terça-feira, 24 de setembro de 2013
Momentos que valem por toda vida
“Às vezes podemos passar um longo tempo considerando viver uma vida sempre igual e, de repente, toda a nossa vida se concentra num só instante, numa oportunidade consistente e transformadora”.
É conhecida a expressão “A alquimia dos sonhos” contada por Paulo Coelho na fábula “O Alquimista”, onde ele conta a história de um pastor que faz uma viagem pelo deserto - fugindo do cotidiano que nos entristece - em busca de algo que viu num sonho, que o levará a se tornar alguém que nunca havia imaginado ser e a encontrar o amor de sua vida (todas as pessoas gostariam de viver uma história de amor, mesmo sem planejá-la e dedicar-se a esta conquista).
James Joyce, considerado um dos maiores pensadores e escritores do século XX, descrevia “Epifania”, como os momentos em que atingimos uma profunda compreensão da realidade e o mundo dá a impressão de parar... para começar de novo...com uma condição diferente...estando melhor preparado.
Epifania (do grego “epiphanéia”) pode significar aparição ou manifestação(divina na maioria das vezes).
Os filósofos conceituam “Epifania” para significar uma sensação profunda de realização no sentido de compreender a essência das coisas ou das pessoas, isto é, poder considerar que a partir de agora sente como solucionado, completado, aquilo que estava difícil de entender e conseguir. Também pode ser um pensamento iluminado, uma inspiração que parece ser coisa de Deus, como que somente Ele seria capaz de pensar tal coisa.
Muitos filósofos, religiosos, místicos, escritores, cientistas, confirmam através de relatos históricos que passaram por algumas experiências epifânicas, como Buda, Moisés que conta as aparições de Deus, Maomé e o próprio James Joyce entre outros.
Fenômenos significativos e transformadores (epifânicos), podemos conseguir de várias maneiras:
- Ao congregarmos numa igreja e na manifestação interior após uma oração ou um procedimento de relaxação.
- Ao depararmos com um trecho de um livro ou de uma citação que nos faça vibrar.
- Ao experimentarmos a descoberta de um novo sabor ou de uma situação desconhecida, que possibilita nos revelarmos de maneira diferente e prazerosa.
- Ao contemplarmos uma paisagem ou uma obra de arte.
- Ao ouvirmos uma música ou assistir um filme que despertam sentimentos adormecidos.
- Ao sentirmos um aroma, revendo fotos ou qualquer outra coisa que nos fazem recordar da infância.
A música, como as fotos e as representações no cinema, são expressões de arte que mais nos aproximam das lembranças e das lágrimas.
Enfim, necessitamos de coisas que implicam em sentir para pensar e tentar entender. O sentimento é a emoção do pensamento. Uma emoção não necessita estar vinculada a uma pessoa real ou a um acontecimento verdadeiro. É a mente que a vincula à uma série de circunstâncias, mesmo que subjetivas ela é real, gerando forte sentimento.
Conhecer as nossas emoções e a pensar com mais clareza, tem que ser importante objetivo na vida das pessoas. Ou, simplesmente, ignorar tudo e não pensar em nada. O que não podemos é ficar parado no meio do caminho, sem pensar para nada sentir.
Conseguir envolver-se com o instante, sem determinismo e expectativas, ocorre uma “iluminação” também chamada de “satori” pelo budismo.
São momentos assim, de completa lucidez, no qual entendemos a essência das coisas, das pessoas e principalmente de nós mesmos, que devemos procurar alcançar o máximo de vezes possíveis, lembrando que sempre seremos chamados para a rotina do dia a dia, afinal temos que ganhar dinheiro para financiar a vida. Ou procurar trabalhar no que gosta (ou gostar do que está fazendo) para viver livre e produzir prazer para si mesmo.
De vez em quando, precisamos sentir a vida, nos concentrando no exato momento que estamos existindo. Temos que construir no imaginário, ou escolher como refúgio, um local aprazível para o nosso descanso, sendo também a fonte da energia que necessitamos para nos movimentarmos pela vida, satisfeitos e alegres.
Lembranças do passado que nos deixam insatisfeitos temos que procurar esquecer AGORA (e toda vez que nos produz transtornos). Temos que imaginar uma nova história e acreditar nela, procurando os meios que possam nos ajudar (todos nós necessitamos de alguma forma de colaboração, os meios são muitos e estão disponíveis). Temos que lembrar e nos concentrarmos nos momentos históricos de superação e fortalecer esta energia, positiva, que existe no nosso interior.
Podemos contar sempre com o “Princípio Favorável”, pois, quando fazemos alguma coisa pela primeira vez, a “sorte” sempre nos favorece.
Temos que ler e interpretar os sinais que a vida nos revela, porque servem para nos orientar pelo caminho.
Toda pessoa tem uma magia especial, que, lamentavelmente, por influências sociais abandonamos quando deixamos de ser criança, como:
1) ficar contente sem motivos materiais;
2) estar sempre, mentalmente, ocupado com alguma coisa;
3) saber exigir com todas as forças (ninguém tem estratégias mais provocantes do que uma criança).
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