sábado, 2 de fevereiro de 2013
Esta música é tema do filme Em algum lugar do passado. Aristóteles nos convida para uma reflexão: “Pois as mesmas opiniões recorrem em ciclos entre os homens, e não apenas uma ou duas vezes, ou só ocasionalmente, mas infinitamente reiteradas”. Digo o mesmo sobre a vida, sobre as histórias pessoais que se repetem. Elas são apresentadas em diferentes formas de existir: com tantos arranjos genéticos, com tantas possibilidades conforme as circunstâncias culturais e experiências, com tantas faces e variedades para nos revelarmos pessoal e profissionalmente... mas conhecemos apenas meia dúzia de histórias, que se repetem através dos tempos. Até os sonhos e delírios se repetem. Nada se pode dizer de tão absurdo que já não tenha sido dito antes. A fantasia humana nada mais pode conceber de bom ou de mau que não se possa achar em algum lugar do passado. Isso deveria nos proporcionar maior liberdade para tornar público os nossos devaneios. Mas, nos impomos restrições, com medo da condenação dos outros, sem um justo julgamento e com direito ao contraditório. Os outros nada entendem de suas próprias vidas e nos aconselham como doutos. Somos educados com teorias, em sua maioria, que não combinam com a lógica e a verdade. O homem nasce para ser livre, sem a obrigação de buscar incessantemente a liberdade (inquietando-se para se livrar das angústias sociais e religiosas). A liberdade natural e espontânea implica em responsabilidade, caso contrário, as pessoas necessitam ser adestradas para serem responsáveis. São treinadas na relação entre prêmio e castigo, de acordo com a ética do adestrador ou da sociedade. Interessante! Quem faz as regras quase nunca as cumpre. A liberdade é o mais significativo dos prazeres, segue depois o bem estar; e, a este conjunto podemos chamar de felicidade. A liberdade nos possibilita transcender, para sentir pelo outro e nos realizarmos com o outro. O bem estar é consequência da pratica da verdade, da justiça, da contemplação do belo e a relação com Deus (com entendimento pessoal, nunca inexistente). É atender ao chamado do desejo, sem prejuízos direto ou indireto de pessoas. Estar bem é alegria que irradia, contagia e exemplifica. É bom estar perto da alegria; a pessoa alegre é preferencial. Viver com ética é caminhar em direção ao mais oportuno dos encontros, é dirigir-se voluntariamente ao encontro com o estético, é revelar-se com um forte sentimento de apreciação pela beleza, é beneficiar-se do gozo na existência do belo. Fazer o melhor sempre será o melhor. Em algum lugar do passado, Francis Bacon (1605) escreveu: Todas as coisas admiradas o são ou porque são novas ou porque são grandes. Quanto à novidade, homem algum que tenha se dedicado com afinco ao estudo ou à contemplação deixará de ter inscrito em seu coração: “Nil novi super terram” [Nada de novo sobre a Terra]. Como nem sempre conseguimos mudar o cotidiano, podemos descobrir diferentes sensações na pratica do dia a dia, conferindo um sentido especial para as coisas que antes eram banais. Esta é a aventura para a transformação, onde passado e futuro são apenas referências de tempo. O presente é o único presente, com recordações passadas e projeções futuras, que nunca serão como imaginamos, podendo ser bem melhor. Viver bem é surpreende-se com a realidade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário