domingo, 14 de outubro de 2012
Recados...Carminha, Tufão, espectadores da traji-comédia da Avenida Brasil
As relações humanas, são hoje mais intrigantes do que o mundo dos negócios.
O amor e suas fantasias, são assuntos refletidos e considerados apenas em alguma forma de expressar uma obra de ficção.
Foi sempre assim? Temos sido protagonistas de estórias criadas pelos romancistas, cancioneiros e poetas?
Hoje, as noites são iluminadas pela tecnologia, não mais pela luz das estrelas e do luar.
Antes presentes, nos vestíamos de contemplação e nos emocionávamos com os desenhos no céu.
Carregávamos um olhar inquisitivo, semelhante das crianças, que os adultos quase nunca sabem responder.
Somos um ser social, em busca das respostas, cujas perguntas influenciam as nossas vidas e até nos conduzem.
Haviam pessoas, valorizadas e amadas, em que um simples momento de suas presenças valiam por uma situação, que nós eternizávamos a emoção,transformada pela imaginação. O que pode ter mudado?
A vida é uma invenção. Caso não gostemos de uma situação, é prudente desinventar.
Interessante, o menino e o adolescente que em nós nascia, nunca mais morria. Histórias, sim e não vividas (apenas imaginadas), hoje são rememoradas e celebradas pela saudade e, nessa magia a nossa alma se recompõem.
Não vivemos do passado, ele que vive em nós.
Nessa relação de criança, infante, adolescente, adulto jovem, velho sonhador, reside uma harmonia criadora.
Cada um, ao seu tempo, em diferentes momentos, do mesmo dia, realizam o que mais gostam, dentro de nós. Brincam, se escondem, se revelam, trabalham, cantam velhas canções, cada um visita o seu passado e timidamente nutrem o seu amanhã, com horas alegres, minutos introspectivos e desejos que nunca deixam de existir.
Cada fase tem o seu mistério e magia, para os mais atentos.
Sempre possibilitando nos renovarmos, inventado o próprio dia, em melhores condições para compreender e respeitar, aceitar e valorizar, gostando da pessoa em que conseguimos ser.
No mundo atual, aconselha-se não mais amar, se possível apenas ser reconhecido. As relações são estruturadas no medo, de ser enganado.
Efetivamente, quem ama não engana, revela-se sincero, entendendo que a construção de uma relação para a conquista dos prazeres, originados desta relação, é conseqüência de atitudes que caracterizam a apropriação da pratica e manifestação da confiança.
A sociedade vive um tempo desconstruindo instituições e mitos, pois, mais prometeram do que cumpriram; não lamento. Fico preocupado porque estão esquecendo de celebrar “valores éticos“.
Algumas das importantes e boas coisas estão sendo perdidas. São imposições de uma nova geração. Não consideram as possibilidades históricas, de quem prometeu como irá cumprir ?
As palavras inconseqüentes e a demonstração tecnológica, ainda são creditadas, estão costurando pelo avesso.
Nem tudo mudou como gostariam, apenas escrevem as mesmas coisas com atitudes diferentes. Racionalmente, perguntas e respostas parecem ser as mesmas. O homem muda, para ficar igual.
Não existe nada mais importante do que a pessoa humana. Tudo mais é ferramenta, nem boa ou ruim, depende apenas do uso que será feito dela.
Para reverenciar a vida é necessário valorizar a pessoa e suas necessidades, muito mais do que a técnica, o método, o sistema, o recurso, o delito justificado, as corporações...
As avaliações são sempre subjetivas, por isso precisamos desenvolver a prática da transcendência, colocando-se no lugar do outro.
Estamos em permanente questionamento, e, de vivermos possibilidades. Na vida tudo é possível, depende apenas da vontade de cada um e das circunstâncias.
Não podemos, no desenvolvimento do processo de existir e suas transformações, não considerarmos a necessidade de resgatarmos as questões essências da natureza humana, que implica em conhecimento (“achar” é a manifestação de quem ignora), lembrando que o homem é um ser histórico, e, quem não sabe de onde e nem como veio, nunca saberá de como ou para aonde irá.
Somos: a resposta natural da concepção no encontro de dois gametas, a multiplicação e transformação das células, a energia que confere vida, a manifestação de amor da natureza, um projeto em construção, uma máquina complexa de pensar e agir para sentir a vida, o conjunto das funções que resistem a morte... impelidos a viver em plenitude, compreendendo para ser compreendido, respeitando para ser respeitado, amando para ser amado... Portanto, quem trai, trai a si mesmo. O traído é quem confiou, fez o certo, errado é o que trai.
A conseqüência da traição, depende dos envolvidos e das circunstâncias. O difícil será voltar a acreditar, mesmo para o corno do Tufão. O traído deve ajuntar o que sobrou, retirar a expansão cuneiforme da cabeça e a sensação amarga do coração, vestir-se de coragem e seguir em frente. Sempre haverá algo ou alguém que compensará o relacionamento.
Viver é bom, sempre vale a pena, é preciso buscar para encontrar os motivos.
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