sexta-feira, 16 de março de 2012

A importância de cumprir as promessas, possíveis de serem realizadas

Outro dia, lendo uma crônica de Rubem Alves (um dos autores preferidos), me surpreendi visitando o meu passado, com um olhar crítico. Fui muito feliz no casamento. O que poderia ter contribuído para esta realização ? Lembro com emoção a primeira noite que dormimos como casados. Acordei enquanto ela dormia, olhei para o seu rosto, jovem, a contemplei e fiz uma promessa silenciosa: “que bacana, deixou a segurança da vida em família, para formarmos uma nova; não sei se te farei feliz; mas farei de tudo para te valorizar como pessoa, e, construirmos um lar agradável para juntos vivermos“.
Hoje percebo que não prometi amor eterno. Amor é um sentimento, mesmo que nobre, pode não ser duradouro, pode ser muito efêmero até, pode mudar de direção. O homem não é, naturalmente, um ser monogâmico, deverá ter muito controle e saber renunciar. Valores sociais, financeiros, religiosos, culturais, exercem influência no comportamento das pessoas.
Não foi o amor que permitiu a nossa realização de família, foram as promessas...realizadas. “Cumpra, mesmo chorando, as promessas que você fez sorrindo“... dizia meu pai.
Fui refém, livre e consciente, desta promessa, determinante para os nossos momentos de prazer. Foram dificuldades, conquistas e muito prazer, até que a sua morte nos separou. Ela morreu como me pediu, de mãos dadas, Mãos que um dia se uniram numa cerimônia social e viveram unidas, fruto de uma promessa que garantiu a existência da compreensão, do respeito e do amor. As promessas, foram a minha orientação na escolha e execução das minha atitudes. O amor? Existe até hoje. Gosto da pessoa que conseguimos ser, como produto do cumprimento das promessas que um dia realizei, confessada apenas ao meu coração e à você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário