sábado, 15 de março de 2014

“O conhecimento intelectual é apenas um papel. Só transmite confiança aquele que sabe o que fala e vive o que diz”.

Um conto árabe fala que uma vez existiu um ancião muito sábio. Tão sábio que todos diziam que se podia ver a sabedoria em seu rosto. Certo dia, ele decidiu fazer uma viagem de barco. Na mesma embarcação viajava um estudante. O jovem era arrogante e mantinha um ar de superioridade. Quando soube da presença do sábio, foi ao encontro dele. - O senhor tem viajado muito? – perguntou o jovem. O ancião respondeu que sim. - E o senhor esteve em Damasco? – voltou a perguntar o jovem. O ancião lhe falou das estrelas que podiam ser vistas da cidade, do belo entardecer, de sua gente, Descreveu os cheiros, o barulho do comércio...e, enquanto falava, o estudante interrompeu: - Já percebi que esteve lá, mas estudou na escola de astronomia? O ancião disse que não. O jovem se surpreendeu e exclamou: - Então o senhor perdeu a sua vida! Como fosse possível sabermos tudo!!! Todos nós somos ignorantes em vários assuntos. Quantas vidas seriam necessárias para nos aprimorarmos? Apenas a eternidade poderia possibilitar “todos se tornarem sábios” - conscientes da vida. Cada um deve escolher o que entende como importante e necessário para si mesmo e, se dedicar no aprendizado e viver conforme as suas escolhas e possibilidades. O ancião deu de ombros enquanto o jovem continuava falando. - Já esteve em Alexandria? O ancião então falou sobre a beleza da cidade, de seu porto e do seu farol, das ruas abarrotadas, de sua tradição e etc. - Sim, vejo que esteve lá – interrompeu o jovem – mas...estudou na biblioteca de Alexandria? O ancião voltou a negar com a cabeça e o jovem exclamou: - Então o senhor perdeu meia vida! O sábio ancião não disse nada, mas, depois de um tempo, viu que no outro lado do barco começava entrar água. Olhou para o jovem e perguntou: - Estudou em muitos lugares, não é? O estudante enumerou uma quantidade de escolas e bibliotecas que parecia não ter fim. Quando se calou, o ancião perguntou: - Em algum desses lugares aprendeu natação? O estudante repassou as dezenas de matérias que tinha cursado nos diferentes locai, mas nenhuma era natação. - Não, não aprendi natação – respondeu o jovem. O ancião se levantou e subiu na borda do barco. Antes de se lançar ao mar, disse: - POIS ENTÃO PERDEU A VIDA INTEIRA. Nenhuma escola formal nos ensina o que, de fato e essencial, necessitamos saber para viver com qualidade: sofrendo menos, promovendo o próprio bem estar, enfrentando as dificuldades da vida profissional e construir um sentido para a vida. Esta é uma missão pessoal e cada um fará conforme a sua vontade e as circunstâncias. Cada um deve buscar ser o mestre de si mesmo e procurar aprender o que é fundamental para viver bem, uma vida interessante e produtiva. Lembrando que a vida é uma medida de tempo, limitada e efêmera, e, não temos o luxo da eternidade.

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