quinta-feira, 11 de julho de 2013

Deveres é diferente de obrigações íntimas

“Cumpro com meus deveres, mas não com minhas obrigações íntimas – cada obrigação íntima não cumprida se transforma em uma infelicidade duradoura”. Quais são nossas obrigações íntimas que, se não forem atendidas, se transformam em infelicidade? Jorge Luis Borges, em um dos seus textos, define muito bem o que é que alguém pode sentir ao chegar a uma certa idade sem ter cumprido sua obrigação mais sagrada: “Cometi o pior dos pecados que um homem pode cometer. Não fui feliz. Que as geleiras do esquecimento me arrastem e me levem, sem piedade. Meus pais me engendraram para o belo e arriscado jogo da vida, para a terra, a água, o ar, o fogo. Eu os decepcionei. Não fui feliz. Não cumpri a sua vontade. Legaram-me coragem. Não fui valente. A sombra de minha infelicidade está sempre ao meu lado”. Nesse mesmo sentido, Robert Louis Stevenson, autor da “Ilha do tesouro”, diz: “Não há dever de que descuidamos tanto como o de ser feliz”.

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