segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Assim é a vida de quem se aventura

Vivi um tempo lembrando um sonho, daqueles que a gente sonha acordado; um tempo de dias em que se podia esperar a esperança, eram significativas, pareciam confiáveis e a vida valia ser vivida. Lembro agora deste tempo, que se foi e não mais voltou; hoje sei o que em mim ficou, eram apenas sonhos, invenções e ilusões. Tinha a sensação que o amor e a amada jamais morreriam, coisas de jovem para revelar-se destemido; para que soubesse que viver “paga” a pena, todo sonho sonhado e desejado, era realizado. Neste tempo o sonhador jamais desperdiça suas ações, o único preço para ser pago é o desejo e a celebração; a forma da manifestação pouco importa, se poesia ou canção, mas, dançando a melhor dança, consumindo-se com paixão. Os fantasmas vivem de noite, andando na minha cabeça, expressando-se em pensamentos, mas não os alimento; aonde estão de dia não sei, eu os exorcizo, não possibilito que façam morada no meu coração. Os fantasmas quando habitam o meu interior, distorcem as imagens que crio na lembrança; para melhor viver eu as recrio, sem transformar o sonhador com quem convivo. Assim eu sonho outros sonhos, agora reais e possíveis de serem conquistados; neles sempre estão você e meu beijo demorado, para me revelar numa esperança renovada e melhor me reconhecer. Esta criação do meu “eu” se revelando em “você“, independe da estação do ano ou a lua do dia; não é infinita, mas será sempre boa enquanto existir, completa em prazer, a sensação da plenitude e função do amor. Renasce o jovem daquele tempo, que nunca quis deixar de ser, sabendo que nem tudo podemos ter, sequer prever; a vida matou os meus sonhos impensados e suas conseqüências desconhecidas, possibilitou-me outras realizações, melhores das que sonhava. Assim é a vida: sonhar e correr o risco de viver os próprios sonhos; sem esquecer que podemos nos surpreender, vivendo melhor do que o esperado, de forma conseqüente e natural, acreditando nas possibilidades dos resultados da aventura e, aventurar-se.

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