quarta-feira, 2 de abril de 2014

“VERDADE e JUSTIÇA: facilitadores das conquistas - como a liberdade e o bem estar”.

Hegel disse: “Nada de grande se realiza no mundo sem paixões”. Paixão é uma emoção, ampliada, e, quando não dominada pode ser doentia. A pessoa apaixonada, por pessoas ou coisas, é acometida pelo fascínio que algo ou alguém pode exercer na sua vida. A verdade e a justiça são sentimentos inatos do ser humano, que caracterizam as suas necessidades básicas e devem ser identificadas, para serem preservadas e nutridas com paixão. O homem é aquele que “busca” alguma coisa, principalmente o prazer, conquistando ou apenas recebendo como dádiva. A mentira e a injustiça, semelhante à paixão doentia por uma pessoa, é dolorida para o ser humano natural. Podemos perder, temporária e parcialmente, a racionalidade do nosso pensamento e da nossa conduta. A mentira e a injustiça traduzem uma farsa. A nossa individualidade e a nossa identidade, devem ser respeitadas para serem mantidas integralmente. Por isso, que a paixão, a atração física por uma pessoa, tem prazo de validade, pois, seria impossível estarmos apaixonados o tempo todo. Porque esta emoção, como um sentimento impulsivo, geram sintomas orgânicos desconfortáveis e sensações desagradáveis. Esta paixão necessita se transformar em amor: compreendendo, respeitando e valorizando os sentimentos, a causa e a pessoa – objetos da paixão. A paixão é um sentimento de desejar, de querer, de procurar o tempo todo e a qualquer custo o “amor do outro”, transformando-se num vício. Procurar o entendimento para o exercício constante da verdade e da justiça deve ser uma paixão, um amor pelo sentimento, um desejo de conquista, como pratica diária deste saudável e produtivo vício. É apenas na contemplação da verdade e da justiça que a razão se realiza. A criação e a manutenção da mentira exigem ações complexas e cansativas, sendo impossível lembrar sempre do fato inventado, portanto, o mentiroso está, diariamente, diante de um abismo. A mentira existe para enganar, para iludir, para anestesiar a realidade, para alguém se beneficiar de alguma coisa. Por isso dizemos que o pai da mentira é o diabo. A pessoa com atitudes injustas, que marcam a pratica natural de qualquer consciência humana, é imprópria na caracterização de um indivíduo por não satisfazer o que é digno na aspiração do homem e da sociedade. E, neste reinado injusto, que atende apenas um interesse pessoal, sempre irá gerar o mal, a discórdia, a revolta, a guerra, a destruição, a violência, enfim, de tudo que impede a realização dos valores da razão. Platão, discípulo de Sócrates, num significativo trabalho “A Republica”, que tem como questão principal a justiça, diz ele: “O que é a justiça”? A justiça se declina num plano tanto individual (justiça da alma) como político (justiça para o Estado). Ele se baseia na própria definição de justiça para o Estado e para alma, tratando de harmonizar elementos dessemelhantes segundo uma ordem esclarecida pela inteligência do bem, com o objetivo de produzir uma unidade orgânica. Disse Platão: “O que faz alcançar a verdade das coisas que são conhecidas, e dá aquele que conhece sua capacidade [...] é a ideia do bem”. Isto é justo: a ideia do bem. Justiça significa respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o princípio básico de um objetivo para manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal. É um termo abstrato que designa o respeito pelo direito de terceiros. A preservação e aplicação dos direitos de uma pessoa é uma virtude. Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito), quanto aquele, que realiza a igualdade (justiça em sentido universal). Justiça também é uma das quatro virtudes cardinais e, segundo a doutrina da Igreja Católica, consiste "na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido". Também é justo dizer que todas as pessoas merecem as mesmas oportunidades, e, depois de tê-las, não merecem o mesmo tratamento. As pessoas honestas não podem ser consideradas e nem tratadas como as que não são, e, vice-versa (não é justo que uma pessoa honesta e um bandido tenham o mesmo tratamento). O tirano nunca será justo, nem consigo mesmo, sendo refém da sua tirania, imposta pelos seus desejos. A pessoa justa é aquela que procura compreender antes de condenar, sem julgamento e possibilidade de defesa. Pode-se afirmar que a pessoa justa é mais feliz do que a injusta, e, que, a pessoa sincera, aquela que valoriza e pratica a verdade, é muito mais livre e feliz do que a mentirosa. É conhecida a sabedoria que mostra a primazia do justo sobre o injusto, do que prestigia a verdade sobre o mentiroso, por causa das atitudes conduzidas pela ética, com a valoração dos princípios que conferem dignidade a uma pessoa, porque a sua existência procede de um prazer límpido e produtivo: o prazer de compreender.

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