quarta-feira, 7 de agosto de 2013

“Para a maioria das pessoas, a verdadeira vida é a que não levamos”.

O drama de muitas pessoas é o “sempre esperar” que aconteça algo de diferente ou especial que lhes permita VIVER (com letras maiúsculas). A rotina do dia a dia revela-se com uma significativa dose de tédio, nos proporcionando desconforto e insatisfação. No entanto, é justamente essa atitude passiva que impede que a vida de pequenos prazeres aconteça e nos satisfaça. Temos que ter discernimento de como ela pode ser vivida, de acordo com as circunstâncias, e que possamos nos beneficiar dos aspectos positivos sempre presentes, às vezes ocultos e que devem ser descobertos em cada situação. Diante de um mesmo fato podemos ter interpretações diferentes. Exemplo: dois amigos iam caminhando num jardim quando viram uma roseira (mesmo fato para os dois). Então, um deles disse: que pena, uma flor tão bonita e com espinhos (uma interpretação pessimista, mesmo que real). Disse o outro: que bonito, até entre espinhos nasce uma rosa (valorizando o melhor, sem ignorar o ruim existente, mesmo porque os espinhos são úteis para proteger as flores). Todo acontecimento é uma revelação, tem que ser um aprendizado que influencia a nossa transformação, nos adaptando às situações que não podem ser mudadas e aprimorando as possibilidades para vivermos melhor, com um olhar diferente, mais produtivo e construtivo. A ansiedade, fenômeno natural em todo ser vivo, em algumas pessoas acontece com mais frequência e potencialidade, deve ser controlada com o poder do pensamento e com mudança de atitudes. O escritor Dino Buzzati, descreve em seu romance “O deserto dos tártaros”, um oficial que ANSEIA POR GLÓRIA, espera indefinidamente, em uma fortaleza, o ataque dos bárbaros, para vencer a batalha e tornar-se herói, mas este momento nunca chega. Temos sempre dois tipos de vida: uma que idealizamos e outra que efetivamente nos acontece (de maneira diferente e que temos que conseguir viver e, viver bem). O anseio por uma “vida autêntica” se mostra desde o dia em que nos despertamos para o mundo. Estamos sempre imaginando e esperando por um mundo ideal, para então sentir que estamos vivendo. Como aquele oficial, nos trancamos em fortalezas, esperando uma situação que nunca chega, vendo o tempo passar em vez de olharmos ao redor, sem desenvolvermos a “sensibilidade produtiva” para perceber o quanto existe de interessante e de bom na vida, e, degustar os prazeres de cada momento, que sempre nos transformam em verdadeiros heróis, da própria vida e facilitadores da vida dos outros. “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. Disse Oscar Wilde, o homem que amava os prazeres da vida. Se uma pessoa apenas trabalha, paga as contas, é destruída no transito, se compromete com coisas que não terá condições de cumprir naturalmente...apenas vê os dias passarem, ela flutua nas águas da existência, mas não mergulha nas profundezas da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário