sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Indignação e Lamento
Observo que existe MUITO mais pessoas envolvidas com o Lixão da Avenida Brasil, peça de ficção, aonde o autor a constrói conforme o interesse dos telespectadores, do que o Lixão do Brasil, peça real, aonde os autores, políticos e outros administradores do patrimônio público, constroem o seu conteúdo conforme o desinteresse dos eleitores.
Neste Lixão, revelado na imprensa, com a forma e conteúdo de mensalão e mensalinho, de cachoeiras e cascatas, estão depositados, em estado de decomposição, os valores e princípios de uma sociedade, mais importantes do que o dinheiro.
Corruptores e corruptos, facilitam entendermos que o crime, do colarinho branco, compensa.
Que tipo de reconhecimento tem a pessoa honesta, justa e sincera?
Estratégia para a absolvição: Tem que haver MUITO dinheiro (público) para ser distribuído, ilicitamente, entre aqueles que tem poderes (que deveriam ser exercidos em favor da sociedade).
Envolvem quase sempre, servidores pagos pela própria sociedade e prestadores de serviço às instituições do estado (municipal, estadual e federal).
Dinheiro que deveria ser aplicado em desenvolvimento das pessoas, consequentemente da sociedade, transforma-se em patrimônio pessoal, depositado no exterior, pagando o “bem estar” de quem não produziu trabalho e nem esta renda. Nossa omissão faz a alegria material dos outros.
Esta prática para ser melhor aceita (desprezando a ética, a moralidade e maquiando a legalidade), dá-se o nome de “Caixa 2”, destinado à financiar campanha política partidária. Depois disso é só legalizar o “Caixa 2” , tornando-o apenas como pequeno delito, socialmente tolerável, imputando-se aos réus “penas sociais”, que pode ser cumpridas em resorts com a família (para ela entrando dinheiro em casa, para financiar o supérfluo em abundância, pouco importa a origem).
Dinheiro a gente ganha e perde; valores necessitam ser construídos e mantidos.
O que herdamos dos nossos pais? Que legado deixaremos para os nossos filhos? Em que tipo de sociedade gostaríamos que os nossos netos vivessem?
É mais fácil sair do Lixão da Avenida Brasil, deste nós temos o controle, mesmo que indiretamente, o autor da novela à conduzirá conforme a nossa opinião, do que do Lixão que estamos transformando o Brasil, mesmo tendo o controle direto e explicito, através do voto popular.
O ser humano é, realmente, um bicho estranho!!!
Quando criança escutava que cada povo tem o governo que merece. Hoje entendo que o governo somos nós, e, cada povo tem os governantes que elege.
Para corruptores e corruptos os fins sempre irão justificar os meios. Depois é só manipular, dissimular, mentir, dar outra versão sobre os fatos e negar, sempre.
Mais importante do que a Lei da Ficha Limpa, que será limpa ou permanecerá suja, conforme interesses envolvidos, é ter Consciência Limpa e Livre, para realizar as escolhas, votando em quem respeita a educação, pois apenas ela é capaz de transformar uma pessoa e esta a sociedade.
As conquistas e realizações das virtudes, depende do respeito que devemos ter pela educação. Saúde orgânica e financeira, segurança pessoal e patrimonial, valorização do trabalho e sentido para a vida, organização familiar e da sociedade, compromisso com a verdade e justiça...tudo que é bom para melhor vivermos... são apenas conseqüências.
Lamento pelo desastre, no processo de humanização, que poderá acarretar o resultado do julgamento em curso, com práticas evidentes, testemunhadas e abusivas, traduzido como o mais significativo ato de improbidade na história do nosso pais, a morada dos nossos descendentes.
Em respeito aos meus filhos e amigos, continuarei fazendo a minha parte, como cidadão, com direito pleno de manifestar a minha indignação e lamentar pelas nossas escolhas. Nossas vidas se comunicam em muitos pontos, somos responsáveis uns pelos outros. Temos que melhorar a qualidade da “massa crítica” do povo brasileiro, votando em quem “poderá” honrar o nosso voto, sem compromisso com partido ou pessoas. A maioria delas não tem convicções ideológicas; outras não são fiéis as suas convicções, mudam conforme a ocasião e interesse (assim é o ser humano, não espere milagres em forma de lideranças confiáveis). Por isso não podemos ter compromisso com aqueles que erram, roubando os nossos sonhos e prejudicando a realização dos nossos ideais. A utopia na política é procurar relacionar propostas com pessoas, o que prometeu e a lógica de como realizar; não podemos considerar apenas à promessas, pois, a arma mais poderosa que o ser humano possui é a da sedução.
É prudente, preferencialmente, pensar na possibilidade de votarmos na oposição, pois o custo social de uma reeleição é muito caro. A oposição só é oposição enquanto não for situação. Quando homologada a sua eleição, reproduz com requinte o que mais condenou, e, utiliza de mecanismos, nem sempre convenientes, para manter-se no poder.
Políticos e partidos não mudam, cabe-nos escolher, de maneira responsável, considerando o bem estar de todos, quem poderá nos representar. É um compromisso difícil de ser executado, mas compensa (nenhuma conquista é fácil), é um processo de treinamento e aperfeiçoamento.
Pessoas de bem devem ser valorizadas, as más execradas da administração pública.
Como?
Com a força do voto, a nossa única arma disponível e poderosa.
A humanidade não está perdida, tem solução, através de atitudes responsáveis. Deve estar comprometida com o que é real e influência a qualidade de vida.
O Lixão da Avenida Brasil um dia acaba, quando e como o autor achar mais interessante; somos apenas integrantes de dados estáticos e não os protagonistas. Esta novela será substituído por outra obra, em forma de romance, drama, comédia ou aventura. A distração é muito importante, mas é apenas um lazer, que pode mudar.
Na política não podemos permitir que nos considerem apenas como um número estatístico, como uma possibilidade de voto num candidato (que busca a oportunidade para legislar para o próprio benefício). Na história da sociedade aonde vivemos, somos os protagonistas de um processo sem fim, que herdamos e tomamos emprestados das futuras gerações.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Conflitos: Sistema Motivacional e Sistema Valorativo
Temos vivido tempos de tensão, de maneira clara e sempre presente.
O “mercado” exige pessoas motivadas, e, para nos realizarmos pessoal e profissionalmente, temos que ser pró ativos.
As corporações procuram desenvolver “sistemas motivacionais“.
O conflito está estabelecido, pois, ao mesmo tempo, somos pressionados pelo “sistema valorativo”, isto é, para nos sentirmos bem, temos que estar comprometidos com a “possibilidade do consumo imediato”. Neste caso, a qualidade de vida depende da conquista das coisas, independente da sua real necessidade e conseqüente benefício. É consumir pelo simples prazer de consumir.
Pesquisas revelam que a grande maioria das pessoas não conseguem comprar o que gostariam. No ato de consumir, não considerarem as reações que o produto da compra irá impactar nas suas vidas. Qual o significado e o valor emocional da compra? Para se sentirem vivas, necessitam estar envolvidas em projetos de consumo.
A motivação pelo consumo é maior do que a motivação para a própria realização.
A possibilidade e até desejo, de vivermos uma vida, livre da necessidade do consumo sem sabedoria, choca-se com a realidade da força da motivação econômica. O suficiente parece ser pouco, gerando insatisfação sem controle, considerando o dinheiro como única moeda de troca na obtenção do prazer.
Diante destes fatos, está estabelecido o conflito. Que motivação é a mais importante na conquista da liberdade e do bem estar? Qual a relação entre os valores sonhados e os vividos?
Observo através de indicadores, uma sociedade desgovernada, sem educação financeira.
Seu comportamento revela um sintoma de ambivalência.
Diante desta “guerra” interior, a grande maioria das pessoas se mantém alienada, com opiniões e valores éticos flexíveis, para se debruçarem conforme a conveniência.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
O futuro não é nosso e nem totalmente não nosso
Todo bem e todo mal....residem apenas nas sensações.
Seremos, apenas, privados das sensações... pela insanidade ou pela morte (ausência da vida).
Para quem não acredita na vida após a morte....ela é bastante efêmera... pela consciência que envolve a medida de tempo.
Mesmo que exista vida após a morte...se não tivermos nenhuma lembrança desta ou de outra vida...será como viver...cada vida...uma única vez... sem acrescentar um tempo...em direção ao infinito para uma forma de vida.
A vida é só consciência...realização dos desejos....satisfação das necessidades básicas.
Em que fase, ou forma de vida, cada um deseja a imortalidade? Na sucessão de fases? Começando do zero absoluto...exigindo aprender tudo de novo?
Não há lembranças...nem sensações nostálgicas do que já fomos.
Para algumas pessoas não há nada de terrível em deixar de viver...para elas a informação destrói os mistérios.
A filosofia existencialista, desde a Grécia antiga, diz que a morte deve ser entendida como fenômeno natural, para os vivos...como o nascimento, as transformações de fases durante a vida....como nada representam para os mortos (é dormir sem sonhar).
Viver não deveria ser um fardo...e...não viver nenhum mal.
O futuro não é nosso, não temos como controlá-lo...e....não totalmente não nosso...algumas situações podem ser previstas...quem planta morangos não colhe abacaxis.
Premio? Castigo? Consequências?
Vivemos o reflexo de ontem... viveremos o reflexo do hoje.
Temos desejos naturais, produtivos, inúteis, prejudiciais...quem realiza as escolhas?
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Como pode e deve ser as relações entre as pessoas
“Quanto mais esperto o homem se julga, mais precisa de proteção divina, para defender-se de si mesmo”... Sêneca.
Na busca incessante pelos prazeres que existem na liberdade e no bem estar, algumas condições são significativas, como: ser respeitado. As pessoas só manifestam o respeito, por cada um de nós, quando sentem-se respeitadas. O resto é falácia.
Somos e seremos conhecidos pelas nossas pegadas, não pela oratória. As nossas atitudes são difíceis de serem explicadas e justificadas pelas palavras. As coisas que fazemos são tão marcantes, que impedem de considerar o que dizemos.
É prudente, ouvirmos e refletirmos antes de julgarmos. Há conseqüências na forma de pensarmos e agirmos, para sentirmos o mundo. Toda avaliação exige coerência, nas diversas formas de expressão e utilidade.
É indesejável lidarmos com pessoas que não são sinceras. Diante do mentiroso encontra-se sempre um abismo. Temos a necessidade de sabermos com quem, efetivamente, estamos nos relacionando, nas diferentes formas. A qualidade das relações depende da honestidade entre as pessoas. O desejo humano é de estabelecer sólidas relações, para que possamos, cada um, sermos verdadeiros, independente do que somos, doutos ou não.
No amor, como na amizade, a confiança permite sermos autênticos, este é o ideal de ser. Caso contrário, nunca sabemos com quem estamos nos relacionando e nem como devemos ser. Nas relações sem sinceridade não há entrega, apenas cautela.
É impossível agradarmos á todos. É bom agradarmos as pessoas afins. Construímos a nossa identidade nas relações que estabelecemos com os outros, com o mundo, e, principalmente conosco mesmo. Não podemos “abrir mão” das nossas atitudes, construídas com valores, princípios, ética e moralidade.
No mundo, sempre existirão pessoas que vão “gostar”, “admirar”, “respeitar”, “valorizar”, “reconhecer”, “reproduzir”....o que somos, pelo que fazemos. Como existirão pessoas que nunca irão gostar...........de nós.....pelos mesmos motivos.
O que nos obriga escolher: quem queremos ser? De que maneira queremos existir? A quem queremos agradar? Como podemos nos relacionar, qual os limites?
Tudo que fazemos é para agradar alguém, e não á todos.
sábado, 11 de agosto de 2012
Ser ou não ser.....refletindo com os mitos
O mito é considerado a pré-história da ciência. Prometeu e Epimeteu eram irmãos, simétricos (tinham o mesmo tamanho e valor, contundo com entendimentos opostos).
Refletindo com Francis Bacon em sua obra “A sabedoria dos antigos“:
Prometeu, significa em grego, pré-pensador, simboliza aquele que pensa antes de agir, caracterizando a racionalidade. Epimeteu, ao contrário, significa pós-pensador, simboliza aquele que age antes de pensar, é a impulsividade.
Na vida, tudo tem o seu valor e seu preço.
As escolhas são traduzidas em conseqüências. Benefícios acarretam custos. Conquistas implicam em sacrifícios.
As pessoas racionais, como Prometeu, procuram ser prudentes, tem foco no amanhã, são cautelosas, conseguem visualizar o futuro próximo e o antecipam, tornando-se precavidas. Esse comportamento implica em abrir mão de muitos prazeres, ocasionais e momentâneos. As vezes esquecem de suas necessidades, básicas e inocentes, em favor de suposta segurança.
As pessoas impulsivas, como Epimeteu, preferem desfrutar dos prazeres imediatos, sem cálculos financeiros e emocionais. São imprudentes, não se preocupam com o dia de amanhã. Vivem em dificuldades para manter a saúde física e mental, devido opressão pela necessidade em financiar a vida. Para se nutrirem, convenientemente, se alimentam emocionalmente com todo tipo de sonho e esperança, sem conhecimento e fundamentos lógicos.
Freud definiu a felicidade como sendo a gratificação ulterior de um desejo pré-histórico. Depende ela do “ideal de felicidade” dos nossos ascendentes (a cultura das civilizações) e principalmente dos desejos infantis, característicos das crianças. Por isso que a riqueza não é sinônimo de felicidade, o dinheiro não é, em si mesmo, um desejo infantil. O dinheiro é apenas um meio. “A alegria é a prova dos nove” (Oswald de Andrade). Utilizando um sentimento de Shakespeare é possível afirmar: antes dos portugueses descobrirem o Brasil, O Brasil já havia descoberto a felicidade.
Goethe faz referência, de que são inúmeros os exemplos que podemos observar em grupos sociais, relacionando o prazer na satisfação vivida pelas pessoas ao beneficiar-se de coisas simples, de situações que poderiam ser facilmente desprezadas em culturas mais sofisticadas. Relata a sua experiência ao chamarmos, as vezes, alguns povos de preguiçosos, que é na realidade um estilo de vida. Eles criam condições de ser feliz e não apenas de fazer dinheiro. O seu patrimônio, é a forma de viver sem preocupações constantes, e não a necessidade de acumular fortuna ou na conquista do sucesso à qualquer preço. No existir e no “como” realizar o seu dia, consiste o prazer.
Poderá existir alegria na pessoa que pouco possue?
Algumas pessoas necessitam apenas do essencial, para atender as suas necessidades básicas. Conseguem realizar muito do pouco que têm e, ainda, compartilham. Outros carregam inquietações pelo simples fato de existir, desenvolvendo a arte em acumular.
Mais importante do que idealizar um estilo de vida minimalista é não ignorá-lo.
Considero que nem sempre a virtude está no meio. A virtude na arte da ”liberdade” e do “bem estar” depende do conhecimento e da capacidade de fazer a melhor escolha, em ser como Prometeu e Epimeteu, conforme as circunstâncias. É preciso saber administrar esta bipolaridade. Há situações em que é bom ser “racional” e em outras “impulsivo”.
Como na vida nada é certo, então tudo é possível. Somos fortes para mudarmos a nós mesmos e o mundo. Somos fracos, pois podemos morrer á qualquer instante.
As normas são para nos orientar e não, obrigatóriamente, temos que servi-las, o tempo todo. Somos livres e não reféns das regras que nós mesmos criamos.
Não é possível sermos sempre irresponsáveis, como Epimeteu, nem tão preocupado por antecipação e sofredor por coisas que talvez nunca aconteçam, como Prometeu.
Nesta polaridade, o ideal de sabedoria nos obriga encontramos o ponto certo (com acertos, erros, correções) para desfrutarmos das consequencias em sermos prudentes.
Sendo prudentes nos beneficiamos do conforto e dos poderes de termos o controle da situação financeira. Entretanto, este sentimento previdenciário (como sugere a racionalidade de Prometeu), tem que estar dentro de limites, para não perdermos os encantos, deslumbrantes, da aventura, da invenção, da espontaniedade afetiva (que são consequencias da impulsividade de Epimeteu), experimentando a alegria do momento, como se não houvesse amanhã.
Na arte em acumular, as regras são decedidas pela cultura financeira, e, na arte em viver pela busca da realização do prazer, fundamentada no desejo (característica da espécie humana).
As invenções humanas e suas fantasias são complexas e costumizadas. Por isso não existe receitas prontas e nem sugestões generalistas, elas necessitam ser construidas.
O estilo de vida pode ser diferente em cada fase, influenciado pelas circunstâncias e pela vontade de cada pessoa, de como deseja existir, à partir de cada momento.
Há necessidade de ser observada a coerência e a consistência, com o ideal de felicidade escolhido, considerando os “custos” e as “estratégias” envolvidas.
Pessoas diferentes, a mesma pessoa em situações diferentes, implicam em formas diferentes de vida. Os interesses e valores, as preferências e antepatias, como o sabor dos prazeres, variam conforme a cultura e momentos, a vida não é linear.
Temos a possibilidade e o poder de nos construirmos e nos reformarmos, sempre que necessário.
É bom valorizarmos quem conseguimos ser (considerando que fizemos o melhor possível), para nos sentirmos satisfeitos com o que temos, sem nos aborrecermos pelo que não conseguimos ser ou não temos.
A felicidade não se conquista com facilidade, partindo-se do príncipio, que nem sempre sabemos o que desejamos (somos eternos aprendizes do desejo). Será impossível sabermos o que o outro deseja, o que implica na necessidade de dialógos constantes, considerando a pluralidade de ideais de felicidade.
Precisamos nos revisitar, interiormente, para fazermos de novo, uma nova vida.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Eu e você...você e eu
A vida nos convida, as vezes até obriga, sermos como a nuvem, passageira.
Outras vezes somos como o barco, que saí, sem saber para onde, abandona o cais.
- Mas, sempre como folhas, que florescem e caem, começando, novamente.
Queria ser o vento, a suave brisa, que em toda estação, possui você.
Me aproximar e permanecer, para afirmar, o que ninguém sabe e vê:
- “Depois de um tempo, só teria sido feliz, com você“.
Quem compreende, entende, valoriza e ama, o quanto te amo e amei,
Mesmo que por um instante, saberá o que é ternura e paixão.
- A felicidade, em todo caso, não se adquire com facilidade.
A mudança o tempo faz, mesmo envelhecendo, nunca estive só,
Tenho a sua companhia, revelada na presença, da saudade e do desejo.
- Tua significativa lembrança, preenche o vazio, nesta forma de existência em você me abraço.
Poderá explodir esta paixão guardada?
Há espaço, já tenho pressa, espero todo dia, sem de noite te encontrar.
- Deixei aberta, a porta secreta, para ver você entrar, e sentir no nosso encontro, porque esse encanto.
Assim tenho sido eu com você, deixe-me sonhar, esperando, sem possibilidades de realizar.
As coisas mudam, o tempo passa, mas em mim uma coisa ficou: o meu sentimento por você.
- Estou sozinho, sem solidão, e não gostaria de ficar; como folha ao vento, conhecendo a direção, quero te encontrar.
Fecho os olhos, mesmo acordado, imagino você, decididamente alegre,
Dizendo que veio para ficar, e sorrindo adolescente, diz que quer me amar.
- Amar também é uma escolha, a sua escolha, por uma doce loucura, acreditar na ilusão e construir uma vida nova.
sábado, 4 de agosto de 2012
Epitáfio....Umberto Paulo Mingrone
Para os filhos e netos do meu TIO, como de outros, sobrinhos ou não... Umberto Paulo Mingrone
Juntos fomos nos despedir de um corpo, que serviu durante anos para abrigar uma pessoa.
A existência do conjunto de órgãos e suas funções, delimitam a vida numa medida de tempo.
Nesta despedida, como em toda despedida significativa, existiu um sentimento traduzido numa imagem de morte.
Felizes os que, como ele, experimentam a morte uma única vez, pois, nunca se escondem da vida, mesmo diante de tantas dificuldades.
Sua vida é marcada por superações constantes, como a morte da mãe, quando ainda infante.
O seu comportamento não foi construído num ponto de partida e nem de chegada, foi determinado pelas suas atitudes, em benefício das pessoas e das famílias.
A vida é o conjunto das funções que resistem à morte... a morte tirou-lhe a vida...mas não a sua história.
Metade de nós é saudades.....a outra metade é gratidão.
Gratidão pelo feliz convívio com uma pessoa INcomum, EXTRAordinária. Pessoa marcante pela sua capacidade em servir, possibilitando a transformação de pessoas em benefício da sociedade.
Seu destino estava no caminho, plantando, semeando, cantando, orando, compreendendo, respeitando, amando...nunca teve um caminhar vazio.
Foi perfeito no seu trabalho. Mesmo depois de morto continua presente, atuando naqueles que influenciou, positivamente.
Maior do que o segredo e mistérios que podem existir na sua morte, foi o ministério revelado na sua capacidade de servir com determinação e alegria.
Foi bravo, foi forte, foi guerreiro, foi conciliador, foi parceiro, foi mestre, foi coordenador, foi aglutinador.....foi e continua sendo útil...pelo modelo de comportamento exercido e, digno de ser admirado e reproduzido. É uma referência construtiva.
Emocionado no seu velório, não só pela condição de me sentir mais órfão, mas também, porque o ciclo mais importante da minha vida, da minha história, do meu patrimônio, fechou-se, com a extinção “material” do último e mais valorizado dos tios (pelas suas marcantes e significativas ações). A sua morte, permitiu-me confirmar a transitoriedade das coisas. Pessoas como ele, deveriam ser uma entidade, para permanecerem encantadas.
Agradeço aos meus primos, por ter-nos cedido, quando necessário, o seu preceptor.
Sua despedia foi dor...sem desespero...abreviou sofrimentos.
Mas seria bom, pelo que ele representa, que fosse apenas boa noite...até o amanhecer de um novo dia,..para abraçá-lo e dizer tantas coisas... que não dissemos.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Mulher que canta e dança
http://youtu.be/5NgliCkd8t8
Outro dia, lendo uma crônica de Rubem Braga, refleti com ele. Gosto de ver mulher que dança, que canta, que dança cantando, de braços abertos, para os lados ou para o alto. Percebe-se que não há exibicionismo e sim prazer. Esta pessoa perdeu o medo da avaliação dos outros, de se considerar ridícula (este sentimento nos inibe o tempo todo, que mania que conservamos de querer agradar os outros e, os outros a nós). Existe um momento em que a graça se confunde com a beleza, e admiro ainda mais, é a emoção deste encontro á serviço do esplendor da mulher.
Está explicito neste gesto, o sensualismo e a malícia da mulher...elas são bárbaras!
Quem gosta admira, quem não gosta inventa uma desculpa, desprovida de lógica.
Goza quem dança e canta e quem observa também.
Assinar:
Comentários (Atom)