segunda-feira, 28 de maio de 2012
O que dizer das lembranças?
Nossa vida é uma somatória de sensações e fatos, que caracterizam quem somos como resultado das nossas experiências.
Dependemos sempre das circunstâncias, algumas herdadas e outras que surgem, naturalmente, ou as construímos, conforme oportunidades e possibilidades.
Algumas lembranças se dissolvem em esquecimento, outras se fazem presentes em diferentes formas e tempo. Quando elas surgem, temos duas possibilidades: escapar mudando a forma de pensar ou mergulhar nelas.
Ao convivermos com as lembranças, temos algumas sensações, como: nos beneficiarmos da saudade (presença dos ausentes); refletirmos sobre os fatos anteriores e nos sentirmos desconfortáveis; ponderarmos para nos servir de aprendizado (na busca pelo ideal de sabedoria e sua pratica, prestigiando a liberdade e o bem estar).
As coisas não são boas e nem ruins em si mesmas, depende da sua utilidade.
As lembranças encurtam ou aumentam as distâncias, entre a realidade e o prazer? Vida é o que está diante de nós ou podemos ter momentos de felicidade com as lembranças? É bom ou ruim ser saudosista? Podemos nos encantar com as lembranças? Saber de onde e como viemos pode nos conduzir, em melhores condições, para aonde vamos?
As lembranças são o nosso patrimônio, mesmo que algumas delas, por diferentes motivos, devemos manter em segredo.
Como o homem é um ser histórico, é sempre bom termos boas atitudes, para termos boas lembranças. Estas nos sustentarão.
Gostando da pessoa que conseguimos ser é a nossa mais significativa e importante realização.
É impossível querer que o tempo volte, nem que as lembranças magníficas já vividas se repitam, devemos querer construir novas histórias, maiores e melhores. As lembranças são as nossas aliadas, como referência, como exemplo e desenho de uma situação já vivida e suas conseqüências. Podemos reproduzir, com maior requinte, o que deu certo, e, impedirmos ou minimizarmos os efeitos do que não nos trouxe satisfação e prazer. Nem sempre saberemos os resultados das nossas ações mas, como precisamos de bons resultados, nada mais lógico do que consultar as nossas lembranças, de fatos vividos ou para nós orientados. Felizes os que conseguem aprender com os mais experientes; aprender com os próprios erros nos obriga sermos precavidos; os tolos não aprendem nunca. Pessoas interessantes são aquelas que nos eternizam, trazendo para as nossas lembranças momentos de felicidade, quem conseguimos ser quando com elas estávamos, e, nos orientam para o futuro.
Quem um dia conheceu e celebrou momentos de prazer, não consegue aceitar, pacificamente, a tristeza (ela tem que nos inquietar e ser motivo para buscarmos transformar, sabiamente, os nossos dias, mudando o nosso comportamento; para isso devemos mudar a forma de pensar e agir). Cada um deve buscar o como fazer, mobilizando os meios disponíveis com a nossa força interior. O modo é singular, os exemplos orientam os nossos caminhos.
Mesmo o tempo não ter comprado passagem de volta, é bom termos boas lembranças. Isto é vida interior, quem tem vida interior não padece de solidão. Momentos de solidão são importantes, mas que sejam apenas momentos. É bom, quase sempre, ter uma “boa” companhia. Feliz é quem a tem e a valoriza.
Gabriel Garcia Marques disse: “ era ainda jovem demais para saber que a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e, que graças a este artifício conseguimos suportar o passado”.
O passado parece ter sido um tempo melhor, porque já passou.
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