segunda-feira, 12 de maio de 2014
“Leia e Reflita...Pense e se Transforme...Aja e seja Feliz”.
Podemos observar que a sociedade formada por pessoas adultas, voltadas apenas ao trabalho, chega ao seu final. Estamos caminhando em direção a uma sociedade na qual grande parte do tempo será dedicada a outras coisas – que depende do modelo de vida adotado pela própria pessoa.
Após o período industrial cresce o setor de serviços, principalmente os que envolvem: entretenimento, lazer, educação e saúde. A vida moderna comtempla o tempo vago e não mais o trabalho em excesso. Há uma evolução natural em fazermos mais coisas com o cérebro do que com as mãos, diferente do que tem acontecido durante anos.
As atividades mais privilegiadas na sociedade, em construção, são as exercidas utilizando o cérebro de forma criativa - o mundo atual exige criatividade.
O universo de possibilidades, contidos numa cesta infinita ou um enorme guarda chuva abrangente, é o laboratório de ensaio para desenharmos o nosso modelo de vida - possível e aceitável. Podemos considerar as palavras de Cristo: “Aprendei dos lírios do campo, que não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles”.
A nossa vida de trabalho se assemelha um “canteiro de obras”, onde poucos são os que trabalham e muitos os que observam, alegando orientação e controle da obra. Hoje temos mais executivos do que trabalhador para executar.
Por que interessa a atividade criativa?
Existem três momentos importantes na vida das pessoas: o trabalho (algo para ser realizado), o jogo (uma vocação, um desafio prazeroso, uma atividade de preferência pessoal) e, o aprendizado (porque é transformador). A atividade criativa nos proporciona esses fatores fundamentais na vida humana, ao mesmo tempo.
Quando pensamos esses fatores isoladamente, os seus resultados nos parecem insatisfatórios e até artificias, por tornarem-se uma obrigação terapêutica: biológica, emocional e cultural.
Vive melhor, com liberdade e bem estar, a pessoa que consegue fazer da sua vida uma unidade: trabalho, jogo e estudo.
Como o novo sempre vem, o hoje nos convida para mudanças de paradigmas e estilo de vida, realizando passagens sucessivas no nosso comportamento, cada um criando um novo modelo para si mesmo: (1) passagem da atividade física para a intelectual; (2) da atividade intelectual do tipo repetitivo para a intelectual criativa e produtiva; (3) do trabalho-esforço (antes separado do tempo livre, do prazer em fazer o que gosta e gostar do que está fazendo, e, do estudo objetivando transformação e aprimoramento) para o trabalho criativo (que contemple o estudo e o jogo, possibilitando todas as necessidades serem coincidentes o máximo possível).
O ideal de busca deve ser o “ócio criativo e produtivo”.
É preciso acordar: “A sociedade industrial acabou” temos que pensar numa nova sociedade.
Por que acabou a sociedade industrial e, o que deve ser valorizado na sociedade pós-industrial?
A sociedade é dinâmica, como o tempo e a composição do dia, as estações são cíclicas, tem tempo de validade para se renovarem. O homem é um ser em movimento constante, até para não ensejar a monotonia e minimizar o tédio existencial.
Portanto, algumas questões exigem reflexões: (1) os modelos atuais já se esgotaram, prometeram muito e devolveram quase nada – restam apenas promessas não cumpridas; (2) a globalização da economia e da sociedade, além de descaracterizar individualidades culturais, favoreceu apenas os poderosos que conseguiram comprar talentos e aumentar as suas riquezas (1/3 da riqueza do mundo estão de posse de 85 pessoas apenas: as riquezas são suficientes para atender todas as pessoas e insuficientes para atender o desejo de cada um); (3) temos que pensar num modelo de desenvolvimento sem existir emprego para todas as pessoas; (4) a feminilização da sociedade de trabalho trouxe consequências que devem ser ajustadas pensando na organização familiar; (5) o declínio das ideologias tradicionais e o perigo das convicções religiosas; (6) a utilização dos recursos naturais e influências climáticas; (7) principalmente os sujeitos sociais emergentes (a “geração perdida” de jovens, os adultos abandonados que descartam a sua prole, as crianças que não conseguem desenvolver-se por falta de cuidados); (8) a falta de políticas públicas no cuidado com as pessoas; (9) a importância de um tempo livre para praticar o ócio criativo e produtivo; (10) o estudo para aprimoramento, transformação e amadurecimento.
Toda vez que dizemos que precisamos descansar, alguma coisa está errado, como disse Arthur Rubistein (célebre pianista que vivia de tocar piano): “Descansar? Descansar do que? Eu, quando quero descansar, viajo e toco piano”.
Disse Aristóteles: “A guerra deve ser em função da paz, a atividade em função do ócio, as coisas necessárias e úteis em função das belas”.
“Não é do trabalho que nasce a civilização: ela nasce do tempo livre e do jogo” (Alexandre Koyré).
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