sábado, 9 de fevereiro de 2013

O escasso exercício da faculdade de pensar faz com que o ser, por gravitação de sua própria inexperiência mental, se incline para o fácil. Exemplo disso temos no indivíduo que, acossado por algum problema, assunto ou situação que o preocupa, corre habitualmente em busca de alguém que o resolva, livrando-se assim do esforço que a circunstância lhe exige; isso quer dizer que se vale da mente alheia, não da própria, para sair da situação. Esta propensão debilita a vontade, pois inibe o ânimo e detém o pronunciamento de qualquer determinação que implique incorporar uma atividade maior ou mais importante do que aquela que se cumpre ordinariamente. Sinal evidente de mediocridade – já que sob sua influência o indivíduo espanta ou rechaça tudo o que lhe demanda um maior uso de suas energias volitivas –, ela impede que se exercite a própria aptidão no prosseguimento de novos objetivos. A pessoa busca conduzir sua vida sem obrigá-la a maiores esforços, opondo-se por esse motivo até ao medianamente difícil e limitando ao mínimo o esforço pessoal. Os seres propensos ao fácil estão ameaçados por uma vida de rotina Seja por não se obrigarem a um maior rendimento de sua capacidade, seja por acovardamento ou indeterminação diante do fantasma dos inconvenientes, sempre estão prontos para rechaçar toda oportunidade de introduzir melhoras em sua vida. São seres que carecem de aspirações e que, no caso de tê-las, as nutrem com ilusões, confiando ao acaso suas conquistas. Nunca é conveniente facilitar em demasia pequenos problemas dos filhos, se se quer impedir que a propensão ao fácil apareça mais tarde neles, inabilitando-os para resolverem por si mesmos suas dificuldades e para procurarem maiores possibilidades de desenvolvimento na vida. As energias que movem a vontade são geradas por meio do esforço e mínguam quando são tidas como desnecessárias. A propensão ao fácil tira força da vontade, porque a mantém pouco menos que imóvel, impedindo que o homem, em consequência disso, forje determinações que o conduzam a posições futuras mais vantajosas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Na história da humanidade não faltam mestres...os escolheremos conforme afinidades e compreensão na forma de pensar, dizer e sentir o mundo Inegavelmente alguns se destacam: - na cultura ocidental Jesus Cristo.....Há mais alegria em dar do que em receber - na cultura oriental Buda.................. Que todos os seres sejam felizes. Nascidos ou ainda por nascer, que sejam todos perfeitamente felizes - na cultura universal Sócrates...........O importante não é viver, mas viver segundo o bem A vida é o teatro prolixo da existência humana (e de todos os seres animados)...para aprendizado (ocasional e temporal),,,realizando escolhas (obtendo consequências)....onde as pessoas são os personagens (cada um o principal protagonista da sua história)...e...as necessidades é o que nos dirige (em busca dos aplausos em forma de realizações).

Platão no Século IV A.C, disse: " Aquele que ama é um ser mais divino do que o amado, pois está possuído por um deus. [...] Concluo, portanto, que Eros é o mais antigo, o mais honorável e o mais capaz entre os deuses de proporcionar a virtude e a felicidade dos homens, seja durante a vida, seja após a morte". Se tivéssemos que definir Deus com uma única palavra, ela seria: AMOR. Leo Buscaglia, o professor do amor, diz que esta virtude é um aprendizado....transformador. Erasmo de Rotterdam em 1511, fazendo referência às palavras e considerações de Platão complementa este mais significativo dos sentimentos:.. Platão escreveu que o furor dos amantes é de todos os mais feliz. De fato, o amante apaixonado já não vive mais em si, mas inteirinho no objeto amado; quanto mais sai de si mesmo para se fundir no objeto amado, mais se sente feliz. Existe dois tipos de vida: à dos que amam (a si mesmo, os outros, a sua profissão como serviço, a sua responsabilidade na transformação da sociedade, sua família....) e a dos outros que não têm um coração de carne e portanto não precisa sangrar todos os dias. Amor é arte...é estética...é ética...é remédio que tresvaria e nos cura do estresse do cotidiano...é a capacidade de transcender para se realizar com o outro...é ser alguém para alguém....é o maior sentido da vida.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

" O homem magnânimo deseja ocupar-se de apenas poucas coisas, e elas têm de ser verdadeiramente grandes a seus próprios olhos, e não porque os outros assim pensem. Para o homem dotado de uma alma grande, a opinião solitária de um único homem bom conta mais que a opinião de uma multidão" Aristóteles (Século IV AC). " A unanimidade é burra " Millor " Para mim um único homem é dez mil, se ele for o melhor" . " Uma coisa preferem os melhores homens em relação a tudo o mais: a glória eterna aos bens mortais; mas a maioria se empanturra como o gado" Heráclito (Século V AC). " O mundo precisa eternamente da verdade, e, assim, precisa eternamente de Heráclito, embora ele não careça do mundo. O que lhe importa a sua glória!!! A glória nos meios dos mortais que passam sem cessar!!! como ele exclama desdenhosamente. Os cantores e poetas podem degustar o bocado mais saboroso do seu amor-próprio (exagerado), para ele tal refeição era vulgar demais" Nietzsche (1872) Shakespeare (1604) disse através do personagem Hamlet (para um dos atores) " Portanto, nada de contenção exagerada. O seu discernimento deve ser seu guia. Ajuste o gesto à palavra, a palavra ao gesto, e cuide de não perder a simples naturalidade. Pois tudo que é forçado foge do propósito da atuação, cuja finalidade, tanto na origem como agora, era erguer um espelho diante da natureza. Mostrar à virtude suas feições; ao orgulho, o desprezo, e a cada época e geração, sua figura e estampa. O exagero e a imperícia podem divertir os incultos, mas causam apenas desconfortos aos judiciosos: àqueles cuja censura, ainda que de um só, deve pesar mais com sua estima que toda platéia de ignorantes".

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

- " Um dos ofícios do homem é fechar e apertar muito os olhos... a ver se continua pela noite velha o sonho truncado da noite moça" Machado de Assis (1900) Pois, - A juventude é uma longa intoxicação: ela é a razão em estado febril" La Rochefoucauld (1665) - "Assim como, na segunda metade do verso, os poetas buscam o pensamento que se ajuste à rima, na segunda metade da vida, tendo se tornado mais receosas, as pessoas buscam as ações, atitudes e situações que combinem com as da sua vida anterior, de modo que exteriormente tudo seja harmonioso: mas sua vida já não é dominada e repetidamente orientada por um pensamento forte; no lugar deste surge a intenção de encontrar uma rima" Nietzsche (1878) Porque: - "Cedo ou tarde, a todo homem chega a grande renúncia. Para o jovem não existe nada inalcançável. Que algo bom e desejado com toda a força de uma vontade apaixonada seja impossível, não lhe parece crível. Mas, ou por meio da morte ou da doença, da pobreza ou da voz do dever, cada um de nós é forçado a aprender que o mundo não foi feito para nós e que, não importa quão belas as coisas que almejamos, o destino pode, não obstante, proibi-las. É parte da coragem, quando a adversidade vem, suportá-la sem lamentar a derrocada de nossas esperanças, afastando nossos pensamentos de vãos arrependimentos. Esse grau de submissão...não é somente o justo e correto: ele é o portal da sabedoria" Bertrand Russel (1903) - "A natureza nos dá a vida, como dinheiro emprestado a juros, sem fixar o dia da restituição" Cícero (Século II AC) - " Ó juvente que eu conheci tão diferente!!! Não há orações que outra vez te tragam, nunca mais! Não há caminhos que me leve atrás?" Hölderlin (1801) Mas, - " O que desejamos na mocidade temos em abundância na velhice" Goethe (1830) - " A velhice é a mais inesperada de todas as coisas que acontecem a um homem" Leon Trotski (1929) Conclusão: Cada fase da vida tem seus encantos e aspectos positivos... considerando que ninguém poderá ter uma vida linear... temos que descobrir para nos beneficiarmos dos principais eventos que ocorrem em cada fase da vida...vivendo e celebrando os bons momentos da vida (que podem ser muitos se soubermos valorizá-los)...sabendo que não temos o luxo da eternidade...que somos seres finitos (temporais e ocasionais)...por isso temos que ser o significativo facilitador das nossas vidas e da vida daqueles com quem convivemos. Aqueles que são pródigos com o seu tempo (que desperdiçam oportunidades)...desprezam a própria alma....a excelência da vida

domingo, 3 de fevereiro de 2013

"Como é por dentro outra pessoa? Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo, com que não há comunicação possível, com que não há verdadeiro entendimento. NADA sabemos da alma senão da nossa; a dos outros são olhares, são gestos, são palavras, com a SUPOSIÇÃO de qualquer semelhança de fundo" Fernando Pessoa (1934) Pois: " A alma humana quando sonha, desligada do corpo, é a um só tempo o teatro, os atores e a platéia" Joseph Addison (1712). O coração as vezes é ingrato...outras companheiro... as vezes desconhecidamente oprimido,,,com sentimentos reais e verdadeiros...mas quase sempre incurável...quem poderá conhecê-lo?

É preciso duvidar da verdade do pensamento: pensar não existe de modo como estabelecem os teóricos do conhecimento; é uma ficção arbitrária e fantasiosa, para facilitar a compreensão. O pensamento vem quando ele quer e não quando nós queremos, provocam as vezes perplexidade, espantos, euforia, medos...podemos contudo resistir o que sugere e transformá-lo conscientemente. O pensamento não é sempre e nem obrigatoriamente uma realidade, Razão e loucura (ausência da razão) nascem de uma cisão no interior da linguagem humana. Desta forma estabelecemos uma luta eterna como homem racional, afastado por transformações do homem primitivo (aquele que acreditava fazer parte de um todo), buscando uma identidade como sujeito; vivemos uma dualidade, uma disparidade entre a imagem que fazemos de nós mesmos e aquilo que conseguimos ser no dia a dia. Tudo o que conhecemos, desde uma percepção, uma sensação, até uma lembrança, um pensamento positivo, é aprendido por nós por meio do nosso intelecto. Então somente conseguimos conhecer aquilo que o nosso intelecto é capaz de captar; o que não pode jamais poderá ser objeto de conhecimento. O infinito é uma dessas coisas; a liberdade, a imortalidade e Deus são outras que não podem ser aprendidas pelo aparelho de pensar. Na verdade, NUNCA poderemos saber o que as coisas são, apenas saberemos o que são para nós...a não ser para o presunçoso que acreditam que tudo sabem e o mundo é como ele acredita. Por isso a humildade é o último degrau da sabedoria...não sabemos tudo...apenas podemos dizer o que nos representa num momento específico...podendo ter outras representações em diferentes circunstâncias. Não podemos ser os mesmos de sempre. Sabedoria é a arte de tornar a vida o mais agradável possível e influenciar positivamente a dos outros. Um pensamento tem que ser obrigatório para todo cidadão na sociedade...colaborar para um mundo melhor.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Esta música é tema do filme Em algum lugar do passado. Aristóteles nos convida para uma reflexão: “Pois as mesmas opiniões recorrem em ciclos entre os homens, e não apenas uma ou duas vezes, ou só ocasionalmente, mas infinitamente reiteradas”. Digo o mesmo sobre a vida, sobre as histórias pessoais que se repetem. Elas são apresentadas em diferentes formas de existir: com tantos arranjos genéticos, com tantas possibilidades conforme as circunstâncias culturais e experiências, com tantas faces e variedades para nos revelarmos pessoal e profissionalmente... mas conhecemos apenas meia dúzia de histórias, que se repetem através dos tempos. Até os sonhos e delírios se repetem. Nada se pode dizer de tão absurdo que já não tenha sido dito antes. A fantasia humana nada mais pode conceber de bom ou de mau que não se possa achar em algum lugar do passado. Isso deveria nos proporcionar maior liberdade para tornar público os nossos devaneios. Mas, nos impomos restrições, com medo da condenação dos outros, sem um justo julgamento e com direito ao contraditório. Os outros nada entendem de suas próprias vidas e nos aconselham como doutos. Somos educados com teorias, em sua maioria, que não combinam com a lógica e a verdade. O homem nasce para ser livre, sem a obrigação de buscar incessantemente a liberdade (inquietando-se para se livrar das angústias sociais e religiosas). A liberdade natural e espontânea implica em responsabilidade, caso contrário, as pessoas necessitam ser adestradas para serem responsáveis. São treinadas na relação entre prêmio e castigo, de acordo com a ética do adestrador ou da sociedade. Interessante! Quem faz as regras quase nunca as cumpre. A liberdade é o mais significativo dos prazeres, segue depois o bem estar; e, a este conjunto podemos chamar de felicidade. A liberdade nos possibilita transcender, para sentir pelo outro e nos realizarmos com o outro. O bem estar é consequência da pratica da verdade, da justiça, da contemplação do belo e a relação com Deus (com entendimento pessoal, nunca inexistente). É atender ao chamado do desejo, sem prejuízos direto ou indireto de pessoas. Estar bem é alegria que irradia, contagia e exemplifica. É bom estar perto da alegria; a pessoa alegre é preferencial. Viver com ética é caminhar em direção ao mais oportuno dos encontros, é dirigir-se voluntariamente ao encontro com o estético, é revelar-se com um forte sentimento de apreciação pela beleza, é beneficiar-se do gozo na existência do belo. Fazer o melhor sempre será o melhor. Em algum lugar do passado, Francis Bacon (1605) escreveu: Todas as coisas admiradas o são ou porque são novas ou porque são grandes. Quanto à novidade, homem algum que tenha se dedicado com afinco ao estudo ou à contemplação deixará de ter inscrito em seu coração: “Nil novi super terram” [Nada de novo sobre a Terra]. Como nem sempre conseguimos mudar o cotidiano, podemos descobrir diferentes sensações na pratica do dia a dia, conferindo um sentido especial para as coisas que antes eram banais. Esta é a aventura para a transformação, onde passado e futuro são apenas referências de tempo. O presente é o único presente, com recordações passadas e projeções futuras, que nunca serão como imaginamos, podendo ser bem melhor. Viver bem é surpreende-se com a realidade.