quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Refletindo com Nietzsche (1878) “ Uma era de felicidade simplesmente não é possível porque as pessoas querem apenas desejá-la, mas não possuí-la, e cada indivíduo aprende durante os seus bons tempos a de fato rezar por suas inquietações e desconforto. O destino do homem está projetado para momentos felizes – toda vida os têm -, mas não para eras felizes. Estas, porém, permanecerão fixadas na imaginação humana como o que está além das montanhas, como um legado de nossos ancestrais: pois o conceito de uma era de felicidade foi sem dúvida adquirido nos tempos primordiais, a partir da condição em que, depois de um esforço violento na caça e na guerra, o homem se entrega ao repouso, estica os membros e sente as asas do sono roçando a sua pele. Será uma falsa conclusão se, na trilha dessa remota e familiar experiência, o homem imaginar que, após eras inteiras de labor e inquietação, ele poderá usufruir, de modo correspondente, daquela condição de felicidade intensa e prolongada”. Como disse Hengel em 1830, “a história (de cada pessoa...acrescento eu) não é o palco da felicidade; nela, os períodos de felicidade são páginas em branco”( ...para serem escritas conforme possibilidades e desejos). Como para ser feliz é preciso não sabê-lo, condição que tanto inquietou Fernando Pessoa, é preciso criar ou beneficiar-se de alguns momentos de celebração na vida, pelo encontro com pessoas e coisas e, a realização de algumas conquistas para atender as próprias necessidades. A existência humana se processa com significativas transformações, orgânicas e emocionais, para caracterizar o tipo e a qualidade de vida. A vida nos ensina que o melhor para o ser humano é festejar os eventos, sendo cada pessoa uma possível promotora no bem estar do outro, pois todas as nossas decisões, por mais particular que sejam, influenciam na satisfação de outras pessoas, principalmente as mais próximas, formando uma corrente que se renova sistematicamente e não temos mais controle do que dizemos ou fazemos. Essas coisas todos nós sabemos...felizes os que aplicam, não acrescentando mais conflitos ás suas vidas, bastando os naturais e implícitos pela própria condição de viver e superar-se. Shakespeare (1600) através do personagem Graziano, em uma de suas peças, diz: “Algo sempre se mantém. Quem se despede no final de um banquete com o mesmo apetite aceso com que sentou à mesa? [...] Todas as coisas que são, são com mais ímpeto perseguidas do que desfrutada”. A sabedoria popular diz que viver é simples, mas é a gente que complica. Considero que viver não é nada simples, devido as nossas necessidades básicas como ser vivo e, complementares como humano, e, devido á relação dos nossos desejos com as suas realizações, de quem somos eternos aprendizes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário