sábado, 3 de novembro de 2012
Assim é a vida: os que se foram... ainda existem
Somos mais do que pessoas... representamos sentimentos
Vivemos o presente...com saudades dos ausentes
“Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagar o homem: um vapor, uma gota de água, são suficientes para matá-lo.
Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que o que o mata, por que ele sabe que morre, conhece a vantagem que o universo tem sobre ele; e disso o universo nada sabe.
Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento”. Blaise Pascal.
No processo de evolução, a primeira consciência que o homo sapiens (o homem que sabe) teve como manifestação humana, foi a consciência da morte, iniciando o processo do pensamento organizado, o diferenciando dos outros animais.
É apenas o conhecimento de que somos seres finitos, temporais e, a certeza da morte, mesmo não pensando constantemente nela (o que deve ser a prática natural, mas, o idoso que se nega a morrer, é tão desavisado quanto o jovem que se nega viver), que o homem se deparou e reflete sobre a vida, o impulsionando a viver da melhor maneira possível o momento, pois, sabe que não tem o luxo da eternidade.
Os outros animais, por instinto, sabem que vão morrer, de medo se protegem, terminando ai o processo do pensamento racional (conforme instintos característicos de cada espécie).
Quem poderia nos ensinar o essencial, a viver e morrer?
Vida é o conjunto das funções que resistem a morte, é TUDO que acontece entre o fenômeno da concepção (processo de organização) até o final do processo (da desorganização), com causa conhecida e determinada ou não.
A vida é, portanto, um processo constante de novos nascimentos. Neste processo de renovação, ela traz sempre a exigência da morte. Se renova para logo morrer.
Vida é um fenômeno que NUNCA deixa de criar, é uma invenção, mas sempre destrói tudo que gera, nos obrigando escolher novas invenções ou reproduzir com aprimoramento o já realizado.
A percepção da morte, a percepção da vida, como um ponto de vista pessoal, visionário e subjetivo, fez nascer o indivíduo no humano, o que o tornou e continua mantendo as características de pessoa, entre as diferentes espécies e na mesma espécie.
Somos todos iguais, mas diferentes uns dos outros, em alguns detalhes de comportamento, na forma de pensar e agir, para sentir o mundo.
Como indivíduos, nascemos da consciência sobre nós mesmos. E a partir desta percepção, avaliamos as relações com as pessoas e as coisas.
É este tipo de inteligência, consciente de si e que vai além da simples sobrevivência (diferente dos outros animais, que vem a morte apenas como um perigo, e por isso a evitam), que somos caracterizados como seres, conscientemente, racionais (alguns estudiosos referem que já abandonamos os instintos originários, neste processo de transformações e mutações sucessivas), capazes de criarmos diferentes situações para realizarmos escolhas e, contemplarmos a vida enquanto existir.
Considerando:
- o conhecimento da brevidade do momento,
- que a via é, também, uma medida de tempo,
- a consciência que é bom ser livre e desfrutar de “boas” oportunidades,
- que temos a capacidade contínua de criar meios que nos possibilitem vivermos momentos de alegria e bem estar...
é que construímos mecanismos que buscam vencer a morte, de prolongar a vida com qualidade, de criamos mitos, de exercer convicções religiosas e ideológicas que nos convêm, ou, estimular a vida com a arte do encontro e podermos nos revelar com uma nova descoberta.
Temos que promover a alegria, com bons momentos, para compor a nossa história, de quem somos eternos reféns, porque: mesmo não vivendo no passado, ele insiste em viver em nós.
Alexandre Bósio, Haroldo Pinto da Luz Sobrinho, Mario Gazzola...ainda existem, enquanto existirmos.
Abraços
Do velho e sempre jovem Mingrão
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