a vida enquanto existir. Considerando: - o conhecimento da brevidade do momento, - que a via é, também, uma medida de tempo, - a consciência que é bom ser livre e desfrutar de “boas” oportunidades, - que temos a capacidade contínua de criar meios que nos possibilitem vivermos momentos de alegria e bem estar... é que construímos mecanismos que buscam vencer a morte, de prolongar a vida com qualidade, de criamos mitos, de exercer convicções religiosas e ideológicas que nos convêm, ou, estimular a vida com a arte do encontro e podermos nos revelar com uma nova descoberta. Temos que promover a alegria, com bons momentos, para compor a nossa história, de quem somos eternos reféns, porque: mesmo não vivendo no passado, ele insiste em viver em nós. Alexandre Bósio, Haroldo Pinto da Luz Sobrinho, Mario Gazzola...ainda existem, enquanto existirmos. Abraços Do velho e sempre jovem Mingrão