segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Bom dia....todo dia

“Quem vê mal sempre vê pouco. Quem escuta mal sempre escuta demais”. O comportamento humano é interessante e necessita ser interpretado: as pessoas que sabem menos parecem ter sempre a melhor opinião, e defendem seu ponto de vista como verdade absoluta e inquestionável. Quem não lê...não se informa. E, mal ouve, mal fala e mal vê; transformando o “achar que sabe” em “saber”. No poema intitulado “Razões adicionais para os poetas mentirem”, Enzensberger criticou o uso que os seres humanos fazem da linguagem, nem sempre utilizado em favor da verdade. Ele disse, por exemplo, que “o instante em que a palavra feliz é pronunciada, quase nunca é o instante da felicidade”, talvez porque a felicidade exija uma entrega de TODOS os sentidos para vivenciá-la. No momento que queremos captura-la, analisa-la e rotulá-la, permitimos que nos escape. O escritor e filósofo Eric Hoffer comentou: “A busca da felicidade é uma das principais fontes de infelicidade”. E o dito popular nos aconselha: “Se você quer ser feliz, não analise”. Quando racionalizamos as vivências e buscamos intenções para elas, perdemos a sua essência. Por isso Nietzsche nos lembra que, às vezes, só ouvimos o que queremos ouvir, já que o murmúrio das nossas ideias preconcebidas se sobrepõe à realidade, sempre mais simples que a opinião que formamos dela. O exercício de todos que desejam pensar com clareza, é corrigir sua visão para que seja a mais abrangente possível e não ceder às opiniões da maioria (a unanimidade é burra...Millôr Fernandes). A felicidade não é um produto acabado (pronto), é o resultado de um conjunto de fatores mediados pela sensibilidade e pelo bom senso. Mais do que um direito, temos obrigação de minimizarmos os conflitos e darmos um sentido para a vida. Isto só é possível com a intervenção do intelecto, na maneira de pensar e agir de cada pessoa. Não há fórmulas e nem magias disponíveis no mercado para a compra; é resultado de uma conquista como consequência de um conjunto de condutas, a partir das próprias experiências (portanto, um processo inacabado).

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