domingo, 28 de outubro de 2012
Viver bem depende de uma nova educação, possível e adequada
Viver bem depende de uma nova educação, possível e adequada.
Atualmente, o homem acredita que irá conseguir criar um mundo melhor do que o oferecido pela natureza, de quem é originário.
Acredita que a autonomia da razão, que a ciência e a tecnologia, conseguem criar um mundo melhor do que os benefícios oferecidos pelo natural.
Submete a natureza conforme as suas vontades, buscando dominá-la e corrigi-la. Para isso tem a necessidade de modificar a própria existência, pois desde a sua origem e transformações, o homem esteve em harmonia com a natureza, de quem é conseqüência.
Neste processo de relacionamentos, somos submetidos à transtornos constantes.
Os efeitos colaterais desta empreitada e distanciamento da origem, de tudo que é fundamentalmente primitivo, construímos um novo universo.
Temos que conviver com catástrofes ecológicas; guerras constantes entre culturas e religiões; nos tornamos intolerantes, com crescentes prejuízos das relações sociais.
A alegria espontânea pela contemplação do que pode nos trazer tranqüilidade é vencida pelas diferentes síndromes depressivas; fabricamos mais remédios do que prazeres. Trocamos a liberdade pela necessidade do “eu tenho que”.
Aos dias somam-se na sociedade mais psicopatas do que possibilidades de conquistarmos o bem estar.
É o final dos tempos? O mundo inicia o processo de falência das funções orgânicas que caracterizam a morte?
Acredito que pode estar acabando apenas para algumas pessoas, este ideal equivocado de mundo. O conhecimento da realidade e as sensações, podem influenciar o comportamento de algumas pessoas, possibilitando a construírem, com vontade e determinação, uma forma mais simples de viver, livre e alegre.
As pretensões de um mundo com determinados valores, específicos, escolhidos por outras pessoas, de comportamento “sóciopata” na sua maioria, tem influenciado as nossas vidas e ainda constroem os nossos caminhos, referindo-se como tendências, e, quem não segui-las experimentará uma sensação de menos valia, acreditando que os outros vivem bem, menos nós mesmos. Pensamento e comportamento, no mínimo, insanos.
Surge, de maneira implícita, quase sempre oculta, mas importante e reveladora, pessoal ou familiar, algumas perguntas, cujas respostas serão determinantes e orientadoras para as tomadas de decisão: Que valores, eu quero para mim e minha família, estimular? Que conceitos e tendências, eu quero ou queremos, não mais considerar? Ao que devemos rejeitar, conscientemente? O que é sim? O que deve ser não? Que caminhos escolher para materializar o próprio destino?
No primeiro momento nos parece impossível as mudanças que queremos fazer, para corrigir a rota.
Há uma sacrificante tradição da cultura de consumo e valoração do banal. Somos influenciados pelo desejo daqueles que controlam a mídia. Nem nas eleições o fazemos com liberdade e coerência ideológica, votamos nos personagens maquiados pelos marqueteiros.
Nos acostumamos com as crises: morais, legais, institucionais, da natureza, pessoais....
Não há a mínima possibilidade de reinventarmos o mundo, mudando coletivamente as pessoas. Compartilhamos uma cidade, um estado, um país, mas nunca uma comunidade.
A sociedade é a família e as pessoas afins, no mais é tudo loucura, distantes dos mesmos valores e da realidade.
Considerando um dos pensamentos de Nietzsche e adaptadas por mim, concluo que: temos a necessidade da arte, em qualquer forma ou expressão para nos emocionarmos com o que consideramos, pessoalmente, de beleza; mas, só precisamos de uma pequena parte do saber.
Há uma expressão latina que diz: Primo, non nocere (primeiro, não saber).
Não temos a mínima possibilidade de eliminarmos o sofrimento (físico e emocional), mas podemos superá-los, com o conhecimento e a possibilidade constante de transformação, como seres naturalmente mutantes, à partir do desejo e, conquistado pela aplicação dos meios disponíveis e devidamente escolhidos.
A única possibilidade de transformação é com a educação, que se renova e aprimora. A mudança exige uma nova educação que implica na apropriação de uma utopia, na valorização das pessoas envolvidas no processo, na construção de meios facilitadores para fluir uma nova estética de vida, que priorize a liberdade e o bem estar.
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