segunda-feira, 18 de junho de 2012
"não são as coisas que inquietam os homenes, mas sim as opiniões que eles fazem sobre as coisas"...Marco Aurélio (Imperador Romano)
Referente à felicidade: como era o “amanhã de ontem”?
Não era muito diferente do que é o “amanhã de hoje”, refém de várias crenças:
- considerava-se a felicidade como produto da fé (fé cega); - a era da razão sugeria que a felicidade seria consequência das conquistas materiais e tecnológicas (com o aumento de renda e da produtividade, com o domínio da natureza); - a felicidade, por ser influenciada pela lógica (fruto da ética do entendimento) e pela avanço do saber na ciência (fruto da ética do pensar) que significativos avanços nestas áreas seriam suficientes para obtenção do prazer; - na harmonia da relação entre progresso da civilização e o consequente estado de felicidade; - na libertação da opressão religiosa, superstição e servilismo, característicos da era medieval; - no aprimoramento intelectual e moral pela aplicação das leis; “se o homem é produto do meio, se produzirmos melhoria no ambiente, como consequência o homem irá melhorar, sempre”.
Sempre houveram promessas que garantiam o bem estar das pessoas.
A realidade revela que muito pouco, das promessas realizadas pelas sociedades e religiões, foram entregues ao homem para garantir a liberdade e o seu bem estar. Temos que ser “ponderados” com as espectativas.
Conhecemos histórias aonde as pessoas fizeram de si mesmas o que não sabiam, apenas viveram segundo suas crenças e informações da época. E, o que podiam fazer para si mesmas, não fizeram. Passaram pela vida.
Gosto das palavras, não me preocupo tanto com a sua etmologia e significado gráfico mas, o que representam para o comportamento humano, sempre fui uma pessoa e profissional da reflexão. Proponho pensar na felicidade como resultado da medida de satisfação global com as duas vidas, uma que projetamos e a outra que, conscientemente, pudemos levar. Temos sido várias pessoas em diferentes épocas, compondo sempre uma unidade (como corpo e mente são aspectos diferentes da mesma pessoa, mesmo não vivendo no passado, ele vive em nós, somos produtos das respostas das nossas experiências).
Neste sentido o “ser feliz” é diferente e mais importante do que o “estar feliz”, pois este depende de coisas isoladas, é circunstâncial e temporal. Ser feliz está relacionado às oportunidades que as circunstâncias da vida nos oferece para vivermos as nossas experiências e vivermos com o mínimo de conflitos, considerando limites e possibilidades; entendendo, respeitando e valorizando a pessoa que conseguimos ser (e não a que gostaríamos de ser ou “ter”). Para isso é fundamental descobrir as satisfações, ocultas pela indiferença causada pela rotina, e o sentido das realizações, possíveis e não apenas desejáveis, nas relações consigo mesmo, com as pessoas da família e grupos sociais, fazendo de forma crescente e com prazer (sentimento que aprimora a ação), o melhor que podemos fazer com as nossas vidas e participação, positiva, na vida dos outros também, isto é conquista, é sucesso.
As pessoas e as organizações políticas, sociais e reliosas sempre entregaram menos do que prometeram. A frustração depende de quanto esperamos dos outros. Podemos minimizar o sofrimento causado pela decepção em diferentes níveis de atenção, cuidando da relação obtida com o resultado do que planejamos, do que podemos fazer e do que obtemos. Nesse aspecto teremos, sempre, duas possibilidade: uma é nos adaptarmos às circunstâncias e a outra é mudarmos as circunstâncias. A realização dos nossos desejos e obtenção do prazer, são, fortemente, influenciadas pelas circunstâncias. Caso pudessemos mudar os nossos sentimentos , ninguém seria infeliz. É fácil entendermos as palavras do imperador romano Marco Aurélio: “não são as coisas em si mesmas que inquietam os homens, mas as opiniões que eles formam sobre estas coisas”. O homem é um projeto em construção, tem que estar livre dos conceitos herdados, estabelecidos por outras pessoas, em outras circunstâncias. O pré-conceito é o principal gestor na maioria dos nossos erros.
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