“Construindo seu próprio mundo”.

Dissemos que existem dois mundos: um material (onde reagimos aos estímulos sensoriais e regido pela lei de Murphy - onde o pior sempre acontece e, quase nunca estamos satisfeitos como dizia Sócrates) e outro espiritual que se encontra além da percepção humana (onde somos ativos para construirmos o inédito e o que desejamos e, não há traços do determinismo, a satisfação consistente e duradoura é possível). Como dizem os fisiologistas do comportamento humano: o homem é só consciência, o restante é urina e fezes. No mundo físico, mundano, muito pouco precisamos fazer para nos sentirmos iguais (as diferenças são constituídas de detalhes tão pequenos e insignificantes, que necessitamos de vários números e vários documentos para sermos identificados). O que nos personaliza, saindo da mediocridade, é como nos manifestamos no mundo dos sentimentos, indelével e pessoal, necessitando de constantes transformações e de estarmos conscientes dessas significativas mudanças que nos conduzem à liberdade para construirmos o nosso mundo de satisfação e de bem estar, que podemos chamar de prazer ou de felicidade - com momentos que gostaríamos que fossem eternos. A cortina que separa os dois mundos e que delimitam os espaços em que vivemos, caracterizando o nosso universo de possibilidades e o que podemos encontrar neles (mesmo desejando outras coisas) depende da consciência de cada um e de que maneira, cada um, conduz essa cortina invisível aos olhos comum e sempre real. “TODO MUNDO PENSA EM MUDAR O MUNDO (ou o outro). MAS NINGUÉM PENSA EM MUDAR, CONSCIENTEMENTE, A SI MESMO”. Mudar a si mesmo, conhecendo-se para se transformar e viver num NOVO MUNDO NOVO, experimentando outras realizações, desejáveis e renovadoras, beneficiando-se da plenitude da vida, é preciso ter vontade consciente e persistência (o ser humano tem a mania de desistir com muita facilidade das suas intenções). A vontade determina a força, a consciência o rumo e a persistência a conquista. Quatro atributos são importantes na conquista dos bons resultados nesta transformação consciente: CAUSA; CRIADOR; CONTROLE; COMPARTILHAR. 1- cada pessoa deve ser a própria CAUSA da mudança (mudar para si mesmo em benefício próprio e dos outros); 2- possuídos por poderes divinos, herdados na criação da vida e extensão da própria vida, temos que ser o CRIADOR deste nosso mundo novo. 3- para sermos protagonistas da própria história, temos que ter poderes para mudar o que deve ser mudado, vontade para aceitar o que não pode ser mudado (lembrando que sempre dependemos das circunstâncias) e sabedoria para distinguir uma coisa da outra e nos mantermos no CONTROLE das nossas ações. Nunca iremos conseguir o que mais queremos: controlar a ação das outras pessoas e do mundo. Portanto, herói é aquele que consegue se livrar do controle dos outros. 4- A vida só se dá para quem se deu...nascemos para ser úteis, caso contrário seremos inúteis...a vida deve ser entendida como missão...como serviço. Portanto a vida, por excelência, exige de cada pessoa (o digno de ser): COMPARTILHAR. No mundo material somos REATIVOS, apenas reagimos, o que é fácil e comum a todos, até para os tolos. No mundo de satisfação temos que ser PROATIVOS, o que é muito difícil e só é possível para aqueles que desejam ser especiais para si mesmo e para a sociedade. Os quatro atributos do mundo material são: Ser o efeito (e não a causa); Ser uma entidade criada (ser uma marionete e não gente - criador do próprio mundo); Ser controlado por tudo (não ser o protagonista da própria história, ser apenas passageiro de uma vida sem legados); Ser receptor (apenas receber, sem nada doar...oferecer, colaborar, ajudar... enfim ser um inútil). A fonte de todo comportamento reativo é o Desejo de Receber e, neste caso, separado pela cortina, a pessoa está maculada pelo próprio Ego (vergonhosamente soberano), incluindo o egoísmo, a mentira, a manipulação, a ganância, a inveja perigosa, a autoindulgência, a raiva...tudo aquilo que nos faz ter vergonha da raça humana. O comportamento reativo é qualquer reação que temos como resposta às diferentes sensações externas, dependendo do momento, como: ressentimento, ciúme exagerado, soberba, orgulho, presunção, desejo de vingança, frustrações constantes, insegurança...sempre nos conduzindo a uma baixa auto estima - falta de admiração por si mesma, com dificuldade de aceitar os próprios limites e incapacidade de desenvolver as suas potencialidades. Mas, como o desejo humano é a LUZ, de viver a plenitude da ocasião e do momento, sendo capaz de transformar as situações em benefício de todos, de viver em liberdade (de alguma coisa...para alguma coisa) e construir seu próprio universo, com possibilidades sempre presentes de realizações em busca do prazer, temos que ter a CONSCIÊNCIA do que somos, do que queremos e podemos ser. E, “ELEVAR-SE” ACIMA dessa CONSCIÊNCIA constitui uma significativa e genuína transformação espiritual. A vida, por si mesma, não tem nenhum sentido lógico, por mais que queiramos acreditar em fantasias e ficções, portanto: CADA PESSOA DEVE CONSTRUIR UM SENTIDO PARA A SUA VIDA (o sentido da vida é diferente entre as pessoas influenciadas pelas diferentes épocas, cultura e religião). Em termos bem simples, deixo para hoje algumas reflexões: Qual é o propósito supremo da vida para você? Qual a razão para a sua existência? Qual o melhor trajeto para viver em plenitude, ou o mais próximo disso? O que significa o caminho de volta para casa? Como podemos expressar o DNA divino? Para você existem mesmo esses dois mundos, separados por uma cortina que delimita os espaços onde vivemos, como o conteúdo e forma de vida? (Segue conteúdo no próximo artigo).