quinta-feira, 29 de agosto de 2013

“Toda convicção é uma prisão” (Nietzsche) Temos a triste e prejudicial mania de dividir, as pessoas e as coisas, em duas categorias, como se a vida não comportasse outras condições. Não parece racional e nem lógico que as coisas devam ser apenas: á favor ou contra, gostei ou não gostei, bom ou ruim, branco ou preto, vermelho ou azul, teísta ou ateu, comunista ou tucano... Na vida sempre existiu e sempre existirão as categorias intermediárias e, mais sensatas são as pessoas que se permitem questionar as suas convicções, sem precisar defender o que nem sempre merece e pode ser defendido. A história é a principal testemunha dos fatos. Cada pessoa tem seu próprio caminho, e, o caminho correto para todos ou para a mesma pessoa o tempo todo não existe. Ninguém é mais partidário das reformas do que as crianças e os adolescentes. A adolescência é principal fase para os questionamentos, colocando em dúvidas as convicções herdadas, como única possibilidade, sejam as convicções religiosas, políticas e culturais. A ideia de socialização, para sermos aceitos em igualdade de condição é um evento natural, até percebermos que nem mesmo numa família composta por cinco membros isto é possível. A melhor socialização é a de transferir rendas de outras contas bancárias para a nossa, sendo a primeira bem maior. Como todo ser vivo, o homem é territorial e defende o seu território, ela compartilha as suas posses segundo os seus critérios e muito melhor do que as leis (feitas apenas para os tolos cumprirem). Diante de todas as pessoas existem pelo menos duas estradas para ser percorrida, qual será a melhor para escolhermos? Alguns preferem a estrada mais percorrida pelos outros, por uma questão de aparente segurança, outros a menos percorrida, mesmo sabendo que não é nada fácil quando saímos da rota comum, gerando alguns conflitos naturais pelo desconhecido. No entanto, é somente com as aventuras que aprendemos coisas importantes. O crescimento nunca será coletivo, mesmo quando socializado, ele é PESSOAL. A transformação é uma tarefa significativa e ao conquistarmos o resultado das nossas escolhas é o maior de todos os prazeres. O homem necessita do sucesso, ele é realizador. O maior sucesso que uma pessoa pode conquistar é a LIBERDADE e a promoção do próprio BEM ESTAR e ser um facilitador na vida do outro (isto é humano). Nos regimes totalitários, de direita ou de esquerda, a única diferença é a nomenclatura, mas, as estratégias e condutas são as mesmas, a humanização é realizada sob a forma de “adestramento” considerando prêmio ou castigo conforme o comportamento de cada um diante do sistema. Ao sairmos da condição de inumano (provido dos instintos da natureza), passando para o homem que habitava as cavernas (com a sua liberdade, mas com a responsabilidade da necessidade de caçar e se proteger para sobreviver), agora, vivendo o tempo do o “homem que sabe” ou melhor dizendo: o “homem que deveria saber”, vivemos em conflitos constantes. Mesmo não sabendo viver em matilhas, temos que nos associar para o enfrentamento e superação de todas as dificuldades. Como somos o resultado das nossas relações (conosco mesmo, com os outros e com o mundo) e suas consequências, temos que nos ajuntarmos em grupos sociais. Considerando todas as dificuldades pessoais, naturais e circunstanciais, surge uma importante pergunta em função de que o homem é um ser naturalmente político, mesmo aqueles que não gostam de política (todas as decisões que tomamos como pessoa e profissional, são de caráter essencialmente político). Mesmo aqueles que não gostam de política se questionam: qual o melhor sistema de governo? Qual o melhor partido? Qual o melhor governante? A história através dos vários tempos, nos diferentes lugares, nos revela que NADA e NINGUÉM tem condições de nos representar para atender as necessidades humanas, a não ser nós mesmos, de forma livre e responsável (a responsabilidade uma condição adquirida pelas pessoas livres, sem liberdade não se constrói a responsabilidade – característica humana que deve ser preservada para a sua satisfação). O regime que melhor atende este ser complexo, esta máquina de pensar, agir e viver, é a democracia. Para experimentarmos o diferente, para errar e poder acertar, para começar de novo toda vez que necessário...para viver diferentes possibilidades...para arriscar, aventurar-se e conquistar. O intelectual liberal, no mundo todo, vota sempre na oposição, até tornar-se situação. Democracia exige transparência, não pode se utilizar de farsas que serão descobertas (atacadas por uns e mal defendidas por outros). A democracia possibilita-nos fiscalizar a verdade e a justiça e, através do voto fazermos nossas escolhas. Possibilita ainda aparecer outras lideranças e novas oportunidades (ver todos os dias a cara do mesmo comandante é um horror, pois identificamos a mentira e o populismo com facilidade). Os regimes não democráticos são marcados pela INVEJA, pela PRESUNÇÃO, pela MANIPULAÇÃO DAS VERDADES, por PROPAGANDA ENGANOSA, por INJUSTIÇAS e CORRUPÇÃO. Falo com sentimento histórico e não por uma simples opinião (não é preconceito e sim conceito). Não podemos permitir através do voto mais do que inútil, prejudicial, ao votarmos sempre no mesmo partido ou no mesmo político, manter uma ditadura através do voto, possibilitando que eles estabeleçam as suas redes de poder e de corrupção (assim é na ditadura dos vermelhos no Brasil e dos azuis em SP). A política é necessária...o político é farsante, normalmente aquele que não conseguiu ser nada na vida e vai fazer carreira como servidor público (damos o milho e ainda defecam na nossa cabeça). Leia coisas novas, nem sempre os melhores livros são os mais vendidos; vá para lugares diferentes e procure conhecer outras pessoas; permita-se questionar suas convicções para possibilitar mudanças; seja interessante sem falar a mesma coisa sempre; permita-se escolher as categorias intermediárias; esvazie-se das velhas convicções e permita as novas acontecerem. Tolo é aquele que não se permite novos nascimentos, morrendo sendo sempre uma única pessoa. Cada um é uma pequena sociedade e deve abrigar no seu interior “multidões”. Ser comunista na adolescência é ser questionador. Ter essa convicção à vida toda é temerário e naturalmente insano. A não ser estar em Paris, acompanhado de champanhe com caviar, como fazem os célebres comunistas verbais. “Os sábios podem mudar de opinião, os idiotas nunca” (Kant). Quer realmente conhecer uma pessoa: não ouça o que ela diz, observe as suas atitudes.

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