segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Fazer versos ruins proporciona mais felicidade do que ler versos belos"

A POESIA cria um espaço mágico, onde o inconcebível pode harmonizar e o impossível pode se tornar real. O POETA é uma pessoa que conserva seus olhos de criança e o coração de uma jovem sonhador. A CRIANÇA não se cansa de se admirar com o novo e, mesmo com medo, segurando na mão de alguém pode enfrentar o desconhecido. O JOVEM precisa ter ilusão, imagina experimentar viver o sonho, correndo riscos para sua realização. O ADULTO estaciona os sonhos na garagem da realidade, muito mais cruel do que real, vive para trabalhar e financiar a vida. O TRABALHADOR sem tempo para o “ócio produtivo” apaga os anseios de seu interior, deixando de viver sem ter morrido. Na MEIA-IDADE descobre que a poesia é “o diário do animal marinho: que vive na terra e deseja sulcar os ares”. Durante o PROCESSO DE VIDA lamenta o que não fez na juventude, buscando pensar e até escrever, para derrubar barreiras desconhecidas. Ao chagar na VELHICE, como no poema de Hermann Hesse “O ranger de um galho quebrado” sente: Do galho quebrado, lascado, balançando ano após ano, range seca a canção ao vento, sem folhas, sem casca, pelado, amarelado, para uma longa vida, para uma longa morte fatigada. Seu canto soa duro e insistente, soa arrogante, soa ocultando o medo. Outro verão ainda, outro inverno ainda. O velho que tem medo de deixar esta vida é tão tolo quanto o jovem que teve medo de abraça-la um dia. Quem viveu bem, lamenta apenas ter que deixa-la.

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