sexta-feira, 13 de junho de 2014
“Os Três Mosqueteiros” (Alexandre Dumas). “Um por todos e todos por um”. Isoladamente somos frágeis e, estamos impossibilitados de significativas conquistas, podendo ter apenas alguns episódios de sucesso. Um graveto é fácil de ser quebrado, mas, quando estão juntos tornam-se inquebráveis. Nenhuma organização torna-se eficaz, eficiente, com vida longa e produtiva, se as pessoas não souberem trabalhar em equipe. Todo líder, que planeja ou executa, que fiscaliza ou financia, que avalia a realidade para transformá-la conforme as necessidades do momento, tem a função fundamental de observar, muito além da superfície, o universo de possibilidades e dificuldades que existem aonde os olhos de todos podem alcançar – é preciso “enxergar” além do próprio campo visual. O sucesso não é um fim a ser conquistado, depende de um conjunto de meios que devem ser estabelecidos e cumpridos, para obter-se como consequência “o bom resultado”. Diante dos conflitos destaca-se apenas os que menos produzem; quem não tem uma atitude positiva para colaborar, em benefício do grupo, não pode fazer parte do grupo (o briguento gosta de brigar e procura briga o tempo todo, o ato de colaborar não faz parte da sua vocação e jamais conseguirá entender de fato a importância da colaboração do um por todos e todos por um). Um deve apoiar e favorecer a ação dos outros e, estes, devem apoiar e favorecer as ações de quem tem a maior necessidade no momento. O ambiente de colaboração é para estabelecer e favorecer prioridades, o que não significa exclusão ou isolamento, nem antipatias ou preferências. É comum encontrarmos nos ambientes sociais, de trabalho e até nos familiares – de forma revelada ou dissimulada – a falta de amizade, de parceria e de lealdade. Não possibilitando a condição principal para desenvolver a colaboração espontânea, condição que sempre dependente da confiança (elemento essencial em todo tipo de relação produtiva). Esses ambientes são improdutivos e devem ser “concertados”, para promover alegria, bem estar e conquistas. O homem é um ser histórico e a história serve ao homem, lembro, portanto, os personagens e a composição do grupo: d’Atagnan, apesar de todas as dificuldades iniciais (sempre naturais) é bem acolhido pelo lendário Athos, o devotado Porthos e o esperto Aramis, e, o recém chegado ao grupo, mesmo com intricadas reviravoltas, é aplicado e com sua habilidades torna-se o Quarto Mosqueteiro, deixando de ser o novato hostil, formando um “time”, um conjunto de sucesso que até hoje serve de referência. Como d’Artagnan que conseguiu a sua realização do seu maior desejo, tornar-se um Mosqueteiro, todas as pessoas tem desejos naturais de realizações, e, eles só serão possíveis de serem conquistados através dos benefícios do trabalho, seja pelo exercício de uma vocação (a de ser útil), de aprender com os relacionamentos (possibilidade de transformação) e fazer dinheiro para financiar a vida (a própria e a da família). O que justifica cada um realizar a sua função com dignidade e favorecer a realização, também com dignidade, do outro. É conhecida a frase: “Ninguém entre nós é “tão esperto” quanto todos nós juntos”. Aplica-se esta frase: “tão forte” ou “tão realizador”. Nesta obra literária, Alexandre Dumas, nos mostra a importância em sermos leias uns com os outros quando formamos um grupo. Os Três Mosqueteiros, que se tornaram Quatro e poderia ser Cinco, iludiam os seus inimigos, mas, eram fiéis uns com os outros. Revelam uma força capaz de superar todas as dificuldades e, suas forças eram multiplicadas e insuperáveis quando trabalhavam juntos, buscando com devoção a excelência na aplicação de cada um em benefício do grupo, e, o grupo sempre socorria quem no momento merecia melhores cuidados. Que bom viver assim: um por todos e todos por um. Somos cuidados e cuidadores, doadores e receptadores de atenção, alunos e professores, frágeis e vencedores, sempre em dificuldades e conflitos e capazes de constantes superações. No dia a dia, de toda pessoa ou organização, sempre haverá problemas, dificuldades e conflitos, que não devem ser considerados, apenas, como motivo de insatisfação e perda de entusiasmo. São desafios que devem ser encarados como metas para serem superadas e, cada um, deve aceitar o fato como uma oportunidade, que exige transformação, sacrifícios pessoais e coletivos, para nos tornarmos generosos com a causa e nos colocarmos à disposição para o enfrentamento da batalha toda nossa capacidade, habilidade e virtude (dedicação a uma causa). Não existe nada melhor de procurarmos a excelência das nossas ações, pois, fazer o certo, além de ser bom para os outros, é excelente para nós mesmos. Por isso que em toda relação, bastam os problemas que ocorrem naturalmente. Não é preciso acrescentar maior dificuldade às nossas necessidades, basta a preocupação com o cotidiano. O mundo necessita de pessoas decidias a colaborar em resolver os problemas e não das causadoras de mais problemas. A história em questão é atemporal e universal, nos possibilita a reflexão e o aprendizado sobre a importância da cooperação, da unidade e da perseverança. A natureza humana nos impõe a necessidade do “pertencialismo”. Ninguém quer se sentir isolado no mundo infinito e misterioso. Temos a necessidade natural de fazermos parte de “alguma coisa”, por exemplo: de pertencer a uma família, a um grupo social ou religioso, a um time de futebol ou outro esporte, a uma agremiação cultural ou política partidária, etc. De preferência a um grupo de pessoas afins, para nos sentirmos compreendidos, respeitado e valorizados, porque o grupo nos aceita como somos. Por que temos dificuldade em nos sentirmos pertencente a um grupo de trabalho? Por que não formar uma equipe, em condições satisfatórias, para que esse time possa competir com dignidade e ganhar o campeonato? Os Mosqueteiros nos mostram que um grupo para ser vencedor tem que ser voluntarioso, portanto, é preciso que seus membros saibam o que poderá acontecer, o que depende de cada um e que se manifestem dispostos: 1) Correr riscos pessoais. A vida sempre nos imporá a condição e a necessidade de correr riscos, pois, ela é criação do inédito. 2) Estar realmente interessados em aprender a lidar com os conflitos e desfazer as batalhas de egos, aceitando cada um como consegue ser. Em toda relação que tem mais para oferecer é que deve doar-se mais (cada um dá o que tem e consegue dar). 3) Desenvolver diálogos críticos, corajosos e de justa avaliação. Procurando superar constrangimentos, mágoas, dolos ou sentimento de vingança futura, e, sem provocar maldosamente os colegas. A natureza humana pode ser boa ou cruel, depende apenas que sentimentos que alimentamos. 4) Manter a cultura de confiança e de reciprocidade (um por todos e todos por um). As informações, pessoais ou profissionais, devem favorecer os diálogos e as relações - intra e interpessoais -, favorecendo resoluções construtivas e o aprimoramento na prevenção e superação de conflitos. 5) Entender que o homem é um ser singular, que as pessoas são diferentes e, a mesma pessoa pode revelar-se diferente em outras ocasiões, pois, ninguém consegue ser a mesma pessoa o tempo todo. Como todo grupo é formado por pessoas, com humores e temperamentos diferentes, com emoções e frustrações ocasionais, cada grupo tem suas próprias características. Que varia de tempo e lugar, podendo levar para outras ocasiões apenas as experiências vividas, sem insistir em viver o mesmo modelo. Cada grupo e o mesmo grupo, toda vez que necessário, deve construir um novo modelo de relacionamento no trabalho, na convivência familiar, grupo social ou religioso, com os mesmos princípios (um por todos e todos por um), mas, com uma nova roupagem e estratégias, de acordo com as necessidades circunstanciais, e, com o paradigma que aprimore o diálogo entre as pessoas, influenciando positivamente, a coesão, o entusiasmo, a satisfação e o desempenho das pessoas e as características peculiares do próprio grupo, Buscar o novo, a partir do já existente, sem perder a principal identidade e o grito de guerra: “Um por todos e todos por um”. Os Quatro Mosquiteiros nos mostram as características que fundamentam e justificam a denominação de um “time” e sua função, sendo diferente da configuração e disposição voluntária na formação de um “grupo de pessoas”. Pois, acreditavam que quando um dos componentes estivesse em situação de risco, todos também estariam em perigo (diferente de um grupo que pensa, na maioria das vezes, cada um por si e Deus por todos). No exercício da função de cada um, quando dispostos a formar um time e não apenas um grupo de pessoas, prevalece a disposição de todos ajudarem quem mais necessita, pois, este, estando bem, o conjunto funciona melhor, com mais entusiasmo e maior motivação, para conquistar os seus objetivos. As pessoas que formam um grupo podem ter diferentes interesses e objetivos. Diferente de um time, que com reciprocidade e confiança, as pessoas que “jogam” e outros colaboradores estão comprometidos com o mesmo ideal: o “sucesso”. Pessoa importante, em qualquer tipo de organização, é aquela disposta e capaz de mobilizar outras pessoas à formar um time e não ser, simplesmente, um grupo de pessoas que trabalham e vivem no mesmo local. Esta é a tarefa de quem tem características de liderança.
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