quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Dor e sofrimento....

“Não há razão para buscar o sofrimento, mas, se ele surgir em sua vida, não tenha medo: encare-o de frente e com a cabeça erguida”. Este é um aforismo do célebre Nietzsche, considerando o que disse Buda: “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. A intensidade e duração do sofrimento dependem da ação transformadora de cada um. Não existe nada mais produtivo do que a ação terapêutica do intelecto humano, influenciando o modo de pensar e agir para sentir as sensações decorrentes das relações que estabelecemos conosco mesmo, com os outros e com o mundo. Do nascimento à morte, a vida está repleta de dor, mas o sentido que damos a essa dor só depende de nós. Se a encararmos de forma trágica, ela se transformará em sofrimento. Observação: não existe sofrimento maior do que a perda das pessoas que amamos e, elaborar este luto sempre será com muito sofrimento (nada e ninguém o substitui), principalmente quando esse bem maior é o próprio filho, subvertendo a ordem cronológica natural – as pessoas mais velhas devem morrer antes. Uma coisa é o que acontece no “exterior” e outra é o que acontece no “interior” de cada pessoa e nem tudo tem explicação lógica. Aquele que tem medo de enfrentar as dores do cotidiano, a receberá, sempre, como uma maldição e ira dos deuses. Fica mais difícil superar este momento tenebroso e aparentemente injusto. Mais tranquilas são as pessoas que procuram lidar com os transtornos da vida, para aprender com a dor e tentar extrair dela um benefício em forma de conhecimento. Sabendo que não será nada fácil, mas será sempre transformador, fica menos difícil suportar a dor, minimizando os efeitos deletérios do sofrimento. Quem estamos nos tornando com esse sofrimento? Até nos momentos mais duros da vida, como quando sofremos uma terrível perda, podemos entender como a necessidade de nos encaminharmos para uma direção - antes não pensada - de algo que poderá ser bom conhecer. Se estivermos conscientes de que o fim de uma situação, pode representar depois de um tempo - para elaboração da perda - outro começo, poderemos transformar a dor e o sofrimento numa escola que pode nos possibilitar entender mais profundamente o que pode significar o ser humano e sua capacidade de superação; tornando-nos outra pessoa. Antes mesmo de desejar ser feliz, o que queremos é não sofrer. E, sofrem menos aqueles que conseguem conferir um sentido para a própria vida, até nos momentos que nos parecem insuportáveis. Quem disse que a vida é fácil, nos enganou. Seria melhor que nos ensinasse a viver, superando os sofrimentos que a vida nos oferece naturalmente. Mas, com todas as dores e sofrimentos, viver é simplesmente fantástico, obrigando-nos a nos inventarmos constantemente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário