sexta-feira, 29 de junho de 2012
Cada dia trás consigo as alegria e tristezas do momento. O que pode ficar para o amanhã?
No teatro prolixo da nossa existência necessitamos, convenientemente, vestir-nos de alegria como um rei de púrpuras se veste.
O digno em viver é tornar-se pessoa, caso contrário seremos uma simples máquina, mesmo que complexa, de oxidação e combustão, em busca de prazeres egoístas e ocasionais.
O homem é só consciência, o resto é urina e fezes, que com o tempo perdemos até o controle.
Precisamos nos transformar continuamente, somos um projeto, inacabado, em busca do gostar-se de si mesmo e exorcizar os medos (segundo Millôr um macaco que não deu certo).
Somos destinados à aprender para nos superarmos. Não somos os mesmos de sempre (Neruda). Amanhã, na arte de viver, teremos que ser melhor do que hoje. Estimulando e consolando os outros e a nós mesmos, conforme a necessidade.
A liberdade e bem estar, principais condições para termos um sentimento geral de felicidade, depende de: aprendizado, transformação, superação, participação, desenvolvimento espiritual, vida interior, sendo mestre de si mesmo.
Cada pessoa tem que descobrir aonde reside os seus prazeres, promover e revelar-se neles.
O trem da vida segue em frente, não espera por quem ficou parado na estação; seja primavera ou verão, como outono e inverno. Esta sucessão, sucessiva, de tempo, se aplica na noite que sucede o dia, como na semana que sucede as noites...no ano que sucede os meses. O que ficou, passou. O tempo é movimento, tornando a vida sempre dinâmica. Isso é ruim, mas também é bom: nada é para sempre.
O que nos deixa inquietos não são as coisas, e sim, a importância que damos para as coisas.
Como diria Vinicius, que sejam boas e eternas, enquanto duram.
Somos seres que dependemos do patrimônio genético e cultural, das circunstâncias e resultados de como vivemos as nossas experiências, finitos dentro do tempo marcado pelo nascimento e morte e, que eternizam as suas atitudes.
Tudo passa, as coisas vão e vem: pessoas, situações, tipo de trabalho, ações profissionais...apenas as considerações sobre respeito e amor ficam, não importa o tempo e lugar.
Nosso mais significativo patrimônio é a nossa história. Torna-se importante saber como decidir para melhor viver. Que as nossas experiências sejam positivas, independente do resultado, pois, nossa vida nunca será linear. Estamos sujeitos a todos tipos de eventos, temos que pensar muito para errar pouco e, quando errar que seja breve para consertar logo, o tempo passa a m____ fica.
Não podemos esquecer dos nossos aliados, externos e intrínsecos, como pessoas e o nosso potencial divino. O nosso inconsciente e a memória do coração, nunca irão trabalhar, voluntariamente, contra nós.
Como a vida é um processo, constante, de novos nascimentos, o que passou tem que ficar para trás (as culpas, as mágoas, as dúvidas, as pessoas que não contribuíram quando mais precisávamos...) para nos sentirmos livres. Livres para melhor vivermos as possibilidades que sempre irão surgir na nossa frente, nos dedicando às novas experiências. Mais do que a cura de transtornos passados, podemos nos permitir e “dar” um novo sentido para a vida.
É bom permitir que o tempo leve tudo que não nos interessa. Temos também que permitir em vivermos da melhor maneira possível, antes que o tempo nos leve tudo, restando-nos apenas a lembrança de uma possibilidade e a conseqüente lamentação por não estarmos atentos ou ter permitido.
Citando mais uma vez Neruda, gosto do livro dele “Confesso que vivi”. Chorar ou... fabricar lenços; lamentar-se ou... sorrir; cruzar os braços ou... ir á luta; esconder-se ou... entregar-se para realizar as necessidades e desejos...é opção pessoal e fato determinante com relação ao estilo de vida.
As experiências vão, fica sempre o aprendizado, a transformação, a evolução, o enriquecimento histórico...a evolução. Outras experiências virão e projetamos nelas as lembranças do aprendizado anterior. O aprendizado é acumulativo.
Nesta vida, vale muito mais ter um pouco de poder (sobre si mesmo e influenciar, positivamente, as pessoas) do que uma tonelada de direitos. Quem tem o poder é quem faz as regras e se beneficia delas. É melhor conduzir do que ser conduzido. O aprendizado possibilita as transformações que desejamos para as nossas vidas e para as pessoas com quem convivemos.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Luzes...para não perdermos a vontade de viver e, nem o foco para viver bem
As vezes, nos parece que a vida é uma festa e não fomos (mais) convidados. Outras vezes nos sentimos sem vontade de seguir em frente, perdemos o rumo, estamos sem direção e vontade de reencontrá-la. Fica difícil tomarmos alguma decisão, até de levantarmos da onde estamos. Perdemos a fé, as orações parecem não ter sentido (apenas versos declamados). Não temos “forças” nem para clamar aos céus. Apagou-se em nós a luz da existência, dissipou-se a energia da vida. A sensação é de que o “arrebatamento” aconteceu e fomos deixados para trás.
Nada mais tem sentido, lógico. O fato é que sentimos que fomos condenados sem prévio julgamento. Surge uma pergunta, sem respostas imediatas: Por que eu?
Nem sempre conseguimos entender, à luz da razão, tudo que acontece na existência humana. Somos frutos de uma ciência de verdades transitórias.
Temos uma única saída: procurarmos ajuda de profissional (o melhor profissional é aquele que tem a vocação de cuidar, dedicadamente, do outro, fazendo do seu trabalho uma missão) e/ou despertar os valores terapêuticos, intrínsecos, que somos naturais portadores (nunca esquecer o que existe de divino em cada pessoa). Temos que transformar o problema em solução (de nada ainda pensarmos apenas no problema, precisamos elaborar a solução).
Terapia é educação e aprendizado: o encontro que transforma.
Tenho insistido, nas minhas considerações, sobre a palavra transformação, pois, “nada se cria ou se perde, tudo se transforma”.
As dificuldades fazem nos afastarmos de nós mesmos, buscando diferentes formas de ajuda externa. As respostas para solucionarem os nossos transtornos não podem ser excludentes. Ajuda intrínseca e externa se potencializam. “Ajuda-te que te ajudarei“ frase consagrada.
Formas para estimular a ação positiva do organismo (corpo e mente são aspectos diferentes da mesma coisa, chamada ser humano,pois vivemos numa dinâmica psicossomática).
Temos que nos recuperar, nos reinventando, nos recriando, experimentando um novo nascimento.
Antes de qualquer procedimento, na elaboração de um conjunto de atitudes, é preciso sonhar (com os pés no chão e a cabeça nos céus), idealizando uma nova condição de vida (considerando limites atuais e possibilidades futuras). Não vivemos do passado, ele vive em nós. Temos que viver o presente, imaginando e criando um amanhã promissor ( a palavra amanhã é forte, é esperança, é possibilidade, é realidade caso não sobrevenha a morte, esta também é transformação, pelo menos química). O combustível da vida é a necessidade, fundamentada no desejo, que necessita ser conquistado. A vida é busca, constante, da realização do prazer, por coisas matérias e valores imateriais. A vida é invenção, é aventura e escolha. De preferência tenha desejos baseados em valores (os campos de concentração revelaram que o principio do ter e do poder, não eram os mais significativos para as pessoas permanecerem vivas, mas aquelas que dariam um sentido especial para a vida quando terminada a guerra).
Somos naturalmente carentes e dependentes da vontade: de que alguém pegue nas nossas mãos e nos conduza, ou nos acompanhe, para aonde for preciso.
Precisamos de alguém, tanto quanto precisam de nós. Temos que reagir diante das dificuldades, para acender e manter acesa as luzes da nossa vida, para iluminar o nosso caminho e a vida de outras pessoas.
Tudo que fazemos é para agradar alguém, tem que começar por nós mesmos. Quanto melhor estivermos, melhor será para os outros.
Penso então existo ? Não, existimos aonde não pensamos e, precisamos pensar.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Viver é uma arte...em especial a arte para bem viver
Mais importante do que “estar feliz” (apenas a celebração de um momento), é “ser feliz” (contemplar o prazer como resultado de um conjunto de ações, é sucesso geral e não apenas pontual). ESTAR FELIZ é sucesso circunstancial e momentâneo. SER FELIZ é um estilo de vida, é a conquista dos “meios” que possibilitam bons resultados na promoção de uma forma positiva de pensar, agir e sentir a vida.
Estudos, significativos e confiáveis, sobre o comportamento humano revelam que a conquista da “liberdade” e do “bem estar“, dependem dos fatores: dieta adequada, estilo de vida e, atividade física.
Não existe prazer maior do que a conquista e manutenção da saúde (orgânica e mental).
A “quietude da alma” depende do “bem estar do corpo” (a casa aonde a gente mora). A vida é energia que necessita fluir, com o mínimo de resistência. Bastam os problemas que a vida nos oferece, gratuitamente (para que adicionar mais dificuldades?). Temos que ser os construtores e facilitadores na organização da nossa maneira de pensar e agir, pois, deles depende a forma de sentirmos o mundo. A vida, em si mesma, não é boa e nem ruim, depende do sentido que damos para ela.
É preciso considerar que a virtude das nossas ações, depende de um equilíbrio harmônico influenciado pelas circunstâncias. Somos produtos da carga genética, da cultura, das experiências realizadas, conforme o meio. O homem é o único ser vivo que necessita aprender tudo (alguns estudos sugerem que não somos portadores de instintos). Na arte para bem viver, devemos desenhar de que maneira podemos e queremos existir e, nos aplicarmos nas conquistas.
Somos uma máquina complexa de viver. Para sermos o autor da própria vida, sugere-se ponderar:
- Praticar sempre uma dieta adequada, beneficiando-se do natural. Os excessos podem ser cometidos, nunca como regra e sim ocasionalmente, retomando o mais rápido a dieta saudável (não nos faltam modelos). Com ajuda profissional e bom senso, cada um pode estabelecer a SUA educação alimentar.
- O homem nasceu para o movimento, a vida sedentária provoca efeitos deletérios. Temos que fazer atividade física, a que no convém.
- Como o ser humano só existe quando está em ralação (consigo mesmo, com os outros e com o mundo), é importante refletirmos que no tipo de vida, mesmo dependendo das circunstâncias, cada um é o começo, o meio e o fim. Toda mudança que desejamos, começa conosco mesmo as transformações. Somos o meio, necessitamos conquistar e manter. Somos o fim, a busca incessante da realização do prazer (somos eternos aprendizes do desejo).
- A nossa vida interior, espiritualizada em valores, será refletida no entorno, materializando as nossas atitudes e influenciando as pessoas próximas. Do bom entendimento, todos se beneficiam. Inclusive nós mesmos ao ouvirmos a voz interior.
- Temos que: antes de falar, refletir muito no que será dito e suas conseqüências / antes de escrever, pensar no que vamos colocar no papel (por que a vida é um eterno apagar o que se disse e escreveu, e, explicar o que não se disse e não se escreveu) / antes de condenar e acusar as pessoas (elas necessitam ser julgadas primeiro), é fundamental compreender e esperar os fatos serem revelados (lembrando que toda pessoa tem direito ao contraditório); antes de gastar o dinheiro e acabar com as coisas, devemos primeiro ganhar, pensando sempre no amanhã. Antes de desistirmos do que nos faz melhor, temos que tentar mais uma vez (na maioria das vezes a chave que abre a porta é a última a ser encontrada).
- Temos a necessidade de nos livrarmos de valores e coisas inúteis, bem como de pessoas que não acrescentam nada, não tem nada de interessante, não colaboram com nada, na nossa transformação. Temos que esquecer quem não nos valoriza e, valorizar quem nos valoriza.
- É bom tentar algo diferente, aprender coisas novas, antever o que vai fazer e curtir o que está fazendo. Quando for fazer algo, procure fazer bem feito na primeira vez (para não precisar fazer novamente), mas, se perceber que não está certo, refaça (não podemos ter compromisso com o erro).
-Toda vez que possível evite a rotina, ela entorpece, crie sensações novas; se tiver que ver sempre a mesma coisa, procure vê-la com um olhar diferente; mude de opinião sempre que justificado, ouça as pessoas próximas, busque uma leitura esclarecedora. Mude.
- É aconselhável criarmos o ócio produtivo, criativo, estimulando as condições para contemplarmos a natureza, as expressões de arte e a vida que passa. É bom cantar, dançar, escutar música, ir ao cinema e teatro, ler, escrever, ter um entretenimento que sinta prazer e fazer o que gosta. A vida, além de invenção e aventura, é descobrir-se e revelar-se.
- O desenvolver e praticar a generosidade, uma forma educada de se relacionar consigo mesmo e com os outros, compreendendo e respeitando a todos (sem mágoas); colaborar no serviço com os colegas; ser voluntário em atividade altruísta, são situações que contribuem para o bem estar.
-Temos que ser o mestre de nós mesmos. Quem não souber liderar a si mesmo, jamais poderá ser um bom líder, tanto na vida familiar como no trabalho.Temos que ser o gestor das nossas “cabeças“, buscando formar as nossas idéias à luz do conhecimento e segui-las, persistindo no encontro dos objetivos, sem desistir nas primeiras dificuldades.
- Quando encontrarmos um caminho, já determinado, temos que desistir dele, pois pertence a outra pessoa. O estilo de vida tem que ser genuíno, até o modo de criar um visual tem que ser próprio e confortável.
- As pessoas vencedoras são aquelas que substituem as queixas por ações.
- O melhor grupo social para conviver é aquele aonde tem-se significativas afinidades (cada um tem que buscar e encontrar a sua turma), sabendo lidar com as diferenças ideológicas e convicções religiosas (são condições visionárias). Respeitar os limites e valorizar as possibilidades, é importante em todo relacionamento com os outros e conosco mesmo. Cada pessoa tem um ritmo, as pessoas se organizam em cima dos defeitos, nunca, jamais, em cima das virtudes (estas são compensatórias).
- Muitas coisas são importantes, como cuidar de si mesmo e não abrir mão dos direitos (devemos tratar bem todas as pessoas e nunca abrir mão do mesmo tratamento) e, cumprir o que prometemos, desde que este se justifique.
- Lembrar que somos a somatória dos nossos sonhos, nunca deixar de “desejar” algo para o amanhã.
-Temos que amar sem limites, do “jeito” que conseguimos. A forma não é o mais importante, o importante é que se ame.
- Seremos lembrados pelas nossas manifestações, registradas no dia a dia. Portanto temos que ser zelosos com o que falamos e a maneira como nos expressamos. Palavras bem ditas, tornam-se “benditas“, caso contrário serão “malditas“. Podemos conhecer as pessoas pela forma como se dirigem aos outros (quem não for gentil com um serviçal, jamais será gentil com outras pessoas). O homem fala e faz aquilo que transborda do seu coração.
- Cuidado, diante da mentira estará sempre um abismo, e, das palavras ásperas e vãs uma situação inútil, e até prejudicial.
- Tudo na vida é um processo, demanda tempo; quando estiver ansioso respire, conscientemente, em 3 tempos (inspiração, pausa e expiração). Pratique a Respiroterapia: inspiração é vida / pausa é transformação / expiração prolongada e profunda é eliminação do transtorno.
- É saudável existir relação de coerência entre o que dizemos e o que fazemos, e o que propomos com a forma como vivemos.
- Temos que nos colocar sempre no lugar do outro, para saber como receberá as ações por nós praticadas e sua condição no mundo.
- Plante, semeie e espere colher o esperado, naturalmente (quem planta abacaxi, jamais colherá morangos). Na vida não há prêmios ou castigos, apenas conseqüências. Mas...aguarde com carinho o inesperado, a vida, vivida em harmonia, nos surpreende...pode acontecer melhor do que imaginamos.
A isso chamamos de felicidade: compreender e ser compreendido, valoriza e ser valorizado, respeitar e ser respeitado, amar e ser amado.
A vida é celebração... das conquistas.
sábado, 23 de junho de 2012
"A mulher é uma substância tal, que, por mais a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova" Leon Tolstoi.
"Não se nasce mulher:torna-se" Simone de Beauvoir
"Uma mulher BONITA não aquele que se elogia as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência e atitudes, é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas" Sêneca
APENAS MULHER
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sexta-feira, 22 de junho de 2012
Amar e saber amar
Amar é diferente de saber amar. Amar é um sentimento, espontâneo ou não. Saber amar é um aprendizado, depende da vontade e do aperfeiçoamento. Cada pessoa tem potencial para “alguma coisa”: para criação e arte, necessita descobrir e desenvolver seus talentos. A arte é a expressão do sentimento; a criação depende da escolha (conforme interesse e habilidade). Não existe perfeição sem treinamento. A vida é uma invenção, na qual podemos escolher o que conquistar (conforme as circunstâncias). Nossa existência é marcada por um processo, constante, de transformação (biológica, psicológica, social, espiritual). Se a vida é o conjunto das funções que resistem a morte, devemos buscar, incessantemente, o viver bem (cada vez melhor).
Amar é uma necessidade, é um sentimento que exalta e escraviza, mas, pode dar um sentido para a própria vida, além de momentos, significativos, de prazer. Liberdade e bem estar são os desejos mais marcantes em todos os seres vivos, principalmente os humanos.
Saber amar é a expressão da arte em amar, manifestação singular que irá caracterizar cada pessoa (o como sempre será pessoal). Saber amar é aprendizado e aperfeiçoamento e tem que ser desenvolvido, não está disponível para compra no mercado.
Na arte de amar é preciso considerar que: - o aprendizado inicia-se com o ato de compreender antes de julgar (conhecimento é ciência, cuja ética é produto do pensamento); - temos de compreender para depois respeitar, as pessoas e a si mesmo, entendendo que temos duas vidas, uma que projetamos e outra que coseguimos viver, pois as circunstâcias é que determinam como podemos viver (temos duas opções, uma é de aceitar as circunstâncias e a outra é de trasfomá-la, conforme as possibilidades); - é fundametal aceitar as coisas e as pessoas como são e podem ser; - saber amar é descobrir e revelar o valor que se encontra em cada vida, conforme a fase da existência (quem conseguimos ser nas relações, somos resultados das nossas experiências); - temos que tomar cuidados com os “cliches” e “pré conceitos”(naturais em todas as pessoas), relacionando a razão com o que expressa o “coração”; - não há espaço para o individualismo (amar e egoismo se excluem), nos realizamos nas relaçoes. – a humildade, a tolerância e o perdão, lançam para fora os antídotos que nos corroem, caso contrário é tomar veneno querendo que o outro morra.
Todo aprendizado é lento, com ocorrência de erros ou equívocos, que podem ser revistos para mudarmos de atitude, buscando a excelência nas ações.
O aprendizado é difícil, mas é compensador: - aprender e lidar com as própria dores e inquietações; - em saber limitar os interesses pelas coisas de acessibilidade complexa e inútil, que nem sempre promovem a nossa liberdade e bem estar; - em descobrir as possibilidades e valorizar as conquistas.
Melhor do que exigir, de si mesmo e dos outros, ser um conquistador de sucessos, sucessivos, é não sentir-se derrotado, celebrando as pequenas conquistas, gradativas e sucessivas.
Aprender a amar é realizar-se com coisas simples; com as pequenas coisas que nos transformam, que possibilitam contemplarmos as coisas com o olhar da alma (energia da vida) e termos os nossos desejos realizados. Ser feliz, é o resultado do conjunto de eventos e relação com pessoas, que marcam a nossa existência, nos transformado em pessoas de “bem” conosco mesmo, segundo a nossa avaliação.
Na arte de amar, é preciso “gostar” da pessoa que conseguimos ser.
A arte de amar, está em querer e aprender a ser livre (praticando o desapego de tudo que não é essencial) e, colaborar para a realização dos outros, no atendimento das suas necessidades, promovendo além do bem estar pessoal, a do seu grupo social.
O tempo, as oportunidades e as experiências nos possibilitam o “amadurecimento”. A espiritualidade nos dá o conhecimento de uma vida interior, onde existimos de fato. Quem tem vida interior, além de não padecer de solidão, nos dá a certeza de termos sido um bom caminhante, que percorre o seu destino. Destino é o caminho onde encontramos os elementos para compor a própria vida, de forma singular, pois quando morremos, morre conosco uma forma única de pensar, agir e sentir o mundo e tudo que nele existe. A melhor maneira de exister vai além de amar, é sabendo amar.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Como poderá ser o amanhã de hoje?
É fundamental considerarmos os limites: da espécie humana, os naturais conforme as circunstâncias, os familiares de acordo com o patrimônio genético, os pessoais na relação com o meio, os culturais, os políticos e financeiros,.... E voltarmos para nós mesmos, para nos ajustarmos com autodisciplina e pacificação dos desejos. A vida interior e contemplativa é significativa para a pratica de uma existência harmoniosa, vivendo os dias com o mínimo de conflitos, de preferência, apenas, com os inevitáveis.
“Querer” e “ser” o que podemos conquistar, sem precisar “vender” a própria alma e “empenhar” a dos outros, para obtermos riquezas materiais e poder sobre as pessoas, deve ser a utopia de quem deseja viver feliz, considerando o bem estar como a ausência de conflitos.
Ser feliz é produto de ações “lógicas” e “científicas”, ou de ausência plena de conhecimentos. O “prazer produtivo” é fruto: exige o desenho e a pratica da ética do entendimento, do pensar para agir, da transformação para sentir melhor a vida.
É bom estar no mundo sem pertencer e servir, exclusivamente, a ele. A verdadeira civilização, deve estar aparelhado com instrumentos que possibilitam a sociedade, contemplar a privacidade das pessoas, aprimorando as suas relações no processo de humanização, em benefício de todos. Vivemos hoje numa sociedade formada por pessoas sem sentimentos de compreensão e respeito, no atendimento das necessidades dos outros, mesmo as básicas, como moradia e alimento. A maioria das pessoas, parecem ter coração de metal (pois não sangram), são ladrões de “sonhos” simples, como o viver com o mínimo de dignidade, corruptores e corruptos dos significativos valores, na conquista e manutenção de uma sociedade estável e produtiva, estes querem viver, sem limites, do erário publico. Vivemos a era dos “apagões” dos serviços e a “desconstrução” das organizações. As “bestas” desfrutam das coisas no mundo; as “pessoas” têm dificuldades para se manterem responsáveis.
As pessoas que desejam se manter no “bom caminho” devem se materializar com dinheiro suficiente para financiar a vida e, se espiritualizar para experimentarem a “quietude”, principal ingrediente na elaboração da complexa, mas possível, felicidade, entendida como um estado global de satisfação. Ser feliz é o resultado de um conjunto de boas respostas, com ausência de conflitos.
As coisas da vida devem ser entendidas como processo, de transformação. O resultado sempre será uma conseqüência, sem prêmios e castigos. Uma organização, política, social, religiosa, cultural, financeira, ... depende de um objeto de desejo, de uma ideologia, de um foco, de uma utopia, de um projeto, de uma proposta, de um para que ?
Uma sociedade racional depende de pessoas racionais. Considerando o fato que a forma do corpo humano, não é apenas herdada, é também construída, conforme o desejo da época, não podemos entender a pessoa apenas como uma máquina de produzir prazer, o tempo todo. Nenhuma ideologia capitalista, democrática... laico ou não, tem condições de contemplar as pessoas com o estado de felicidade, pode no máximo oferecer algum sucesso, ocasional e de curta duração, até entendermos o que existia por detrás das promessas. Quase sempre, as verdades não são explicitas. Temos que experimentar o prazer aonde estivermos, desde que em liberdade.
O nosso importante e oportuno aliado no processo da busca pelo bem estar, característico da felicidade, é a própria “mente humana”, órgão eficiente e eficaz no aprimoramento da educação para a felicidade. Ser feliz é como desenvolver a capacidade de amar, depende do conhecimento, treinamento para aperfeiçoamento, lembrando que toda pessoa é um projeto, que nunca estará pronto. Mas que permite: amanhã sermos melhores do que hoje. Sempre que tenho vinho suficiente, apenas, para duas taças, aprecio com vontade uma hoje, amanhã com mais prazer a outra, me preparando para a compra da próxima garrafa. Temos que ser precavidos, o amanhã virá. É ótimo viver bem hoje, viabilizando os meios que nos possibilita vivermos melhor amanhã. As pessoas sensatas criam as possibilidades. Não existe arranjos (sócio-científicos-religiosos-econômicos) para resolvermos o desafio humano, em toas as épocas, em sermos felizes, é uma realização pessoal, que pode ser influenciada pela família e grupos de convivência social.
Na Carta de Felicidade de Epicuro, ele faz referência importantes: entende que o sumo bem reside no prazer. O prazer para ele é o ideal de sabedoria, entendido como a quietude da mente e domínio sobre as emoções, portanto sobre si mesmo. A natureza afirma que o prazer é um bem (orgânico, psicológico, social e espiritual). O prazer é conseqüência de duas possibilidades: irá revelar a conquista, o sucesso, a satisfação pela realização de uma necessidade, ou, a superação de um transtorno, de um sofrimento, de uma dor. A natureza nos convida para uma vida simples nos desejos, de possíveis realizações. O prazer se revela no corpo. O que podemos chamar de prazer do espírito é a lembrança dos prazeres do corpo. O corpo é a casa aonde a gente mora. O maior prazer que uma pessoa pode experimentar é a saúde (a falta dela nos faz entender melhor, é que nem tomar banho, pode ser que as pessoas não percebam que tomamos banho, mas, percebem facilmente quando não tomamos).
Só o conhecimento pode libertar o homem. Filosofia é uma forma, eficiente, de terapia (o encontro que transforma).
O homem nasceu para ser livre...de alguma coisa...para alguma coisa. A resposta é singular.
Acredito que deseja a liberdade... para fazer suas escolhas... que possibilitam ser feliz.
O como não é destino....é o caminho.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
"não são as coisas que inquietam os homenes, mas sim as opiniões que eles fazem sobre as coisas"...Marco Aurélio (Imperador Romano)
Referente à felicidade: como era o “amanhã de ontem”?
Não era muito diferente do que é o “amanhã de hoje”, refém de várias crenças:
- considerava-se a felicidade como produto da fé (fé cega); - a era da razão sugeria que a felicidade seria consequência das conquistas materiais e tecnológicas (com o aumento de renda e da produtividade, com o domínio da natureza); - a felicidade, por ser influenciada pela lógica (fruto da ética do entendimento) e pela avanço do saber na ciência (fruto da ética do pensar) que significativos avanços nestas áreas seriam suficientes para obtenção do prazer; - na harmonia da relação entre progresso da civilização e o consequente estado de felicidade; - na libertação da opressão religiosa, superstição e servilismo, característicos da era medieval; - no aprimoramento intelectual e moral pela aplicação das leis; “se o homem é produto do meio, se produzirmos melhoria no ambiente, como consequência o homem irá melhorar, sempre”.
Sempre houveram promessas que garantiam o bem estar das pessoas.
A realidade revela que muito pouco, das promessas realizadas pelas sociedades e religiões, foram entregues ao homem para garantir a liberdade e o seu bem estar. Temos que ser “ponderados” com as espectativas.
Conhecemos histórias aonde as pessoas fizeram de si mesmas o que não sabiam, apenas viveram segundo suas crenças e informações da época. E, o que podiam fazer para si mesmas, não fizeram. Passaram pela vida.
Gosto das palavras, não me preocupo tanto com a sua etmologia e significado gráfico mas, o que representam para o comportamento humano, sempre fui uma pessoa e profissional da reflexão. Proponho pensar na felicidade como resultado da medida de satisfação global com as duas vidas, uma que projetamos e a outra que, conscientemente, pudemos levar. Temos sido várias pessoas em diferentes épocas, compondo sempre uma unidade (como corpo e mente são aspectos diferentes da mesma pessoa, mesmo não vivendo no passado, ele vive em nós, somos produtos das respostas das nossas experiências).
Neste sentido o “ser feliz” é diferente e mais importante do que o “estar feliz”, pois este depende de coisas isoladas, é circunstâncial e temporal. Ser feliz está relacionado às oportunidades que as circunstâncias da vida nos oferece para vivermos as nossas experiências e vivermos com o mínimo de conflitos, considerando limites e possibilidades; entendendo, respeitando e valorizando a pessoa que conseguimos ser (e não a que gostaríamos de ser ou “ter”). Para isso é fundamental descobrir as satisfações, ocultas pela indiferença causada pela rotina, e o sentido das realizações, possíveis e não apenas desejáveis, nas relações consigo mesmo, com as pessoas da família e grupos sociais, fazendo de forma crescente e com prazer (sentimento que aprimora a ação), o melhor que podemos fazer com as nossas vidas e participação, positiva, na vida dos outros também, isto é conquista, é sucesso.
As pessoas e as organizações políticas, sociais e reliosas sempre entregaram menos do que prometeram. A frustração depende de quanto esperamos dos outros. Podemos minimizar o sofrimento causado pela decepção em diferentes níveis de atenção, cuidando da relação obtida com o resultado do que planejamos, do que podemos fazer e do que obtemos. Nesse aspecto teremos, sempre, duas possibilidade: uma é nos adaptarmos às circunstâncias e a outra é mudarmos as circunstâncias. A realização dos nossos desejos e obtenção do prazer, são, fortemente, influenciadas pelas circunstâncias. Caso pudessemos mudar os nossos sentimentos , ninguém seria infeliz. É fácil entendermos as palavras do imperador romano Marco Aurélio: “não são as coisas em si mesmas que inquietam os homens, mas as opiniões que eles formam sobre estas coisas”. O homem é um projeto em construção, tem que estar livre dos conceitos herdados, estabelecidos por outras pessoas, em outras circunstâncias. O pré-conceito é o principal gestor na maioria dos nossos erros.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Quem podemos ser?
- Nada é melhor do que saber quem somos, nos transformando sempre, para nos aceitarmos e nos gostarmos, como conseguimos ser. O que os outros acham de nós, é problema deles.
- Nosso único desafio, que tem sentido, é conseguirmos ser e fazer o melhor das nossas vidas.
- O bom é sermos um pouco de tudo, romântico e sonhador, saudosista e dramático, melancólico sem ser pessimista, exercitando o bom humor. Dependemos das circunstâncias, somos estimulados pelo meio. Influenciamos e somos influenciados. O bom é contagioso.
- Com a generosidade, desenvolvemos a sensibilidade, a essência poética e lúdica da vida. Somos, na nossa existência e ao mesmo tempo, preceptores dos outros e principalmente de nós mesmos, sempre aprendizes do desejo.
- Nosso maior aliado é a natureza, que no encontro com o prazer, aperfeiçoa a atividade.
- Nosso destino é o caminho, na busca incessante da utopia, traduzida pela liberdade e bem estar. No caminho encontramos outros caminhantes e, somente nele e com eles, podemos nos encontrar. O verdadeiro sentido deste encontro é a busca, pois a lógica é a ética do entendimento.
- Somos obrigados, na arte de viver, de andar por diferentes caminhos, com diferentes pessoas. Poucas estarão sempre presentes, na maioria do trajeto somos caminhantes solitários.
- Interessante, andamos bastante, até nos cansarmos, damos voltas pelos mesmos atalhos, procuramos ansiosos, queremos as vezes até desistir, para encontrarmos o que sempre esteve e está perto. O mais difícil de ser percebido é o óbvio.
- Todo caminhante necessita de instrumentos para a sua orientação, não podemos perder o foco, que nem sempre sabemos o qual. Temos que seguir em frente.
- Antes de qualquer jornada e no trajeto, o principal objetivo é nos encontrarmos conosco mesmo, para sermos melhores caminhantes e companheiros. Neste processo, os pensamentos sonham, o coração sangra, a alma contempla, o espírito se desenvolve, mas, são os nossos passos e atitudes que marcam, indelevelmente, a nossa existência. O nosso comportamento nos edifica.
- Parar de caminhar é abreviar a vida. Caminhar, mesmo diante de tantas dificuldades naturais e as oferecidas pela sociedade, nos fortalece e adiamos a morte.
- Temos a possibilidade de experimentarmos novos e constantes nascimentos. Nascemos em vários lugares e diante de diferentes situações. A origem do lugar do novo nascimento e circunstâncias, é aonde e quando “lançamos” um novo olhar sobre nós mesmos e nos “descobrimos“ como outra pessoa, preferencialmente melhor.
- Nosso corpo, físico, habita na terra e ocupa um espaço, por uma medida de tempo. Mas, na memória de cada um, é que habitam os sentimentos, enquanto tivermos memória. Posteriormente, habitaremos na memória dos outros. Como queremos ser lembrados?
- A nossa sensibilidade está registrada na forma de sentirmos a vida, produto do que pensamos e fazemos. É fundamental realizarmos bem as nossas escolhas, considerando que o legado que deixaremos para o mundo, será edificado pelas nossas atitudes, que eternizam as nossas experiências. Temos corpo, temos alma, mas, somos espíritos e nele estaremos presentes na vida das pessoas, principalmente das que amamos e fomos amados.
- É bom cuidarmos do “coração da nossa vida mortal”, apenas ele é capaz de eternizar o que existe de melhor em cada um de nós.
- Como seres temporais e ocasionais, temos que saborear os momentos que nos proporcionam prazer e contemplar a beleza do que nos encanta. Temos que valorizar as pessoas e coisas que nos fazem sentir pessoas especiais, permanecendo um maior tempo encantado.
- Olhando para os céus, podemos ver as nuvens passageiras, que ligeiramente desaparecem, assim somos nós, seres finitos, o que nos obriga sermos seletivos nas escolhas e urgentes nas atitudes. Sem perder tempo com aquilo que não é essencial, e, com aquele que nada acrescenta.
- Devemos fazer, periodicamente, uma avaliação do nosso patrimônio espiritual, com a mesma dedicação que fazemos com o financeiro. Tão importante como “fazer” dinheiro (“ganhar”é muito difícil), é construir e cuidar dos bens espirituais, aprimorando e enriquecendo este patrimônio.
- Os bens imateriais, como pureza do coração na compreensão e manifestação de respeito pelas pessoas, a generosidade, a paciência e tolerância, a humildade, a sinceridade, o sentimento de justiça, o exercício do perdão, a gratidão...caracterizam o valor de uma pessoa e a sua importância no grupo social.
A VERDADE suplica por olhos que percebam a sua grandeza, por um coração que a escute com atenção, caracterizando uma pessoa que, conscientemente, considera a sua importância e pratica a verdade nas suas ações.
Clamo: ao meu corpo, que escute os ensinamentos do meu espírito; à minha alma, que se beneficie da energia da natureza e dos benefícios do que é natural; ao meu espírito, que permaneça fiel aos ensinamentos da consciência em servir, da melhor maneira possível, consolando ou animando os outros, conforme a necessidade.
terça-feira, 12 de junho de 2012
(3) Civilização e Felicidade
A conquista de momentos de felicidade é consequencia de um processo de humanização. Não existe “bem estar” sem liberdade (liberdade de alguma coisa...para alguma coisa). Por influência da nossa civilização, que nos mantém reféns de rótulos e julgamentos com conceitos pré estabelecidos, herdados de outras pessoas sem conhecermos as origens, o primeiro passo é nos libertarmos de tudo que não nos proporciona “crescimento”, mesmo porque a importância dos “cliches” se diliuem com as exceções.
Geralmente, não conseguimos viver melhor porque os outros não nos possibilitam. Segundo Sartre “o inferno são os outros”(o bem estar de um, sempre incomoda outros).
Ao considerarmos o homem como uma máquina complexa de pensar, agir e viver, que só existe quando está em relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo, podemos afirmar que todo homem é uma pequena sociedade. A menor minoria na Terra é o indivíduo, ser defensor das minorias é valorizar as necessidades humanas.
Enquanto os animais sobrevivem adaptando-se ao meio em que vivem, o homem só consegue viver bem, ajustando-se a si mesmo, em primeiro lugar. A “tribo” em que vivemos tem outro desenho e funciona de maneira diferente dos nossos ancestrais. As pessoas bem orientadas curam-se a si mesmas.
Nossa vida é singular, ao morrermos, morre conosco uma maneira única de perceber e valorizar o mundo. Portanto, o processo de civilização, deveria ser um avanço constante na transformação do indivíduo em pessoa, na sua realização pessoal e profissional. Boas pessoas possibilitam a existência de uma sociedade que contempleta procedimentos éticos, a prtática da moralidade, com atitudes sinceras e justas.
A civilização é um processo, de tranformação, para possibilitar que o projeto homem experimente e pratique a satisfação em viver, sendo o facilitador para que outras pessoas, de convívio próximo, possam também alcançar a satisfação em viver, respeitando os limites e possibilidades de cada um (sempre será necessário consideramos as possibilidades e disponibilidades, as circunstâncias).
Nenhuma época do pensamento sobre civilização e felicidade é homogênea. Para nos libertarmos do passado, necessitamos visitá-lo e refletirmos um pouco sobre o que queremos dele nos libertar, o que está causando dificuldades para iniciarmos uma nova fase de vida. Temos que pensar no presente e vivê-lo, sem esquecer que o amanhã virá. O que pode ser considerado pior: não conhecer nada exceto o passado, ou, nada exceto o futuro. O desafio está em estabelecermos o equílibrio. Neste processo, de tempos em tempor, temos que considerar: do que eu quero me libertar (liberdade do que...) para construir de que maneira eu quero existir (liberdade para que...). O querer, por ser voluntário, é mais importante do que o precisar.
Não existe uma fórmula para ser feliz, é uma busca incessante, é consequência das nossas escolhas (não há castigos e nem prêmios).
Na arte do bem viver, o futuro pode e deve despir o passado. Nossas escolhas sempre terão consequências imprevisíveis. O ideal de sabedoria considera que é importante a forma como iremos reagir aos fenômenos naturais que acontecem na vida, como também aos eventos por nós produzidos.
“O problema em determinarmos o modo certo e universal das ações que promoveriam a felicidade de um ser racional, circunstâncial como o homem, é completamente insolúvel”. O bom é fazer o que “gosta” e “gostar” do que está fazendo, nem sempre é possível realizarmos o que gostaríamos de fazer. Viver bem não é o resultado da relação entre o saldo dos afetos: positivo (prazer) e negativos (desprazer). Não é necessáriamente: razão= virtude= felicidade.
Os avanços no campo tecnológico, científico, da produção e aumento de consumo, representam realização no momento da conquista, mas, não garantem a ausência de conflitos e o prazer em estar vivo e viver.
Teorias filosóficas, que relacionavam a razão e as conquistas materiais em melhores condições de vida, e, as promessas das ceitas e religiões, não se cumpriram.
Estamos diante de duas perguntas significativas: - Aonde colocar a esperança? - O que realmente é felicidade e como medir as suas variações e intensidade?
O termo felicidade é vago, indefinido a não ser com a liberdade poética. Não há aparelho concebível para avaliá-la. O grande equívoco dos grupos sociais foi supor que poderiam fazer afirmações sobre algo tão incerto e inconstante, como a felicidade humana. Mas, nem sempre devemos ficar calados quando refletimos acerca do que não pode ser sempre tão claro e objetivo, caso contrário não falaríamos de Deus. Costumo dizer que existem tantos deuses quanto forem o número de pessoas, cada um tem uma concepção e explicação diferente de como e quando age na vida das pessoas, seja ele monoteísta (Cristão ou não) ou poleteísta e até ateu (a maioria deles são, siceramente, ateus enquanto tiverem saúde e dinheiro).
A felicidade, não importa como seja concebida, é uma preocupação universal da humanidade.
O bem estar do ser humano é em parte objetivo, mas em parte subjetivo, depende muito de como as pessoas e a vida se transformam no seu entorno. Será melhor abandonarmos a pretensão de entendê-la, devido a sua subjetividade?
Utilizo a palavra “felicidade” por ser uma preocupação pública, mesmo não sabendo bem o que seja. Os ingredientes significativos para conseguirmos o o que costumamos chamar de felicidade é a “liberdade” e o “bem estar”. São estas condições subjetivas. Genéricamente delibero dizer que a “felicidade” ou o “estar feliz” depende de quatro fatores fundamentais, de entendimento, de participação e valorização pessoal:
1) Minimizar o que nos causa “desprazer” (afetos negativos), considerando pessoas e situações; podendo até eliminar o que for possível, e, aprender a conviver com o inevitável.
2) Maximizar o que nos proporciona “prazer” (afetos positivos). Temos que provocar os eventos que nos agradam, exercitando nossas escolhas.
Obs.: a vida não é linear e nem sempre temos apossibilidade de escolha. Nas duas situações anteriores, o grande segredo é descobrir e valorizar, os aspectos positivos das pessoas e das coisas.
3) Ganhar dinheiro, suficiente, para financiar a vida. Quem não considera necessário como essencial, nunca estará satisfeito.
Procurar ter um comportamento racionalmente minimalista e previdenciário (tem que poupar para o amanhã).
Obs.: dinheiro, poder e sexo, são os assuntos que as pessoas mais
Mentem. Diante de todo mentiroso sempre existirá um abismo.
4) “Sentido da Via”: entender a vida e o trabalho como missão. É de extrema importância que a vida tenha um sentido, caso contrário a vida não terá nenhum sentido
Obs.: quem dá sentido para a vida é a própria pessoa.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Felicidade....Reflexão (2)
Quem menos entende... parece ter sempre... a melhor opinião.
As coisas não são apenas “boas” ou “ruins”. Devem se analisadas no contexto. Manter uma rotina diária de atividades parece ser menos cansativo, até mais produtivo, mas, ao longo da vida ela é a principal causa de perda da energia vital, tornando-nos preguiçosos e tristes.
A vida nos obriga rever, constantemente, as prioridades, conforme as circunstâncias (elas são determinantes nas nossas atitudes).
O bom é criarmos condições (leitura, aprendizado, ouvir opiniões diferentes sobre o mesmo fato, atualidades...) para podermos perceber a mesma coisa com um olhar diferente.
Sempre haverá desafios. O desenho do inesperado nos inquieta, por uma medida de tempo. No início tudo é frágil, gradativamente nos fortalecemos e, podemos e devemos assumir o comando dos fios secretos das nossas escolhas e aprimorarmos o enredo das nossas vidas. Vamos estabelecendo vínculos, significativos e produtivos, com as pessoas, com as coisas e com o mundo.
Este é o processo de amadurecimento, estabelecendo hierarquias de valores, conforme a representação de cada “um” na nossa vida. O que, efetivamente, conseguimos ser nas relações “com aquilo“ ou “com aquele“, sempre sendo possível transcendermos para nos realizarmos em prazer.
As questões de interesse comum devem ser apresentadas e discutidas entre as pessoas, para desenvolvermos a importante arte de conversação e nos beneficiarmos dos encontros. É significativo o prazer como resultado da descoberta e, do pensamento compartilhado entre as pessoas dos diferentes grupos sociais, principalmente com a família e amigos que possibilitam diálogos produtivos, como as aulas “paripatéticas” de Hipócrates.
Diante das atribuições, sempre com práticas necessárias e contínuas, como pessoa, de família e profissional; a necessidade de ganhar dinheiro para financiar a vida, dificuldade de mobilidade urbana, agenda diária para cumprir... é fundamental criar um tampo para esse ócio produtivo, influenciando o pensar, o agir e o sentir melhor a vida.
Se pequenas coisas, admitimos como importantes, por que refletir sobre a felicidade não é?
A nossa conduta nas relações deve ser “educada”: sendo respeitoso sem fingimento; ser sincero sem ser ríspido; buscar a erudição sem arrogância; estar disponível (para aprendizado e transformação) sem presunção; ser determinado sem ser inflexível, e, principalmente estar sinceramente disposto para colaborar com a busca do saber, lembrando de se beneficiar do SABOR em saber. Todas as pessoas são doutas e ignorantes, dependendo do assunto.
Podemos constatar que apenas os profetas percebem o óbvio. A realidade as vezes parece ser “amarga“, será sempre melhor do que uma “doce” mentira (diante do mentiroso existe um abismo nem sempre visível). O bom em falarmos e vivermos a verdade é que nunca iremos precisar nos lembrar de nada. Pensar o melhor é possível, dependendo apenas da vontade individual, discutirmos a realidade sem perder a leveza e bom humor, procurando observar o lado positivo da verdade, sempre presente. Ser “sério“, estar “sóbrio” e ter “conteúdo” não exclui ser alegre e estar de bem com a vida. Parece ser difícil pensarmos em civilização e felicidade, mas é possível, se começarmos com praticas individuais e, com resultados capazes de contaminar as pessoas próximas. As coisas que dizemos só tem valor, quando são coerentes com as coisas que fazemos. As nossas atitudes tornam-se edifícios de comportamento. Um rei deverá ser sempre um rei, mesmo de cuecas.
O estado de felicidade depende: da sabedoria (para sabermos “o que” devemos fazer); da habilidade (“como fazer” para fazermos bem feito, para fazer mal feito é melhor não fazer); da virtude (“o fazer” com vontade).
Cada ser humano é uma pequena sociedade (Novalis).
Quem ignorar a importância da realidade, estará condenado á ser ignorado. Mais importante do que existir é viver, viver bem. O sucesso e o fracasso, como a alegria e tristeza, amor e ódio, são vizinhos próximos, separados por cercas muito sensíveis. Boas cercas permitem a coexistência harmoniosa entre os vizinhos.
O melhor, nem sempre é esperar pelo tempo ideal e sim construirmos as oportunidades. Mesmo considerando que não há nada que não possa ser feito melhor, devemos pensar nas possibilidades envolvidas nos resultados e o preço a ser pago. Nada é de graça. Quanto pode custar os benefícios como resultado das nossas ações? Paga-se a pena?
Se somos a somatória dos nossos sonhos, o melhor é desenharmos sonhos possíveis de serem realizados e realiza-los, preferencialmente , que sejam profícuos e nos possibilitam novas realizações, na busca da liberdade e do bem estar.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Artigo (1) Reflexão sobre a condição de Felicidade
Felicidade
Reflexão 1
A lembrança história sobre os desejos humanos, tem sido traduzido com a uma palavra simples “felicidade”, mas de complexo entendimento e difícil obtenção.
Felicidade é como educação, não se estuda, se discute, se reflete, se aplica conforme as circunstâncias. Como educação, a felicidade é a busca constante pela transformação da realidade.
Discutir felicidade é antes de tudo, refletir sobre o que, efetivamente, é importante na vida de cada um, sendo portanto uma condição singular.
Se o destino na vida é o caminho, torna-se necessário ponderarmos os méritos relativos e conseqüências dos diferentes caminhos, como também as condições orgânicas, materiais e emocionais do caminhante.
É fundamental sabermos, à luz da realidade, qual o melhor caminho em função das condições de vida do caminhante, tornando exeqüível a vontade da pessoa com a possibilidade.
A vida nos obriga fazermos escolhas para não ficarmos à margem no caminho.
As nossas escolhas têm conseguido traduzir em prazer as nossas realizações?
Temos realizados as melhores escolhas conforme as circunstâncias? Até que ponto, as nossas escolhas favorecem a possibilidade de ocorrer eventos que nos possibilitam sermos livres e, promovermos o bem estar? Temos nos beneficiado dos acertos e erros, como lição para realizarmos ajustes e correções? A civilização entristece o animal humano, preferindo o convívio com outros animais? Prazer, bem estar, liberdade consciente para inventar um estilo de vida, qualidade de vida pessoal e profissional são possíveis? O novo conhecer pode modificar o entendimento do conhecido, como a nova forma de viver compreender o que foi vivido? Não podemos mudar os “fatos“, podemos mudar as “sensações” que os fatos produziram em nós, tornando-as mais leves.
Recomeçar não é voltar para trás para refazer, começando tudo de novo (isto é impossível). É fazer melhor daqui para frente, fazendo escolhas mais eficientes e realizando os procedimentos com mais eficácia.
Há tempos e situações em que é preciso corrigirmos a rota, nos aparelharmos estrategicamente, iluminarmos o caminho para não perdermos a direção e, conquistarmos os objetivos; este é o feedback para elaborarmos novas metas (planejamento, organização, coordenação, direção e avaliação dos resultados), precisamos seguir em frente, minimizando e até eliminando algumas possibilidades de praticas equivocadas.
Voltar atrás é liberdade, significa não ter nenhum compromisso com o erro.
“Achar” pode ser responsável pela maioria dos nossos erros.
É bom nos permitirmos, ideologicamente, voltar ao ponto de partida, onde tínhamos apenas a necessidade estética em saber, agora descobrindo o prazer oculto no “sabor em saber”.
Buscar atender as nossas necessidades é o melhor processo de transformação e mãe de todas as realizações, que só pode ser conquistada com desafios e, o homem só cresce em função dos desafios.
Sócrates dizia que o homem é um ser, eternamente, insatisfeito.
Temos como herança, muitas informações incorretas e outras adquiridas pela falta de conhecimento. A informação destrói a dúvida e possibilita escolhas mais certas. Na maioria das vezes nos parece que a escolha errada parece ser a mais certa. Achar não é saber. Semelhante ao dinheiro que não se ganha, a felicidade não pode ser comprada, necessitam ser conquistados.
Por que será que as promessas das teorias filosóficas, principalmente o iluminismo dos pensadores europeus e a ação das religiões, conforme promessas dos ministros de confissão religiosa, não se cumpriram ou se cumpriram em proporções nada significativas?
O progresso técnico e o aumento dos níveis da produtividade, renda e consumo, são suficientes para o aprimoramento ético e político das pessoas?
O caminho na direção do progresso, além de agredir o equilíbrio ecológico, é capaz de nos conduzir à felicidade? Qual a proposta e o sentido da realização humana?
Temos nos preocupado com o aspecto de modernidade das fachadas dos templos, físicos e humanos, e não com os seus alicerces.
Como resolver de forma individual (não há possibilidade em ser coletiva), essas tensões entre o “pensamento da sociedade atual” e a “felicidade” (pelo menos o que estamos chamando de felicidade)?
Essas e outras perguntas nos mobilizam em buscas de respostas.
Ser feliz é o nosso desafio e a busca, incessante, de uma realização.
Se és feliz na ignorância, por que tornar-te sábio?
Primeiro passo: definição de que maneira posso e quero viver.
Lembro que a batalha é árdua, mas a vitória é compensadora.
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