sábado, 6 de julho de 2013

A importância em estar só...em boa companhia também

“Se não for sair de casa, limite-se a sentar-se confortavelmente e escutar” Os pensadores e estudiosos do comportamento humano, dizem que para alcançar a sabedoria basta “escutar, estar tranquilo, silencioso e solitário. Pois, livremente, o mundo se oferecerá a nós sem máscaras, sem escolha, se abrirá em êxtase aos nossos pés”. Esta visão está de acordo com a de Blaise Pascal, que afirmava que todas as desgraças dos homens procedem de uma só coisa: não saberem ficar sozinhos, repousando tranquilamente num quarto fechado. Este físico, matemático, filósofo e escritor francês, acreditava que há uma terrível contradição entre a realidade do que o homem é e aquilo que ele aspira. O homem aspira à felicidade e só encontra o tédio. Aspira à verdadeira justiça e vê que não a tem. Aspira ao infinito e vê que é mortal. “O homem sente nostalgia de uma felicidade perdida”, dizia Pascal. “A alma do ser humano é um abismo infinito que só o infinito pode preencher”. Após uma jornada de tarefas e problemas, no silêncio e na solidão se encontra essa conexão com o infinito, dizia Kafka. Particularmente, acredito na complexidade da vida e nas insatisfações constantes do ser humano e, que mesmo sendo um ser gregário tem dificuldades de viver em sociedade. Este é um importante desafio: saber que existem momentos que é necessário estarmos sós, para procurar entender a situação do momento e a fase do processo que estamos vivendo - sem influências e opiniões hipnóticas dos outros - mas, não existe nada melhor do que ENCONTRAR e SER uma boa companhia, e juntos nos tornarmos alguém, quem conseguimos ser e gostar de quem temos sido, mesmo que não sejamos perfeitos. O ser humano se realiza, apenas, na relação com o outro. Precisamos do outro para nos tornarmos alguém (do aluno para sermos professor, do paciente para sermos terapeuta, do filho para sermos pais, do outro para sermos amigos e amantes...). A vida tem momentos muito agradáveis para serem compartilhados, para potencializarmos a alegria e o prazer. Como existem outros tantos tempos, difíceis e desconfortáveis, para superarmos sozinhos, sem apoio e colaboração, sem termos um abraço para nos acolher. Somos um mix, mal dosado, de necessidades e sentimentos, de apego e ciúme, de medo e aventura, de querer a paz e promover conflitos, de preguiça e superação...que deseja amar e tem dificuldade de fluir para a outra parte, que na maioria das vezes prefere o mistério do que o conhecimento, o determinismo do que a sabedoria. Felizes aqueles que se transformam juntos, se compreendendo, se respeitando, se valorizando. Sendo um o facilitador da vida do outro, promovendo os meios favoráveis que possibilita alguém se tornar quem consegue ser. Não conseguimos nos comportar da forma como os outros gostariam. Procuramos SER o que apenas conseguimos ser - a gente mesmo - e temos que aceitar (e gostar) da pessoa que estamos nos tornando, aceitando também o que os outros conseguem ser. Querendo ou não conviver com quem não temos afinidade é outra coisa. Ninguém é obrigado a gostar de cachorro (devido ao medo ou outras coisas) mas, todos somos obrigados a respeitá-lo sem mal tratos.

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