quarta-feira, 31 de outubro de 2012
O mundo é como vemos, sentimos, imaginamos e acreditamos
Ele se revela através de fatos e sensações pessoais. Ele também é como imaginamos e acreditamos ser.
Podemos considerar, que o mundo atual, é o resultado de ações que envolvem: edificações, construções de diferentes formas e culturas, pensamentos nem sempre bem elaborados, ações comprometidas com ideologia nem sempre claras e objetivas, promoção de inventos e utilização de tecnologia...
Intencionalmente ou não, estes fatos nos afastam da natureza, das suas circunstâncias e conseqüências, universo este que foi durante milhões de anos o nosso albergue e cenário de vida, nos beneficiando da qualidade do natural e de todo processo espontâneo e organizado da natureza.
No processo, sempre existente na vida, fomos nos transformando, até nos tornarmos o que hoje somos e, construímos, gradativamente, o mundo em que vivemos. Neste processo é obrigatório considerarmos a capacidade natural de adaptação do “homo sapiens” até nos tornarmos uma pessoa, e, como ser humano também continuamos a ter uma capacidade de adaptação superior de todos os outros animais.
O homem moderno sente-se desafiado pela natureza e busca superá-la; necessitando para tornar-se vitorioso dominar a si mesmo, negando atualmente, pelo pensamento formalizado em padrões, seus sentimentos e paixões.
O que importa é vencer, “o que”, “para que”, “como” e “conseqüências” não são considerados como importantes e os fins sempre irão justificar os meios.
Deixamos de ser um “animal natural”, para sermos um “animal racional”, chamado de ser humano, independente do processo de humanização.
Assim a cultura atual inventa maneiras em escala crescente em nos tornarmos cada vez mais racionais.
Gosto da palavra “transformação” e seu significado; gosto também da condição do que nos “tornamos“ considerando meios, circunstâncias e conseqüências; e principalmente, “de que maneira quero existir” e “como conseguir”?
O animal racional, o ser humano atual, tornou-se violento, fanático, egoísta, manipulador, competitivo (não apenas pela sobrevivência, mas também pela vaidade da vitória e superação sobre os oponentes, independente da forma).
Será exagero dizermos que levou o planeta próximo da exaustão dos recursos naturais e indispensáveis à vida?
Interessante, nestes últimos cem mil anos como homo sapiens (o homem que sabe), tentamos nos livrar das características do animal natural, harmonizado, para nos tornamos humanos, e com um olhar histórico sobre as civilizações e manifestações de sociedade, este animal racional tem-se revelado mais cruel do que antes, apesar do trabalho isolado e altruístico de voluntários, em diversos programas de reponsabilidade social.
É preciso refletir: o que nos tornamos e gostaríamos de ser? Esse é o melhor processo para a transformação, garantindo um excelente modelo de humanização? Como exercer a própria escolha e inventar uma vida de liberdade, para conquistar uma condição de bem estar mais freqüente?
As neuroses bio-psíquicas-sócio-existências nos permitem afirmar que de perto ninguém é normal. Quanta insanidade, de comportamento individual e coletivo!
Hoje, a grande maioria das pessoas é obrigada a utilizar algum tipo de medicação ou fazer uso de alguma forma de terapia para suportar os transtornos do dia a dia.
O fanatismo ideológico e religioso, sem nenhuma lógica e coerência; o número crescente de pessoas que dependem da utilização de drogas; a violência urbana que já chegou na zona rural com sintomas de requintes; a corrupção sem controle (todo poder tornou-se corruptor, o absoluto é capáz de corromper absolutamente); significativas igrejas e as instituições públicas tornaram-se apenas balcão de negócios; as doenças eventuais tornaram-se crônicas, devido alimentação inadequada, estilo de vida inconveniente e vida sedentária.
É bom lembrar que o processo de humanização, independente da forma e conteúdo, nunca termina.
O homem é um projeto inacabado, em construção constante (segundo Millor Fernandes uma macaco que não deu certo).
Neste processo de sucessivas transformações, para nos adaptarmos às diferentes relações e caracterizar o tipo de vida, surge uma inquietação: quem temos nos tornado, conforme oportunidades e circunstâncias?
Para depois termos que responder a duas perguntas que nunca nos abandonam: 1) De que maneira quero e posso existir? Conseqüentemente a (2), o que devo fazer á partir de hoje para construir e manter o meu amanhã?
Os legados deixados para as gerações que se seguem, parece nem sempre ter sido o melhor. Nós deixaremos, além da tecnologia e modernidade, várias crises, como a moral, econômica, ambiental, ética, legal....de princípios. A sociedade atual privilegia a conquista, independente do que, para que e do como, citado anteriormente.
Nunca estivemos livres do caos sócio-ambiental e financeiro e nem soubemos administrá-los.
A vida sem angústia pela sobrevivência, sem sofrimento durante o processo de conquista, sem dor pela perda de pessoas e coisas, sem trabalho para a realização, sem mobilizar as próprias forças para superação, foram apenas promessas não cumpridas, pelas crenças ideológicas e convicções religiosas. É tudo mentira.
Nos tornamos um animal racional que ainda sabe, elabora e pensa.
O que cada um pode se tornar não é uma resposta única, traduzindo uma proposta coletiva. É individual, no máximo para pequenos grupos sociais, como a família.
Cada um escolhe no quer ser e como existir, dentro de oportunidades e circunstâncias.
Podemos ser uma máquina complexa de viver ou de fazer dinheiro; de satisfazer-se apenas com o lazer e a aparência ou se encantar com uma vida suficiente e minimalista; de buscar a vitória a qualquer preço ou ser livre para realizar escolhas que possam garantir o prazer....
As vezes nos acordamos nos escombros de uma sociedade que tinha um grande sonho: viver uma vida duradoura, eternizada sem sofrimentos. Algumas pessoas ainda buscam paraísos perdidos, como em filmes.
Acredito termos hoje o maior de todos os conflitos: aonde podemos colocar as nossas esperanças? Até mais complicado e significativo do que aceitar a morte como fenômeno natural, para os simples mortais como nós.
Como seria viver numa condição eterna? Que comportamento teríamos? O que fazer, quando fazer, para que fazer algo? Que sentido poderá ter?
A angústia de ser finito, temporal, me impulsiona para o aqui e agora.
Se fosse eterno, sem noção de tempo e referência de momento, adiaria os compromissos, sem determinação imediata para a obtenção do prazer e manutenção do mesmo. Passado para ser recordado, presente para ser vivido, futuro para ser imaginado, não existiriam.
A vida nos convida e nos obriga, ao choro e a alegria; aos encontros e desencontros; ao sucesso e fracasso; ao amor e solidão.
O recheio da vida é a utopia e a incoerência.
Viver é aventurar-se, dançando na corda bamba das incertezas.
Estamos condenados a criar, inventando e realizando escolhas para a construção de caminhos e neles encontrarmos o nosso destino.
Somos livres e não seres determinados, robotizados, com chip que determina, préviamente, as nossas condutas.
Não sabemos quase nada da vida, nem aonde e como chegar a algum lugar, vamos inventando as situações, sem lenço e documentos geográficos, nem históricos, apenas assobiando e cantando, compartilhando a alegria.
O que pode justificar uma existência?
A resposta é pessoal, inventiva e visionária, cada um acredita como convém ou consegue realizar.
Nos organizamos em cima dos nossos defeitos, nunca, jamais, em cima das nossas virtudes.
Nesse processo, um dos principais aliados é o conhecimento sobre a brevidade da vida, é a passagem criadora e predadora do tempo, mesmo considerando que ele nos espolia orgânicamente.
Temos outros aliados, como a ansiedade devido a falta de alguma coisa, que necessita ser controlada, para isso a vida necessita da nossa participação, de forma útil, para a superação dos transtornos; o gênero humano é formado na ausência do alimento, do afeto, da segurança...e carregamos uma sensação de abandono e menos valia, principalmente os arrogantes e presunçosos.
Que loucura, o sofrimento é um aliado, sem ele jamais seriamos vencedores, superando as dificuldades e tudo o que nos impede de experimentarmos bons momentos (a fábula de Phenix explica).
A ansiedade, a dor, os diversos tipos de sofrimento nos ensinam que devemos nos preparar, convenientemente, para a batalha, sem desistir jamais.
Só a vitória interessa, sem causar danos.
Cada pessoa e grupo social, pode inventar mundos melhores. Menos desiguais, pensando na liberdade e bem estar de todos, cada um fazendo o que lhe compete na organização social.
Toda pessoa é uma pequena sociedade, aonde desenvolve diferentes personagens.
Assim são os animais, que vivem em grupos ou só.
Nós os humanos, desaprendemos a viver em matilha e, quem assim desejar, necessita aprender de novo, aonde cada um tam um papel para executar. A matilha é constituida de serviços, tornando-se imperioso primeiro servir para depois ser servido.
A moeda que tem mais valor na matilha, ou em qualquer grupo social, é a vida, enquanto existir.
Que bom seria, se fossemos estimulados na prática do “pensamento crítico” e “criativo” para o bem comum, construindo uma vida livre, disponibilizando a alegria e o bem estar (vivendo apenas com os conflitos naturais).
A principal fonte do sofrimento existencial é a percepção de si e do mundo, melhor seria ignorá-los completamente, como fazem os animais na natureza. Temos que elaborar: o ver para enxergar (as vezes mesmo enxergando nada vemos); o interpretar para agir (assim são os protagonistas da própria vida, os demais são coadjuvantes, quase sempre indesejáveis); o sentir para experimentar o prazer (somos eternos aprendizes do desejo).
Quanto parodaxal é a existência do animal racional, pois o que o faz sofrer é o pensamento (o modo de pensar), mas é justamente o pensamento (o padrão construido), que permite superar o sofrimento.
Somos o que pensamos ser? “Penso então existo” ou “existo aonde não penso”?
O pensamento construtivo, as oportunidades disponobilizadas ou as que fazemos acontecer, as circunstâncias, a vontade e determinação, nos possibilitam conquistar o que desejamos nos tornar, sem ser levado pela vontade dos outros ou do acaso.
Conduzo ou sou conduzido? Se for conduzido que seja um fardo leve de ser carregado.
O pensamento é o fenômeno que confere dignidade às pessoas.
Possibilita encontramos os meios, convenientes, para superarmos as dificuldades, o sofrimento e as dores ocasionadas pelos trantornos.
Não há necessidade de fingirmos que o sofrimento não existe.
O pensamento é capáz de elaborar a salvação de muitas dores, pois nos possibilta sonhar, de criarmos uma utopia própria, de inventar o que nos convém para o momento, de mudarmos de direção mostrando novos caminhos, e, produzir “ilusão”o principal combustível da vida.
É possível acreditar que podemos experimentar a alegria, mesmo existindo o sofrimento.
Este sentimento é balizador e pode nos impulsionar a viver bem, livres dos medos, sempre presentes nas nossas vidas.
O pensamento positivo é construtivo, é terapêutico por ser tranformador, e nos estimula a conhecer as nossas capacidades interiores e disponbilizá-las como o mais significativo dos aliados.
O pensamento não é fixo e nem imutável, ele sempre trabalha, a favor ou contra nós. Cabe a cada um decidir a sua aplicação, conforme resultado desejado.
Mais produtivo do que negar o sofrimento ou transferi-lo, para outra pessoa ou entidade sobrenatural, é desenvolver a cultura e a prática de superação, utilizando a capacidade de ser um vencedor, em função das forças existentes no interior de cada pessoa, natural ou divina. Forças que não podem ser ignoradas ou sub estimadas.
Não é saudável vivermos a cultura de “contra o natural e a natureza”. Voltar ao útero materno é voltar-se para os benefícios da natureza, do homem e seu universo.
Viver bem, implica em viver uma vida afirmativa.
Existe significativos e produtivos meios transformadores, considerando quem desejamos nos tornar e de que forma podemos existir.
Mais importante do que valorizarmos, apenas, um corpo temporal, com declínio inevitável por mais que seja possível adiar, e uma vida marcada pela superficialidade, é beneficiar-se do natural contemplando a natureza, praticando ações construtivas, valorizando a vida, apreciando as diferentes expressões de arte e entendo o trabalho como missão ( independe da categoria), substituindo a ação da obrigatoriedade (eu tenho) pela espontaneidade do querer (eu quero).
Se somos o Homo Sapiens, o homem que sabe, temos que saber.
Saber é diferente de achar que sabe.
O saber nos proporciona a sabedoria, o achar que sabe nos mantém na ignorância.
Mas.....se és feliz na ignorância, para que tornar-te sábio? O saber gera conflitos.
As pessoas mais felizes que encontrei na vida foram pessoas simples:
-os sábios, que sabiam apenas o que lhes fazia bem e os aplicavam, normalmente eram pessoas com cultura do homem como “animal natural”;
- as velhinha viúvas, com os filhos criados e independentes, e, livre do mala do seu marido (o homem casa para mudar de mãe), estas eram pessoas com a cultura do homem como “animal racional”.
Não importa o tipo de animal que nos tornamos ou nos tornaremos, o que importa é sentir-se livre dos complexos e das sensações que nos incomodam, e, construirmos um mundo para experimentarmos mais frequentemente o estado de bem estar.
Ideologias e convicções religiosas são apenas um meio e nunca um fim em si mesmos.
É cada um, seu próprio início, meio e fim.
Felizes são aqueles que conseguem compartilhar a vida com alegria.
domingo, 28 de outubro de 2012
Viver bem depende de uma nova educação, possível e adequada
Viver bem depende de uma nova educação, possível e adequada.
Atualmente, o homem acredita que irá conseguir criar um mundo melhor do que o oferecido pela natureza, de quem é originário.
Acredita que a autonomia da razão, que a ciência e a tecnologia, conseguem criar um mundo melhor do que os benefícios oferecidos pelo natural.
Submete a natureza conforme as suas vontades, buscando dominá-la e corrigi-la. Para isso tem a necessidade de modificar a própria existência, pois desde a sua origem e transformações, o homem esteve em harmonia com a natureza, de quem é conseqüência.
Neste processo de relacionamentos, somos submetidos à transtornos constantes.
Os efeitos colaterais desta empreitada e distanciamento da origem, de tudo que é fundamentalmente primitivo, construímos um novo universo.
Temos que conviver com catástrofes ecológicas; guerras constantes entre culturas e religiões; nos tornamos intolerantes, com crescentes prejuízos das relações sociais.
A alegria espontânea pela contemplação do que pode nos trazer tranqüilidade é vencida pelas diferentes síndromes depressivas; fabricamos mais remédios do que prazeres. Trocamos a liberdade pela necessidade do “eu tenho que”.
Aos dias somam-se na sociedade mais psicopatas do que possibilidades de conquistarmos o bem estar.
É o final dos tempos? O mundo inicia o processo de falência das funções orgânicas que caracterizam a morte?
Acredito que pode estar acabando apenas para algumas pessoas, este ideal equivocado de mundo. O conhecimento da realidade e as sensações, podem influenciar o comportamento de algumas pessoas, possibilitando a construírem, com vontade e determinação, uma forma mais simples de viver, livre e alegre.
As pretensões de um mundo com determinados valores, específicos, escolhidos por outras pessoas, de comportamento “sóciopata” na sua maioria, tem influenciado as nossas vidas e ainda constroem os nossos caminhos, referindo-se como tendências, e, quem não segui-las experimentará uma sensação de menos valia, acreditando que os outros vivem bem, menos nós mesmos. Pensamento e comportamento, no mínimo, insanos.
Surge, de maneira implícita, quase sempre oculta, mas importante e reveladora, pessoal ou familiar, algumas perguntas, cujas respostas serão determinantes e orientadoras para as tomadas de decisão: Que valores, eu quero para mim e minha família, estimular? Que conceitos e tendências, eu quero ou queremos, não mais considerar? Ao que devemos rejeitar, conscientemente? O que é sim? O que deve ser não? Que caminhos escolher para materializar o próprio destino?
No primeiro momento nos parece impossível as mudanças que queremos fazer, para corrigir a rota.
Há uma sacrificante tradição da cultura de consumo e valoração do banal. Somos influenciados pelo desejo daqueles que controlam a mídia. Nem nas eleições o fazemos com liberdade e coerência ideológica, votamos nos personagens maquiados pelos marqueteiros.
Nos acostumamos com as crises: morais, legais, institucionais, da natureza, pessoais....
Não há a mínima possibilidade de reinventarmos o mundo, mudando coletivamente as pessoas. Compartilhamos uma cidade, um estado, um país, mas nunca uma comunidade.
A sociedade é a família e as pessoas afins, no mais é tudo loucura, distantes dos mesmos valores e da realidade.
Considerando um dos pensamentos de Nietzsche e adaptadas por mim, concluo que: temos a necessidade da arte, em qualquer forma ou expressão para nos emocionarmos com o que consideramos, pessoalmente, de beleza; mas, só precisamos de uma pequena parte do saber.
Há uma expressão latina que diz: Primo, non nocere (primeiro, não saber).
Não temos a mínima possibilidade de eliminarmos o sofrimento (físico e emocional), mas podemos superá-los, com o conhecimento e a possibilidade constante de transformação, como seres naturalmente mutantes, à partir do desejo e, conquistado pela aplicação dos meios disponíveis e devidamente escolhidos.
A única possibilidade de transformação é com a educação, que se renova e aprimora. A mudança exige uma nova educação que implica na apropriação de uma utopia, na valorização das pessoas envolvidas no processo, na construção de meios facilitadores para fluir uma nova estética de vida, que priorize a liberdade e o bem estar.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Estar bem consigo mesmo....é o ideal para o comportamento humano.
- A sociedade exige resultados, não se preocupa com os meios utilizados para a obtenção das conquistas e, muito menos valoriza o empenho de quem conseguiu (mesmo que licitamente).
- A maior poluição do planeta é a falta de uma educação que respeite as necessidades e os direitos do outro (só a educação transforma).
- São ineficientes as palavras “mal” ditas, aquelas que não brotam do “coração“ (o lar sincero dos sentimentos).
- As ações que não iluminam caminhos e possibilidades, apenas aumentam a escuridão (melhor que nunca existissem).
- O mundo não exige das pessoas grandes obras, apenas que realizemos o melhor, de nós mesmos (cada um só pode dar o que tem, precisamos nos aprimorar sempre).
- O ideal de sabedoria nos convida, a pensar e agir de forma a dizermos não, conscientemente, a tudo que nos impede de sermos úteis (para que todos possam se beneficiar das nossas palavras e ações).
- Mais importante do que vencer os oponentes, é superar a si mesmo, tendo como referência valores e princípios éticos (vencer os monstros que habitam o nosso interior).
- Felizes são aqueles que vivem cada dia, com satisfações originadas pelo próprio dia, contemplando os prazeres que nos são oferecidos naturalmente, celebrando todas as conquistas com alegria, por mais simples que sejam (a vida é feita de pequenos acontecimentos diários).
- Que nos esforcemos para manifestar a gratidão pelas nossas qualidades, sempre existentes, e não a insatisfação constante, das poucas coisas que nos faltam (é mais presente em nós o que pouco que nos falta do que o muito que já temos).
- As nossas decisões podem implicar em erros, estes podem ser corrigidos, que o façamos com sabedoria (como na vida as regras não são claras, então tudo é possível; podemos até esperar o inesperado).
- Humildade e Arrogância são atitudes que se anulam. A humildade, junto com a tolerância ao diferente (mas, justo), é o último degrau da sabedoria (compreender, respeitar e aprender com as diferenças).
- A vida é aprendizado, o presunçoso nunca aprende, além disso é uma presença indesejável (mais sabe, aquele que acredita que pouco sabe e procura aprender) .
- O bom é ser livre, sem ira, sem estar algemado, preso às coisas mundanas, que não nos transformam positivamente, mesmo que os outros não entendam o porque, pois: a vida é injusta, a avaliação dos outros é temerosa, dizemos e fazemos as coisas nem sempre analisadas coerentemente, o ser humano tem critérios próprios (mesmo que racionalmente ilógicos), é superficial nas suas observações, o achar é mais importante do que o saber, não considera as categorias intermediárias, e, temos que nos justificar para os indivíduos e algumas pessoas?
Tenho “medo” das escolhas e do julgamento dos outros. Prefiro dar satisfação ao meu universo, sem envergonhar a criança, o jovem, que também eu sou. Fazer o certo, parece ser bom para a sociedade, mas, é excelente para quem o pratica.
A Carminha da novela Avenida Brasil, mesmo fazendo tudo errado, foi péssima como mãe, esposa, patroa, amiga...matou, roubou, mentiu, enganou, manipulou ....conforme seus interesses, de forma egoísta e criminosa, tornou-se celebridade para a maioria dos espectadores, mesmo antes do último capítulo e seu suposto arrependimento. A Janaína que fez tudo para salvar o filho, abrindo mão de prazeres e da liberdade pessoal, dignificando o seu gesto com o anonimato e a indiferença do que os outros poderiam pensar, manteve-se distante das avaliações sobre um justo comportamento.
Portanto, o bom é viver o melhor possível para a gente mesmo, sem se preocupar com a opinião dos outros (conseqüência dos critérios subjetivos dos outros).
sábado, 20 de outubro de 2012
Sempre é tempo
Sem considerar o que o mundo possa pensar,
é bom avaliar o que o futuro pode trazer.
Luar e canção, ainda são moda para o amor revelar.
O universo sempre manifestou-se “bem vindo” aos que amam,
sentimento lírico, para os amantes, sinfonia de violinos continuará a tocar.
Coração ansioso, vestido de esperança, com prazeres que nos emocionam.
Amam-se de noite, de dia também, vida que contempla o bom viver,
iluminados pelo brilho de olhares, que traduzem delicada melodia.
Compartilham o tempo, sem ficar só e nada temer, tendo tudo para vencer.
Rompendo o medo, com a coragem de viver com liberdade, propicia:
realizar os sonhos, tantas vezes adiados ou negados e, outros imaginados.
Passeando, um no corpo do outro, desejo que na verdade, jamais silencia.
É bom revelar um amor á tempo escondido, possibilitando florescer,
num encontro, que excede ao tempo, para ser eterno enquanto existir.
Coração inquieto, que perseguiu o seu afeto, para melhor viver.
Tantas coisas adoráveis quero te dizer e realizar,
enquanto namoro com o teu jeito, menina e mulher.
Sou homem e menino, na forma de cantar e amar.
Tenho na memória a beleza do dia, esperando por nós,
o calor da noite para nos renovarmos e construirmos novos sonhos.
Vida compartilhada, momentos encantados, sonos velados e sentimentos raros.
A vida passa na noite, no dia correndo, eu com você, você comigo
uma vida singular, só nossa, solitária com nós dois.
Deixando o coração cantar e dançar, a música do olhar,o meu romance contigo.
domingo, 14 de outubro de 2012
Recados...Carminha, Tufão, espectadores da traji-comédia da Avenida Brasil
As relações humanas, são hoje mais intrigantes do que o mundo dos negócios.
O amor e suas fantasias, são assuntos refletidos e considerados apenas em alguma forma de expressar uma obra de ficção.
Foi sempre assim? Temos sido protagonistas de estórias criadas pelos romancistas, cancioneiros e poetas?
Hoje, as noites são iluminadas pela tecnologia, não mais pela luz das estrelas e do luar.
Antes presentes, nos vestíamos de contemplação e nos emocionávamos com os desenhos no céu.
Carregávamos um olhar inquisitivo, semelhante das crianças, que os adultos quase nunca sabem responder.
Somos um ser social, em busca das respostas, cujas perguntas influenciam as nossas vidas e até nos conduzem.
Haviam pessoas, valorizadas e amadas, em que um simples momento de suas presenças valiam por uma situação, que nós eternizávamos a emoção,transformada pela imaginação. O que pode ter mudado?
A vida é uma invenção. Caso não gostemos de uma situação, é prudente desinventar.
Interessante, o menino e o adolescente que em nós nascia, nunca mais morria. Histórias, sim e não vividas (apenas imaginadas), hoje são rememoradas e celebradas pela saudade e, nessa magia a nossa alma se recompõem.
Não vivemos do passado, ele que vive em nós.
Nessa relação de criança, infante, adolescente, adulto jovem, velho sonhador, reside uma harmonia criadora.
Cada um, ao seu tempo, em diferentes momentos, do mesmo dia, realizam o que mais gostam, dentro de nós. Brincam, se escondem, se revelam, trabalham, cantam velhas canções, cada um visita o seu passado e timidamente nutrem o seu amanhã, com horas alegres, minutos introspectivos e desejos que nunca deixam de existir.
Cada fase tem o seu mistério e magia, para os mais atentos.
Sempre possibilitando nos renovarmos, inventado o próprio dia, em melhores condições para compreender e respeitar, aceitar e valorizar, gostando da pessoa em que conseguimos ser.
No mundo atual, aconselha-se não mais amar, se possível apenas ser reconhecido. As relações são estruturadas no medo, de ser enganado.
Efetivamente, quem ama não engana, revela-se sincero, entendendo que a construção de uma relação para a conquista dos prazeres, originados desta relação, é conseqüência de atitudes que caracterizam a apropriação da pratica e manifestação da confiança.
A sociedade vive um tempo desconstruindo instituições e mitos, pois, mais prometeram do que cumpriram; não lamento. Fico preocupado porque estão esquecendo de celebrar “valores éticos“.
Algumas das importantes e boas coisas estão sendo perdidas. São imposições de uma nova geração. Não consideram as possibilidades históricas, de quem prometeu como irá cumprir ?
As palavras inconseqüentes e a demonstração tecnológica, ainda são creditadas, estão costurando pelo avesso.
Nem tudo mudou como gostariam, apenas escrevem as mesmas coisas com atitudes diferentes. Racionalmente, perguntas e respostas parecem ser as mesmas. O homem muda, para ficar igual.
Não existe nada mais importante do que a pessoa humana. Tudo mais é ferramenta, nem boa ou ruim, depende apenas do uso que será feito dela.
Para reverenciar a vida é necessário valorizar a pessoa e suas necessidades, muito mais do que a técnica, o método, o sistema, o recurso, o delito justificado, as corporações...
As avaliações são sempre subjetivas, por isso precisamos desenvolver a prática da transcendência, colocando-se no lugar do outro.
Estamos em permanente questionamento, e, de vivermos possibilidades. Na vida tudo é possível, depende apenas da vontade de cada um e das circunstâncias.
Não podemos, no desenvolvimento do processo de existir e suas transformações, não considerarmos a necessidade de resgatarmos as questões essências da natureza humana, que implica em conhecimento (“achar” é a manifestação de quem ignora), lembrando que o homem é um ser histórico, e, quem não sabe de onde e nem como veio, nunca saberá de como ou para aonde irá.
Somos: a resposta natural da concepção no encontro de dois gametas, a multiplicação e transformação das células, a energia que confere vida, a manifestação de amor da natureza, um projeto em construção, uma máquina complexa de pensar e agir para sentir a vida, o conjunto das funções que resistem a morte... impelidos a viver em plenitude, compreendendo para ser compreendido, respeitando para ser respeitado, amando para ser amado... Portanto, quem trai, trai a si mesmo. O traído é quem confiou, fez o certo, errado é o que trai.
A conseqüência da traição, depende dos envolvidos e das circunstâncias. O difícil será voltar a acreditar, mesmo para o corno do Tufão. O traído deve ajuntar o que sobrou, retirar a expansão cuneiforme da cabeça e a sensação amarga do coração, vestir-se de coragem e seguir em frente. Sempre haverá algo ou alguém que compensará o relacionamento.
Viver é bom, sempre vale a pena, é preciso buscar para encontrar os motivos.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Não sei porque o ser humano carrega tantas inquietações para si mesmo!!!
Aprendemos muito cedo que nesta vida devemos amar, perdoar, esquecer o que nos incomoda e valorizar o que nos faz bem.
Temos conflitos em saber: é melhor expressar sentimentos ou revelar-se indiferente? Decidir segundo o desejo do coração ou pelo que a mente imagina?
Enfim é muito melhor não fazermos hoje o que podemos nos arrepender amanhã. Mesmo não sabendo tudo, o comportamento humano e o julgamento, dependem do bom senso.
Quando jovens, olhando a lua, local aonde se escondem os amantes, dizíamos sem falar, para a pessoa amada: “leva-me contigo pela noite eterna, eu te ofereço todo carinho que possa existir; dá-me a tua mão e leva-me contigo, para aonde quiseres ir, feliz te seguirei; perco a minha felicidade toda vez que te perder”.
Quantas vezes estivemos na companhia de alguém, com vontade de amar outrem?
Pensávamos sem declamar e outros já estavam a cantar: “seria diferente se a pessoa que a gente gosta, gostasse um pouquinho da gente; sentindo o que a gente sente, para conhecer um pouquinho da gente e, assim de repente, ficaríamos contente.”
Soberba vontade de um beijo, mesmo sem permissão, na esperança que todos compreenderiam este gesto.
Esses, efetivamente, são os silêncios que dizem tudo e as palavras, se não forem bem ditas, não dizem nada.
O amor é um sentimento solitário, até quando compartilhado.
Na vida profissional nos esforçamos para sermos conhecidos, raramente pensamos em ser uma pessoa que vale a pena os outros conhecerem.
Gostamos do aplauso e do tratamento VIP, nem sempre merecido, pagando as vezes o preço da dissimulação, esquecendo que a avaliação sincera é a que fazemos de nós mesmos.
A maioria das pessoas passam a vida sonhando, sem vontade e tempo para viver, pelo menos alguns dos seus sonhos, aqueles cujo conjunto justificam uma existência.
Por quais caminhos temos andado?
Da aparência? Do consumo exagerado? Da arrogância? Da desesperança?
Temos SOFRIDO MUITO pelas poucas coisas que nos faltam, a maioria sem consistência para garantir a liberdade e a conquista do prazer transformador, e nos ALEGRADO POUCO pelo muito que somos, considerando que somos o que temos, sem valorizar o mais importante... que temos exatamente o que somos...esse é o maior patrimônio de uma pessoa, o que ela é e não o que tem, a posse é circunstancial e só tem valor se for para o aprimoramento pessoal, familiar e social.
Nos contentamos no que vemos, nas pessoas e coisas, sem nos preocuparmos em saber o “que” e “quem” são, como conseqüência a sua importância, traduzindo ser mais significativo o que achamos do que o conhecimento real.
Gostamos das coisas que o dinheiro compra e não da utilização das nossas forças interiores para a conquista. Vencedor é quem tem dinheiro, não importa a origem, e não aquele que mesmo diante do fracasso aparente é capaz de juntar as suas forças e traçar um novo desenho de ações para buscar a única coisa que interessa na vida, a vitória em ser pessoa.
O tempo, a unidade de marcar a vida, para mim passou, rápido e sem a possibilidade de sentir o gosto pelo luxo da eternidade.
Pesquisas sobre o comportamento revelam que as relações entre as pessoas, são construídas hoje sobre o medo de ser traído, de alguma forma. O elemento mais importante é a confiança, numa seqüência de valores o amor é o que menos importa. O amor não sustenta mais uma relação, e sim a pratica de um “condomínio”, envolvido pelos interesses no êxito da administração da vontade imediata das pessoas. Mais importante não são os sentimentos e sim as condutas racionais, mesmo que irracionais na sua maioria.
A vida segue em frente, precisamos nos adaptar às novas gerações e fenótipo humano.
Não tem mais sentido recordar alguns dias, o amor que sentia, e os dias não conseguiram matar. O que fazer deste coração, que disponibilizou como abrigo todos os sentimentos?
Praticamos, de maneira concreta e impensada, a celebração da arrogância, da manifestação superlativa dos egos. Não estamos mais livremente disponíveis para as relações, elas traduzem um comportamento presunçoso dos envolvidos.
Temos prestigiado aqueles que constroem os seus poderes sobre os sonhos destruídos de valores e princípios éticos que respeitam a vida humana e a comunidade aonde vivemos, preferimos partilhar apenas uma cidade e não uma sociedade.
As pessoas sinceras, honestas, confiáveis, são vistas como elementos estranhos, relíquias de um passado superado. O paradigma atual é o paradoxo, sendo a pratica de vida diferente do discurso proposto.
Hoje não sabemos, efetiva e claramente, o que queremos. A incoerência é uma virtude.
Culpamos tudo e a todos pelos nossos transtornos, nunca o maior culpado, a gente mesmo.
Lembro as palavras de Sêneca: “ Se viveres de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre; se viveres de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico”.
Precisamos “prestar” contas das nossas atitudes para pessoas sem a mínima condição, intelectual e moral, para avaliá-las. Alguns procuram dominar as pessoas sem antes corrigirem a si mesmo. Querem conhecer outras dimensões, outros universos, sem saberem aonde e como estão.
Gradativamente, as pessoas vão se distanciando das maravilhas que existem no interior de cada ser humano, falam em viver o momento mas não se apropriam da riqueza do seu dia, esquecem que qualidade de vida não se compra e sim se conquista, esquecendo que cada pessoa é um ser histórico (o que vivemos hoje é fruto das experiências anteriores e, a forma de como viveremos o amanhã depende do que plantarmos hoje).
Não há sentido positivo na vida se não compartilharmos nada de bom com os outros, funcionando apenas como um organismo oportunista e predador.
A pratica dos bons costumes sinalizam que sempre iremos precisar, uns dos outros. A vida é serviço, é servir, é ser útil, amando ou apenas administrando as relações. O trabalho é missão.
Há limites em toda forma de viver, antes, durante e depois da moda deste tempo.
O dia deve ser nutrido pela esperança, nos mobilizando para vivermos bem hoje e melhor ainda amanhã.
Se tivesse que eternizar uma fase da vida, qual você eternizaria? Por que?
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