terça-feira, 13 de maio de 2014
“Diferença entre trabalho e ócio”
Originariamente, principalmente na Grécia Antiga, “trabalho” era toda atividade física que fizesse suar, com exceção do esporte. Portanto, quem trabalhava...suava, atividade exclusiva dos escravos ou dos cidadãos de segunda classe. As atividades não físicas...não faziam suar, eram as atividades intelectuais, utilizavam a mente, portanto, eram as atividades dos cidadãos de primeira classe, como as políticas, de estudo, artísticas, culturais, etc.
Na sociedade industrial, os sindicatos fizeram distinção entre o tempo de trabalho (para suar trabalhando e suando) e o tempo liberado (livre para não suar ou até para suar no esporte). Nós vivemos um tempo em que não era possível e nem aconselhável pensar (o melhor era nada saber para ser facilmente manipulado). Nas linhas de montagem o homem era adestrado a usar as mãos, os pés, o corpo todo, menos o cérebro. A sociedade atual necessita libertar o corpo e possibilitar cada um tornar-se uma alma livre.
O filosofo moderno, o educador do futuro, o terapeuta útil, o gestor que deseja aumentar a produtividade de sua equipe, deve possibilitar a informação para a conquista da liberdade individual e na relação com o grupo - como todo ser vivo, o homem deseja a liberdade.
Mesmo sem um ritual de passagem marcante a sociedade mudou e, não temos parâmetros para quantificar e qualificar o “quanto” e no “que”. As mudanças são observadas por alguns, mal avaliadas e julgadas por outros, são espontâneas e ocasionais, geradas por significativas insatisfações. Não há sensação de liberdade objetiva e possibilidade, de fato, na construção segura do bem estar, devido às más condições ideológicas, financeiras e religiosas. Cada pessoa necessita criar um modelo próprio (baseado nas suas necessidades e desejos lógicos) e, cada grupo social pensar num modelo de acordo com os seus usos e costumes. Hoje temos apenas estilos de vidas ocasionais e incoerentes para a própria pessoa; na maioria das vezes, são superficiais e a pessoa não consegue justifica-los, apelando apenas para o PORQUE SIM!
As empresas sempre procuraram um trabalhador padrão. Este trabalhador não existe mais, ninguém quer ser padrão de um modelo que ele não construiu. As pessoas pensam - mesmo quando não pensam em nada – e, a produtividade depende da valoração do homem como pessoa, que tem necessidades para serem conquistadas como resultado da sua interação com a própria vida e do meio com que ele se relaciona.
O dinheiro deve ser produto de uma conquista, até de uma necessidade momentânea diante de um fato ocasional e limitante, e, não ser proveniente de um salário por ter-se submetido a um adestramento imposto por uma organização. O treinamento é fundamental para a obtenção de sucesso de uma pessoa ou de uma equipe, mas, depende da forma como será apresentado e desenvolvido, exigindo conhecimento, compreensão, respeito e das qualidades naturais de quem lidera pessoas em busca de um resultado satisfatório.
Na sociedade pós-industrial, o trabalho repetitivo, físico ou intelectual, será realizado por máquinas. Portanto, nos resta, apenas, sermos criativos. Esta é uma conquista difícil de ser aceita, e mais difícil ainda, é a pessoa colocar-se em condições de usufruir um novo modelo de vida.
Disse Ferdinando IV de Bourbon: “É mais fácil um homem perder o seu trono do que transformar os seus hábitos”. Ele viveu a condição real de perder o trono. Estamos habituados a desempenhar funções repetitivas, tornando a vida uma rotina para ser mais fácil o seu controle, e ter, aparentemente, menor desgaste momentâneo, portanto, é necessário um bom motivo e um grande esforço para aprendermos uma atividade criativa, digna do ser humano.
Somos e seremos sempre escravos dos nossos hábitos, independente de quais sejam esses hábitos! Por que não construímos bons hábitos para sermos reféns dos hábitos que nos proporcionam liberdade e bem estar?
Estamos em plena transição de época, saindo de um mundo industrial e entrando em outro, onde irá predominar o bom serviço (servir é o lema). Temos tecnologia de ponta, equipamentos de primeiro mundo e pessoas desinteressadas e desinteressantes. O mundo moderno pode ser bom, tem que melhorar a frequência.
Max Weber diz que as coisas só podem ser compreendidas se forem observadas a sangue-frio e em profundidade, apreendendo a sua objetividade.
É preciso inovar! Como fazer: se desejamos o novo, mas, temos de inovar?
A modernidade não trouxe nada mais do que prazeres momentâneos, superficiais, gerando cada vez mais ansiedade, pela expectativa “do novo do novo”, sempre renovada, acreditando que o melhor chegará com o futuro, esquecendo que o FUTURO CHEGOU.
Sempre estivemos em períodos de transição, mudanças acontecem e necessitam acontecer, variando apenas a intensidade e a velocidade. É bom lembrar que, infelizmente, não temos o luxo da eternidade e precisamos fazer as mudanças numa única vida.
O que vivemos hoje, não é apenas uma mudança de época, mudando os fatores históricos, é uma mudança de paradigmas, a base na qual as pessoas vivem é que se altera.
Por que isto acontece?
Porque ocorrem significativas inovações simultaneamente: novas fontes energéticas e alteração do meio ambiente; novas divisões e organizações de trabalho; novas divisões de poder e importantes problemas sociais (culturais, ambientais, ideológicos e religiosos).
Quando apenas uma das questões se altera viveríamos apenas uma inovação, mas, quando são coincidentes, caracteriza-se uma mudança de época e seus paradigmas. Como dizer se esta onda histórica será curta, breve, média ou longa?
As pessoas necessitam construir um novo modelo de vida para si mesma e para o mundo (nenhum modelo atual atende as necessidades humanas).
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