sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
A vida a gente inventa
Gostaríamos de viver um amor que não tivesse fim. Como eu, alguns anseiam por um começo. Para conquistar a conseqüência de um pedido: “dá-me um beijo” ? Um só, para matar o meu desejo. Conforme o prazer pedir mais um, depois de tantos. Dançar uma dança, no ritmo do “el dia en que me quieras”. Roçando as cochas entre cochas e salivando de paixão. Consumindo-se em prazer e querendo um pouco mais. É oportuno deixar o sentimento seguir em direção ao coração. Caminhar para longe de alguém é engano. Melhor é voltar quando ficou a saudade. A presença dos fluídos humorais e necessidade de um novo encontro. O coração é a sede de tantos segredos, de tantas verdades. É onde abrigamos a eterna namorada. Viver é oscilar na corda bamba das incertezas. As coisas vêm e podem ir embora. Outras chegam quando menos se espera e ficam. O bom é não servir de morada para tristeza e solidão. Este é o maior pecado. A forma de conviver e amar, a gente inventa. Descobrindo e se revelando. O valor da relação está em quem conseguimos ser. Fazendo realidade o que consideramos ilusão. Se um dia o amor acabar, a gente inventa que nunca existiu. Dançando a última dança, não mais batendo as cochas. Ter momentos de prazer não é um inimigo invencível. É possível é só querer e construir. Estar feliz é voar enamorado num limite improvável. É estar jurado para viver de amor e morrer de paixão.
Aprendiz do desejo
Estou em busca de um tempo, essa busca enfeita o meu momento. O pensamento é livre, viaja até onde quero chegar. Faço-me feliz, apenas por você existir. Dissimulo a ansiedade te dizendo: “não ficarei mais triste se me deixar” já tenho um novo bem para amar. Para que te falar... se não podes me ouvir? Você foi apenas o meu poema, de amor que escrevi ? Meus olhos não te encontram, e nem se encantam... mais... com os teus. Foi-se o tempo de uma significativa saudade, em que onde eu estivesse, sem saber me acompanhavas. Fui teu? Fostes minha? Te amei em segredo. Passeava com a sua sombra e seu corpo desejava. Nunca pude te amar de outra maneira. Um amor tímido. Sem saber como, nem a forma ou até quando. Dei ao meu coração um caminho para a solidão. De mãos dadas com o desejo te procuro, como se um dia tivesse te tocado. Inquieto, ainda te procuro, você está perto e distante, Perto da vontade...distante da realidade. Eu falo palavras ao vento porque nunca me ouves. Minha poesia como a minha voz, não te toca, nada se transforma. Tua boca está muda, que fosse fechada pelo meu beijo. Entre outros beijos percorri até o infinito, sem te encontrar. Onde mora o meu prazer? Quero chegar. Em meus braços te envolver e te abrigar. Por uma noite, antes e depois de outra. Dar sentido para os meus dias, sem pedir explicações por este longo e maldoso silêncio.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Não somos os mesmos de ontem.
É impossível sermos os mesmos....sempre!
Viver é administrar... administrar é escolher prioridades... conforme a situação e circunstâncias.
A vida nos obriga á fazer escolhas...não fazer escolha é uma maneira de escolher... como viver.
Oscilamos entre uma conduta determinada por uma ética igualitária ou uma ética de descriminação social e religiosa. Os nossos dias serão contemplados por uma estética romântica ou de indiferença diante dos sentimentos. Nossa ideologia política é democrática ou autoritária. Estaremos envolvidos aos apegos e necessidades humanas ou a preocupação com a tecnologia nos possibilita sermos inumanos. Conseguiremos amar a natureza ou apenas utilizar os seus recursos.
As escolhas determinam o personagem que iremos representar na sociedade, o que nos obriga á significativas reflexões em nossos propósitos e atitudes.
Mais importante do que os simples ganhos em compreensão, é o conhecimento que cada um deve ter sobre si mesmo, e, se possível dos outros também, principalmente com quem convivemos e nos interessa conhecer.
É excelente a sensação de liberdade e a busca pela conquista que nos possibilita vivermos melhor, e colaborar com os outros.
Cada um á seu modo, irá construir a sua identidade e os meios que possibilitam obter conhecimento real dos fatos. Mais com sabedoria do que inteligência intelectual, para compreender á luz da razão o que herdamos como mistérios.
Precisamos identificar algumas necessidades básicas que necessitam ser atendidas ou racionalizadas, com maior ou menor angústia, com maior ou menor sofrimento, mas, sempre com transtornos, pois, a vida implica em sofrimento.
Temos dificuldade em ficarmos sozinho e queremos ser compreendidos, respeitados e amados (a única coisa em comum que existe em todas as religiões é a palavra e o sentimento AMOR). Não queremos morrer e perder as pessoas que amamos, é difícil elaborar o luto e nos conscientizarmos com as perdas. Essa real possibilidade nos frustra. É exatamente isto, que ás vezes, nos atormenta, reconhecendo que tudo na vida te um fim.
Para vivermos bem, livremente, com alegria e generosidade, precisamos como princípio vencer “os medos” decorrentes da manifestação de angústia do que vamos viver, pois, sabemos que nem sempre é possível reverter ás conseqüências: dos eventos naturais, como a morte; e a do produto das nossas ações, pois, seremos responsabilizados por elas.
Seguir em frente é a ordem e solução, difícil de ser executada.
“É preciso, antes de tudo, expulsar e destruir esse medo do Aquerodonte (o rio dos infernos) que, penetrando até o fundo do nosso ser, envenena a vida humana, colore todas as coisas do negror da morte e não deixa subsistir nenhum prazer límpido e puro”...Sobre a Natureza das Coisas (Lucrécio), copiado do livro de Luc Ferry (Aprender a Viver).
Considerando o fato de sermos mortais e o medo, sempre, se fazer presente, sugere-se:
- os deuses não devem ser temidos (o julgamento é dos homens, tão imperfeitos quanto nós);
- a morte não deve amedrontar (é um fenômeno natural cujo mistério é apenas deixar de existir, pelo menos nesta forma);
- as coisas boas não são impossíveis de conquistar (dependem da vontade e determinação);
- as coisas ruins, como as boas, são temporárias (não é difícil de suportar);
- o sucesso é possível para todas as pessoas (considerando sucesso a forma livre de viver, com alegria, nos aceitando como somos e o que temos como bens materiais).
O medo nos impede de vivermos bem, gerando angústia.
Outro corruptor da boa existência é a dificuldade de viver e nos beneficiarmos do momento em curso. Oscilamos entre o passado e o futuro. Vivemos entre a nostalgia e a esperança, entre o arrependimento e o projeto. Temos facilidade para considerarmos que o tempo de ontem era melhor do que o presente, e, que quando “tivermos algo” ou “estivermos com alguém”, será melhor do que o “aqui” e “agora”. Temos facilidade para relacionar o prazer com uma condição (se estivesse de férias...se fosse promovido no trabalho... se tivesse uma casa grande e um carro novo.....). Lamentamos o passado ou projetamos a realização para o futuro (que nem sempre virá ou será como planejamos).
A preocupação dos filósofos, nas diferentes épocas, foi pensar no viver melhor e morrer naturalmente.
Será hoje diferente? Como conseguir? Fé cega ou razão? Religião ou Filosofia? Será melhor tudo ignorar? Deixa a vida me levar...vida leva eu...para aonde...como?
Viver é administrar... administrar é escolher prioridades... conforme a situação e circunstâncias.
A vida nos obriga á fazer escolhas...não fazer escolha é uma maneira de escolher... como viver.
Oscilamos entre uma conduta determinada por uma ética igualitária ou uma ética de descriminação social e religiosa. Os nossos dias serão contemplados por uma estética romântica ou de indiferença diante dos sentimentos. Nossa ideologia política é democrática ou autoritária. Estaremos envolvidos aos apegos e necessidades humanas ou a preocupação com a tecnologia nos possibilita sermos inumanos. Conseguiremos amar a natureza ou apenas utilizar os seus recursos.
As escolhas determinam o personagem que iremos representar na sociedade, o que nos obriga á significativas reflexões em nossos propósitos e atitudes.
Mais importante do que os simples ganhos em compreensão, é o conhecimento que cada um deve ter sobre si mesmo, e, se possível dos outros também, principalmente com quem convivemos e nos interessa conhecer.
É excelente a sensação de liberdade e a busca pela conquista que nos possibilita vivermos melhor, e colaborar com os outros.
Cada um á seu modo, irá construir a sua identidade e os meios que possibilitam obter conhecimento real dos fatos. Mais com sabedoria do que inteligência intelectual, para compreender á luz da razão o que herdamos como mistérios.
Precisamos identificar algumas necessidades básicas que necessitam ser atendidas ou racionalizadas, com maior ou menor angústia, com maior ou menor sofrimento, mas, sempre com transtornos, pois, a vida implica em sofrimento.
Temos dificuldade em ficarmos sozinho e queremos ser compreendidos, respeitados e amados (a única coisa em comum que existe em todas as religiões é a palavra e o sentimento AMOR). Não queremos morrer e perder as pessoas que amamos, é difícil elaborar o luto e nos conscientizarmos com as perdas. Essa real possibilidade nos frustra. É exatamente isto, que ás vezes, nos atormenta, reconhecendo que tudo na vida te um fim.
Para vivermos bem, livremente, com alegria e generosidade, precisamos como princípio vencer “os medos” decorrentes da manifestação de angústia do que vamos viver, pois, sabemos que nem sempre é possível reverter ás conseqüências: dos eventos naturais, como a morte; e a do produto das nossas ações, pois, seremos responsabilizados por elas.
Seguir em frente é a ordem e solução, difícil de ser executada.
“É preciso, antes de tudo, expulsar e destruir esse medo do Aquerodonte (o rio dos infernos) que, penetrando até o fundo do nosso ser, envenena a vida humana, colore todas as coisas do negror da morte e não deixa subsistir nenhum prazer límpido e puro”...Sobre a Natureza das Coisas (Lucrécio), copiado do livro de Luc Ferry (Aprender a Viver).
Considerando o fato de sermos mortais e o medo, sempre, se fazer presente, sugere-se:
- os deuses não devem ser temidos (o julgamento é dos homens, tão imperfeitos quanto nós);
- a morte não deve amedrontar (é um fenômeno natural cujo mistério é apenas deixar de existir, pelo menos nesta forma);
- as coisas boas não são impossíveis de conquistar (dependem da vontade e determinação);
- as coisas ruins, como as boas, são temporárias (não é difícil de suportar);
- o sucesso é possível para todas as pessoas (considerando sucesso a forma livre de viver, com alegria, nos aceitando como somos e o que temos como bens materiais).
O medo nos impede de vivermos bem, gerando angústia.
Outro corruptor da boa existência é a dificuldade de viver e nos beneficiarmos do momento em curso. Oscilamos entre o passado e o futuro. Vivemos entre a nostalgia e a esperança, entre o arrependimento e o projeto. Temos facilidade para considerarmos que o tempo de ontem era melhor do que o presente, e, que quando “tivermos algo” ou “estivermos com alguém”, será melhor do que o “aqui” e “agora”. Temos facilidade para relacionar o prazer com uma condição (se estivesse de férias...se fosse promovido no trabalho... se tivesse uma casa grande e um carro novo.....). Lamentamos o passado ou projetamos a realização para o futuro (que nem sempre virá ou será como planejamos).
A preocupação dos filósofos, nas diferentes épocas, foi pensar no viver melhor e morrer naturalmente.
Será hoje diferente? Como conseguir? Fé cega ou razão? Religião ou Filosofia? Será melhor tudo ignorar? Deixa a vida me levar...vida leva eu...para aonde...como?
Morrer que me importa?
“Morrer que me importa? O diabo é deixar de viver”....Mario Quintana
As circunstâncias possibilitam que pessoas “passem “a fazer parte das nossas vidas. Mas, é a atitude delas que determina a permanência. O valor de uma pessoa depende do que nos representa, de quem conseguimos ser na relação, pois, sempre nos revelamos no outro. Sinto saudades de tudo que me foi importante e agradeço a Deus por terem existido. Amei a todos, com ou sem razão, ama-se pelo que o amor tem de indefinível. Cada pessoa foi única, ninguém consegue ser do jeito da pessoa que se ama. Existem diferentes formas de amar.
Uma noite, sem dormir, devido emoção como produto do sentimento e prazer da minha vida, rodou um filme na imaginação, com os principais personagens. Pessoas que conheci, entraram na minha vida e ficaram, e, como posseiros se alojaram no meu coração. Rostos inconfundíveis, maravilhosos, de gestos marcantes. Pessoas que fizeram parte nas diferentes fases da vida.
Da minha infância querida às perdas naturais da velhice. O elenco é numeroso e complexo. São expositores do meu passado, construtores de histórias e representam toda riqueza do meu patrimônio.
Recordo com emoção cada etapa da vida, até das primeiras namoradas, aquelas que nunca souberam que as namorei. Lembro com carinho especial, as delícias do convívio com a família com meus alunos e amigos. A vida é invenção e aventura, revelação e conquista, buscando uma identidade no “digno em ser” .... “ser pessoa”.
O tempo muda e com ele as situações. Novas pessoas surgem em cada fase, sem jamais substituir as outras; não há superposição e nem exclusão. Cada uma tem o seu feudo emocional. Família, parentes, amigos do colégio, casamento, filhos (a alegria de proporcionar e cuidar de uma nova vida), alunos, colegas de trabalho e profissão, grupo social...
É bárbaro!!! Enquanto passava o filme, não senti tristeza e nem mágoa, nem sequer vergonha por ter prejudicado alguém ou ser prejudicado. As cenas são limpas, com o sentimento forte de gratidão; o perdão já havia se manifestado em tempo oportuno. Meu momento é de alegria pela realização, por compreender e ser compreendido, por respeitar e ser respeitado, e, por amar e ser amado.
Coisas e palavras sangram pela mesma ferida. O desejo pela conquista do prazer é manifestação da alma.
Entrei no mundo chorando e o deixo em paz. Não dá mais para seguir em frente. Saem deste mundo: eu e o adolescente que sempre fui, de mãos dadas, sem nos envergonharmos.
Morrer, o que importa? Se o mistério da morte é deixar de viver.
Sergio Mingrone
As circunstâncias possibilitam que pessoas “passem “a fazer parte das nossas vidas. Mas, é a atitude delas que determina a permanência. O valor de uma pessoa depende do que nos representa, de quem conseguimos ser na relação, pois, sempre nos revelamos no outro. Sinto saudades de tudo que me foi importante e agradeço a Deus por terem existido. Amei a todos, com ou sem razão, ama-se pelo que o amor tem de indefinível. Cada pessoa foi única, ninguém consegue ser do jeito da pessoa que se ama. Existem diferentes formas de amar.
Uma noite, sem dormir, devido emoção como produto do sentimento e prazer da minha vida, rodou um filme na imaginação, com os principais personagens. Pessoas que conheci, entraram na minha vida e ficaram, e, como posseiros se alojaram no meu coração. Rostos inconfundíveis, maravilhosos, de gestos marcantes. Pessoas que fizeram parte nas diferentes fases da vida.
Da minha infância querida às perdas naturais da velhice. O elenco é numeroso e complexo. São expositores do meu passado, construtores de histórias e representam toda riqueza do meu patrimônio.
Recordo com emoção cada etapa da vida, até das primeiras namoradas, aquelas que nunca souberam que as namorei. Lembro com carinho especial, as delícias do convívio com a família com meus alunos e amigos. A vida é invenção e aventura, revelação e conquista, buscando uma identidade no “digno em ser” .... “ser pessoa”.
O tempo muda e com ele as situações. Novas pessoas surgem em cada fase, sem jamais substituir as outras; não há superposição e nem exclusão. Cada uma tem o seu feudo emocional. Família, parentes, amigos do colégio, casamento, filhos (a alegria de proporcionar e cuidar de uma nova vida), alunos, colegas de trabalho e profissão, grupo social...
É bárbaro!!! Enquanto passava o filme, não senti tristeza e nem mágoa, nem sequer vergonha por ter prejudicado alguém ou ser prejudicado. As cenas são limpas, com o sentimento forte de gratidão; o perdão já havia se manifestado em tempo oportuno. Meu momento é de alegria pela realização, por compreender e ser compreendido, por respeitar e ser respeitado, e, por amar e ser amado.
Coisas e palavras sangram pela mesma ferida. O desejo pela conquista do prazer é manifestação da alma.
Entrei no mundo chorando e o deixo em paz. Não dá mais para seguir em frente. Saem deste mundo: eu e o adolescente que sempre fui, de mãos dadas, sem nos envergonharmos.
Morrer, o que importa? Se o mistério da morte é deixar de viver.
Sergio Mingrone
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Existe outro blog em meu nome...com artigos que compuseram um livro
Blog anterior:
www.sergiomingrone.blogspot.com
tive necessidade de criar o atual: www.smingrone.blogspot.com
www.sergiomingrone.blogspot.com
tive necessidade de criar o atual: www.smingrone.blogspot.com
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Somos pessoas diferentes...únicas...com senha e dom
“Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar” – Carlos Drummond de Andrade.
Somos seres únicos na forma de pensarmos, agirmos e sentirmos a vida. Não nos repetimos mesmo nos irmãos gerados no mesmo vitelo.
Interessante, mesmo tendo consciência deste fato nos incomoda e até dificulta os relacionamentos admitirmos que as pessoas não tenham e não possam ter um comportamento parecido com o nosso. Gostaríamos de ter o controle da situação, de preferência quase sempre.
Quantos conflitos poderiam ser evitados pelo simples entendimento que somos naturalmente pessoas diferentes? Que homens e mulheres falam línguas diferentes por serem originados de condições diferentes (eles são de Marte e elas de Venus)? Se não houver um esforço extra, nunca se entenderão?
Existem vantagens e desvantagens nessas diferenças. As desvantagens são por que não pensamos iguais (que pena), e, as vantagens são por que não pensamos iguais (que bom). Precisamos compreender o mecanismo de pensamento e ação das pessoas, e, com boa vontade aceitarmos as diferenças, que elas sirvam para nos enriquecermos devido á oportunidade de termos outra forma de interpretação e manifestação de sensações. E, não simplesmente proporcionar desconforto pela diferença de entendimento, observação e conclusão. A vida é um aprendizado constante e na escola da vida não existem férias. A lição é o desafio de que com boa vontade, humor, criatividade e tolerância podemos aprender a conviver com as diferenças e fazermos bom proveito delas. Mais do que valorizarmos apenas os aspectos negativos, que são as dificuldades que surgem no livre exercício do convívio, é valorizarmos os aspectos positivos, proporcionados por uma interpretação diferente, com outra visão, outras avaliações e considerações sobre a mesma sensação ou fato. É bom também ”enxergar” a vida com o olhar do outro. Infelizmente, ficamos brigando na tentativa de fazermos o outro a pensar como a gente; na maioria das vezes o outro é um membro da família, o parceiro, o companheiro. Como dizia Oscar Wilde, normalmente matamos quem mais amamos.
Em todas as épocas, estudiosos do comportamento humano têm procurado estabelecer o real conhecimento sobre as causas que originam essas diferenças na tríade da vida: no pensar, no agir e no sentir. O que me parece mais difícil entre os humanos são a aceitação e o respeito pelas diferentes percepções. É o professor que ensina ao mesmo tempo, a mesma coisa, para pessoas tão diferentes e espera uma única resposta, nas ciências humanas, sociais e biológicas. Tentamos convencer as pessoas diferentes a pensarem de maneiras iguais, impondo a forma de pensar semelhante a nossa. É impossível mudarmos a realidade, as pessoas são diferentes. A tecnologia permite estudos mais avançados e precisos, a neurociência revela que o cérebro humano estabelece um arranjo organizado de neurônios, formando redes individualizadas e específicas, para percebermos o mundo conforme as preferências pessoais. O otimista perceberá seletivamente os aspectos positivos de uma situação, enquanto que o pessimista tem suas preferências estabelecidas para seu cérebro valorizarem os aspectos negativos. A leitura é pessoal e se dará conforme esses arranjos que caracterizam as preferências pessoais. De forma natural será difícil um perceber o que o outro está interpretando. Primeiro é preciso paciência para entender “porque” ocorre esse fenômeno, e, posteriormente devemos ter humildade para escutarmos o outro, e, de um tempo para reflexão e assimilação. Talvez seja preciso discutir o mesmo assunto em outros momentos; é um processo.
Algumas pessoas necessitam de considerações concretas, de resultados fáceis de serem medidos e imediatos para contemplar o presente; não conseguem perceber as conseqüências mais adiante tendo dificuldade para planejamentos; não conseguem perceber o abstrato, o que está á frente. Não adianta forçar, pois, cada um só percebe o mundo do seu jeito. Por isso é que as relações devem ser construídas com confiança; mesmo não entendo bem e percebendo as diferenças nas manifestações, um acredita e avaliza o outro, pois, sabem que não existe a vontade de querer manipular as opiniões e decisões.
As diferenças não são necessariamente por implicações, e, pela vontade de ser diferente sendo sempre o do contra; as diferenças também são estabelecidas pelas diferentes constituições cerebrais. É preciso sabedoria para separar uma coisa da outra. É um mecanismo devido á constituição neurológica ou o simples desejo de ser contraditório?
Devemos considerar os métodos diferentes entre os pais na educação dos filhos. As diferentes expectativas de vida entre os casais. A forma dos sócios conduzirem os seus negócios. Os múltiplos interesses que podem mover as amizades. As diferentes interpretações dos leitores ao lerem este artigo. É preciso dialogo para transformar as oportunidades em esclarecimentos e tempo para o entendimento; o que nunca garantem a aceitação. As diferentes formas na percepção do mesmo fato permitem-nos concluir: “mais importante do que qualquer julgamento, é a livre busca da compreensão (sem conceitos pré-estabelecidos para conduzirem o entendimento)”.
Entre as pessoas, as diferentes formas de pensar e perceber o mundo poderão ser responsáveis por simples desentendimento e até dissolução de relacionamentos; ou, de uma significativa riqueza na construção de sábias e concretas soluções. Depende da habilidade de cada um na condução do evento.
Considerando que o processo cerebral é que sugere e determina o comportamento humano, influenciado pela maneira de pensar, agir e sentir a vida, as pessoas envolvidas devem esforçar-se conversando o suficiente para encontrarem uma saída satisfatória, sempre à luz da razão. Que bom seria se nos dedicássemos um pouco mais para entendermos como o companheiro funciona. Como é a sua dinâmica de pensamento, para sabermos como ele agiria e sentiria os fatos; um procurando ser o facilitador da vida do outro. Mesmo sabendo que esta atitude não será suficiente para resolvermos todas as diferenças, pois, outros problemas existem, seria mais fácil construirmos relações mais duradouras e que atingissem o maior objetivo das relações: minimizar o desconforto e maximizar o prazer. Facilitar o existir.
“Grande parte da vitalidade de uma amizade reside no respeito pelas diferenças, não apenas em desfrutar das semelhanças” – Fredericks.
Somos seres únicos na forma de pensarmos, agirmos e sentirmos a vida. Não nos repetimos mesmo nos irmãos gerados no mesmo vitelo.
Interessante, mesmo tendo consciência deste fato nos incomoda e até dificulta os relacionamentos admitirmos que as pessoas não tenham e não possam ter um comportamento parecido com o nosso. Gostaríamos de ter o controle da situação, de preferência quase sempre.
Quantos conflitos poderiam ser evitados pelo simples entendimento que somos naturalmente pessoas diferentes? Que homens e mulheres falam línguas diferentes por serem originados de condições diferentes (eles são de Marte e elas de Venus)? Se não houver um esforço extra, nunca se entenderão?
Existem vantagens e desvantagens nessas diferenças. As desvantagens são por que não pensamos iguais (que pena), e, as vantagens são por que não pensamos iguais (que bom). Precisamos compreender o mecanismo de pensamento e ação das pessoas, e, com boa vontade aceitarmos as diferenças, que elas sirvam para nos enriquecermos devido á oportunidade de termos outra forma de interpretação e manifestação de sensações. E, não simplesmente proporcionar desconforto pela diferença de entendimento, observação e conclusão. A vida é um aprendizado constante e na escola da vida não existem férias. A lição é o desafio de que com boa vontade, humor, criatividade e tolerância podemos aprender a conviver com as diferenças e fazermos bom proveito delas. Mais do que valorizarmos apenas os aspectos negativos, que são as dificuldades que surgem no livre exercício do convívio, é valorizarmos os aspectos positivos, proporcionados por uma interpretação diferente, com outra visão, outras avaliações e considerações sobre a mesma sensação ou fato. É bom também ”enxergar” a vida com o olhar do outro. Infelizmente, ficamos brigando na tentativa de fazermos o outro a pensar como a gente; na maioria das vezes o outro é um membro da família, o parceiro, o companheiro. Como dizia Oscar Wilde, normalmente matamos quem mais amamos.
Em todas as épocas, estudiosos do comportamento humano têm procurado estabelecer o real conhecimento sobre as causas que originam essas diferenças na tríade da vida: no pensar, no agir e no sentir. O que me parece mais difícil entre os humanos são a aceitação e o respeito pelas diferentes percepções. É o professor que ensina ao mesmo tempo, a mesma coisa, para pessoas tão diferentes e espera uma única resposta, nas ciências humanas, sociais e biológicas. Tentamos convencer as pessoas diferentes a pensarem de maneiras iguais, impondo a forma de pensar semelhante a nossa. É impossível mudarmos a realidade, as pessoas são diferentes. A tecnologia permite estudos mais avançados e precisos, a neurociência revela que o cérebro humano estabelece um arranjo organizado de neurônios, formando redes individualizadas e específicas, para percebermos o mundo conforme as preferências pessoais. O otimista perceberá seletivamente os aspectos positivos de uma situação, enquanto que o pessimista tem suas preferências estabelecidas para seu cérebro valorizarem os aspectos negativos. A leitura é pessoal e se dará conforme esses arranjos que caracterizam as preferências pessoais. De forma natural será difícil um perceber o que o outro está interpretando. Primeiro é preciso paciência para entender “porque” ocorre esse fenômeno, e, posteriormente devemos ter humildade para escutarmos o outro, e, de um tempo para reflexão e assimilação. Talvez seja preciso discutir o mesmo assunto em outros momentos; é um processo.
Algumas pessoas necessitam de considerações concretas, de resultados fáceis de serem medidos e imediatos para contemplar o presente; não conseguem perceber as conseqüências mais adiante tendo dificuldade para planejamentos; não conseguem perceber o abstrato, o que está á frente. Não adianta forçar, pois, cada um só percebe o mundo do seu jeito. Por isso é que as relações devem ser construídas com confiança; mesmo não entendo bem e percebendo as diferenças nas manifestações, um acredita e avaliza o outro, pois, sabem que não existe a vontade de querer manipular as opiniões e decisões.
As diferenças não são necessariamente por implicações, e, pela vontade de ser diferente sendo sempre o do contra; as diferenças também são estabelecidas pelas diferentes constituições cerebrais. É preciso sabedoria para separar uma coisa da outra. É um mecanismo devido á constituição neurológica ou o simples desejo de ser contraditório?
Devemos considerar os métodos diferentes entre os pais na educação dos filhos. As diferentes expectativas de vida entre os casais. A forma dos sócios conduzirem os seus negócios. Os múltiplos interesses que podem mover as amizades. As diferentes interpretações dos leitores ao lerem este artigo. É preciso dialogo para transformar as oportunidades em esclarecimentos e tempo para o entendimento; o que nunca garantem a aceitação. As diferentes formas na percepção do mesmo fato permitem-nos concluir: “mais importante do que qualquer julgamento, é a livre busca da compreensão (sem conceitos pré-estabelecidos para conduzirem o entendimento)”.
Entre as pessoas, as diferentes formas de pensar e perceber o mundo poderão ser responsáveis por simples desentendimento e até dissolução de relacionamentos; ou, de uma significativa riqueza na construção de sábias e concretas soluções. Depende da habilidade de cada um na condução do evento.
Considerando que o processo cerebral é que sugere e determina o comportamento humano, influenciado pela maneira de pensar, agir e sentir a vida, as pessoas envolvidas devem esforçar-se conversando o suficiente para encontrarem uma saída satisfatória, sempre à luz da razão. Que bom seria se nos dedicássemos um pouco mais para entendermos como o companheiro funciona. Como é a sua dinâmica de pensamento, para sabermos como ele agiria e sentiria os fatos; um procurando ser o facilitador da vida do outro. Mesmo sabendo que esta atitude não será suficiente para resolvermos todas as diferenças, pois, outros problemas existem, seria mais fácil construirmos relações mais duradouras e que atingissem o maior objetivo das relações: minimizar o desconforto e maximizar o prazer. Facilitar o existir.
“Grande parte da vitalidade de uma amizade reside no respeito pelas diferenças, não apenas em desfrutar das semelhanças” – Fredericks.
Fases da vida: Adulto
Adulto
É considerado adulto o indivíduo que atingiu a maturidade do desenvolvimento fisiológico, intelectual e emocional. É o indivíduo pronto. Literaturas referem que ocorre aos 21 anos. Aos 18 anos é considerada a maturidade legal, passando o indivíduo a responder criminalmente pelos seus atos.
As dificuldades que começaram na minha adolescência seguiram-se pela fase adulta. Chegam à minha velhice com algumas das mesmas inquietações e sem respostas lógicas para tudo.
Carreguei por mais de 40 anos uma ambição de como lidar com a carreira profissional, com o trabalho, com o dinheiro, com a aposentadoria, com a família, com a alimentação e até com os amores, situações importantes para serem resolvidas e que permitem vivermos bem uma longa vida.
O entendimento das situações vividas no dia-a-dia, como enfrentá-las e o tipo de respostas que devemos obter, estão comprometidos em atender as expectativas, mesmo que pessoais sempre influenciadas pelos outros, de maneira explicita ou não. São elementos característicos da nossa cultura. Permitem ás vezes diálogos acompanhados ou solitários, mas, quase sempre são engessados, nos amarram, nos personalizam com conceitos prontos, praticamente nos impondo condições, de forma generalizada, não considerando o que existe de singular em cada um de nós. Somos induzidos naturalmente a vivermos papeis impostos e termos um comportamento esperado conforme o pensamento e interesses das pessoas que formam a sociedade. Constroem o tipo de vida que devemos levar, querem controlar os nossos sonhos e colocam limites nas suas realizações.
Lembro do meu tempo de aluno, onde os professores nos ensinaram o que quiseram e não o que seria necessário aprender (reproduziam com requinte o que tinham aprendido ou talvez por acharem conveniente, ou, por não saberem mesmo o que seria importante aprendermos), e cobravam com rigor as coisas que nunca viemos usar (lamento que a maioria dos professores repitam os mesmo e desnecessário feito para os seus alunos). Ninguém nos ensinou a vivermos livres e de maneira responsável. Obrigaram-nos aprender lições para as nossas vidas e praticá-las, ignorando completamente os nossos interesses, as nossas vontades, o nosso momento, as nossas limitações e possibilidades. O senso comum estabelece e imprime no nosso interior padrões de pensamentos e tipos de condutas que com o tempo é fundamental descobrirmos suas influências, quase sempre nefastas, para nos recriarmos e nos tornarmos uma nova pessoa.
É fundamental experimentarmos um novo nascimento, valorizando os nossos desejos e não as obrigações; podendo substituirmos, no ato de realizar, o sentimento do “eu tenho” (por obrigação) por “eu quero” (por vontade).
Constatei que não nos é dado á possibilidade de encontrarmos nossas próprias respostas, e, nem o direito de nos expressarmos de maneiras diferentes para a mesma situação. Não consideram as circunstâncias e o nosso histórico. Permito-me mudar de opinião tantas vezes quanto for o meu atual entendimento. Não permito que esperem de mim respostas convencionais e atitudes clichetadas. É a rebeldia em busca do exercício do meu direito.
Ainda não estou convencido sobre a nossa educação, ás vezes mais parece que fomos adestrados, pois, nos forneceram as nossas respostas e nos fizeram treiná-las para serem proferidas na hora certa e de uma forma que determinaram como certa. Fico indignado por terem influenciado minhas convicções mais íntimas e minhas crenças. O que tem de mim mesmo no processo?
Quando era criança me perguntavam se eu gostava mais do meu pai ou da minha mãe. Como se não fosse possível, ter o mesmo sentimento com intensidade e valores diferentes que não permitissem comparações. De quem você gosta mais da sua irmã ou do seu irmão? Sem considerar os porquês. Prefere o preto ou o branco? Não podia escolher o cinza, pois não foi possível escolher alguma cor diferente do indagado; não considera-se as categorias intermediárias. Mais tarde a namorada perguntava se eu gostava mais dela do que dos amigos; tinha que responder o que ela queria ouvir, logicamente ela, como se fosse possível comparar os dois tipos do gostar. A gente vai viajar e logo nos perguntam qual cidade achamos mais bonita, sem considerar as circunstâncias, condições do clima, ocorrência de eventos e tipo de festividade, e, etc. Precisamos responder às perguntas sem buscarmos sempre o real motivo das respostas. Quando me perguntavam qual era a minha religião, sem me consultar, já respondia: católica (a religião oficial do país). Não me perguntavam se eu tinha uma religião ou não. E quando perguntam: Prefere as loiras ou as morenas? (e as ruivas?). As baixas ou as altas? As gordas ou as magras? Este pensar por categorias limitam nossas possibilidades de escolha.
Cheguei à minha velhice com várias perguntas sem repostas ou com algumas respostas que não me convenceram ainda, estou buscando. Passei pela fase adulta com questões abertas e não consegui fechá-las até hoje.
Fui induzido a entender que a fase de adolescente (chamada indevidamente por alguns “engraçadinhos” de aborrecente) um dia chegasse ao fim. Mesmo porque os adolescentes são considerados como um ser incomum. Os adultos acham que a criança é um adulto em miniatura, e, que adolescente é uma fase onde o futuro adulto deve ser entendido como um ser a parte, suas condutas devem ser avaliadas considerando as características reveladas por uma fase denominada de “chata”.
O termo adulto sugere uma pessoa já crescida, pronta, acabada, finalizada, em condições de... Enquanto que adolescente, significa crescente, pessoa em formação, inacabada.
A velhice permite algumas reflexões mais claras e reais. Mais do que uma pratica equivocada, é absurdo considerarmos as pessoas prontas, que homens e mulheres são seres acabados, bem feitos, perfeitos. Somos um projeto que nunca estaremos prontos. A vida é um processo que possibilita as transformações movidas pela vontade. Questões importantes que surgiram na minha adolescência, quando adulto procurei resolvê-las (como complexos, angústias, decepções, ansiedade, transtornos existenciais), entretanto, permaneceram vivas e continuam por toda minha existência e certamente morrei sem nunca tê-las entendido. Algumas feridas que se abriram na adolescência nunca se fecharão.
A leitura, muito mais, do que uma simples distração, sempre foi para mim um convite para a reflexão e possibilidade de aprendizado. No livro “O aprendiz do desejo“, de autoria do Dr. Francisco Daudt da Veiga, editado pela Cia. Das Letras, o autor apresenta o seu trabalho (que indico a leitura), em defesa do nosso direito, sem data marcada, de ser aprendiz da vida. Fala da importância em vivermos com menos pressão do ideal, do produto final perfeito, de estarmos acabados e sermos completos. Estes são modelos que segundo o autor assombram a vida como fantasmas implacáveis e enganosos, como todos os ideais o são, devido que sua imaginada perfeição, que não existe e são impossíveis de serem realizadas.
As metas são importantes por funcionarem como faróis, guiando nossas ações. Bárbaro! Perceba o significado dessa libertação. Se, queremos ser livres é porque não somos. Queremos ser livres do que? E para que?
Nunca seremos um produto final bem acabado, completo, sem nada para ser concluído. Os juízes que julgam os nossos procedimentos; os analistas econômicos, políticos, de esportes; são perfeitos até terem a oportunidade de se revelarem. Quando necessitarem fazer, o que disseram que os outros deveriam ter feitos, revelam-se incapazes. A oposição política quando está no poder, realizam as mesmas práticas que sempre condenaram. A prática de vida do ser humano costuma ser bem diferente do seu discurso.
A sociedade é androcêntrica porque foram os homens que fizeram as leis, e, quem as faz, pensa antes de tudo em proteger-se; seu fórum é de privilégios. Os velhos dão-nos bons conselhos porque já não conseguem mais dar-nos maus exemplos. Os adultos cobram aquilo que não conseguem realizar.
Cobranças, não menos indevidas, nos fazem reféns; impedem de experimentarmos o real destino de todo ser vivo: estar livre e gozar esta liberdade com responsabilidade. Somos responsáveis pelas nossas escolhas.
É comum que as pessoas, as que compõem esta sociedade complexa, patrulhem nossas atitudes enquanto realizam irresponsavelmente as suas. Pessoas cobram responsavelmente os impostos e gastam o dinheiro sem respeito com o que é moral e legal. Quem mais acusa as nossas imperfeições são os imperfeitos.
Com o compromisso pactuado, implicitamente sem percebermos, no atendimento das expectativas dos outros desempenhamos um papel na sociedade com um conteúdo que cada vez mais tem menos da nossa própria vida. Não vivemos para nos agradar e sim para que os outros se agradem dos nossos procedimentos. Tudo que fazemos é para agradar alguém. Vivemos com mais intensidade os valores dos outros. Fazemos grandes sacrifícios para que os outros façam uma imagem positiva de nós mesmos, não importa o preço a ser pago.
Quem eu gostaria de ser? Como gostaria de existir, conforme possibilidades?
Os animais irracionais (termo que não concordo, eles pensam) muito cedo se transformam em adultos; estando prontos para enfrentarem a vida. É diferente dos racionais (que nem sempre pensam) é impossível de um dia sentirem-se prontos para enfrentarem todas as ocorrências e transtornos na vida.
Diferente de hoje, em que os adolescentes podem viver com mais intensidade esta fase, a prolongam com medo de tornarem-se adultos e terem que assumir compromissos nas suas vidas, a minha geração entrou na fase adulta mais cedo, devido cobranças por atitudes mais responsáveis; era o lema: “sejamos jovens uma vez na vida, mas, adultos a vida inteira”. Para alguns amigos esta foi a pior fase das suas vidas, conforme cobranças familiares e culturais, pois a possibilidade de questionamento e de experimentarem fenômenos temporais, foram substituídas por um comportamento adulto, precocemente.
A avaliação era que, pertenciam à categoria dos crescidos (os adultos) apenas as pessoas boas, as normais. À categoria dos crescentes (adolescentes e incompletos), pertenciam as pessoas ruins para a sociedade, porque, delas nada de bom poderia ser esperado.
As conseqüências dessa avaliação e realização produziram transtornos em algumas pessoas que buscavam libertar-se dos sofrimentos ocasionados na adolescência. Se fosse possível gostariam de apagar esta fase.
O que será que fizemos com nossos filhos? O que reproduzirão eles?
Temos sido obrigados a representarmos o que não somos e nem o gostaríamos de ser. Quando será possível sermos quem queremos e podemos ser?
Com um olhar envelhecido e provido da sabedoria em função das experiências vividas, não quero uma vida só com apresentações perfeitas. Pois não permitem erros, me obriga sempre apresentar-me bem, ocasionando:
- estresse conforme atenção por não ter direito aos ensaios,
- ansiedade generalizada,
- medo da avaliação em função do desempenho,
- pânico e tensão emocional,
- dores e insuficiência orgânica.
Será que devo dizer a mim mesmo? Não erre nunca! Acerte sempre! O preço que tive que pagar para uma apresentação satisfatória foi alto. Agora quero uma vida com ensaios, este permite erros e correções. O ensaio é leve.
Seria louvável estabelecermos para o mundo novas convenções para possibilitarmos a construção de novas formas de vivermos. Agora respeitando a aptidão e potencialidades de cada um. E, só por uma justa causa superaríamos as nossas limitações físicas e emocionais. Como isto não é possível. Faço na velhice o desenho da minha maneira de viver. Convido a cada um pensar no seu estilo de viver e levar a vida, desenhando em qualquer tempo a sua própria maneira de existir.
Independente do tempo que nos resta viver, o ideal é que sejamos apenas um aprendiz do desejo.
É considerado adulto o indivíduo que atingiu a maturidade do desenvolvimento fisiológico, intelectual e emocional. É o indivíduo pronto. Literaturas referem que ocorre aos 21 anos. Aos 18 anos é considerada a maturidade legal, passando o indivíduo a responder criminalmente pelos seus atos.
As dificuldades que começaram na minha adolescência seguiram-se pela fase adulta. Chegam à minha velhice com algumas das mesmas inquietações e sem respostas lógicas para tudo.
Carreguei por mais de 40 anos uma ambição de como lidar com a carreira profissional, com o trabalho, com o dinheiro, com a aposentadoria, com a família, com a alimentação e até com os amores, situações importantes para serem resolvidas e que permitem vivermos bem uma longa vida.
O entendimento das situações vividas no dia-a-dia, como enfrentá-las e o tipo de respostas que devemos obter, estão comprometidos em atender as expectativas, mesmo que pessoais sempre influenciadas pelos outros, de maneira explicita ou não. São elementos característicos da nossa cultura. Permitem ás vezes diálogos acompanhados ou solitários, mas, quase sempre são engessados, nos amarram, nos personalizam com conceitos prontos, praticamente nos impondo condições, de forma generalizada, não considerando o que existe de singular em cada um de nós. Somos induzidos naturalmente a vivermos papeis impostos e termos um comportamento esperado conforme o pensamento e interesses das pessoas que formam a sociedade. Constroem o tipo de vida que devemos levar, querem controlar os nossos sonhos e colocam limites nas suas realizações.
Lembro do meu tempo de aluno, onde os professores nos ensinaram o que quiseram e não o que seria necessário aprender (reproduziam com requinte o que tinham aprendido ou talvez por acharem conveniente, ou, por não saberem mesmo o que seria importante aprendermos), e cobravam com rigor as coisas que nunca viemos usar (lamento que a maioria dos professores repitam os mesmo e desnecessário feito para os seus alunos). Ninguém nos ensinou a vivermos livres e de maneira responsável. Obrigaram-nos aprender lições para as nossas vidas e praticá-las, ignorando completamente os nossos interesses, as nossas vontades, o nosso momento, as nossas limitações e possibilidades. O senso comum estabelece e imprime no nosso interior padrões de pensamentos e tipos de condutas que com o tempo é fundamental descobrirmos suas influências, quase sempre nefastas, para nos recriarmos e nos tornarmos uma nova pessoa.
É fundamental experimentarmos um novo nascimento, valorizando os nossos desejos e não as obrigações; podendo substituirmos, no ato de realizar, o sentimento do “eu tenho” (por obrigação) por “eu quero” (por vontade).
Constatei que não nos é dado á possibilidade de encontrarmos nossas próprias respostas, e, nem o direito de nos expressarmos de maneiras diferentes para a mesma situação. Não consideram as circunstâncias e o nosso histórico. Permito-me mudar de opinião tantas vezes quanto for o meu atual entendimento. Não permito que esperem de mim respostas convencionais e atitudes clichetadas. É a rebeldia em busca do exercício do meu direito.
Ainda não estou convencido sobre a nossa educação, ás vezes mais parece que fomos adestrados, pois, nos forneceram as nossas respostas e nos fizeram treiná-las para serem proferidas na hora certa e de uma forma que determinaram como certa. Fico indignado por terem influenciado minhas convicções mais íntimas e minhas crenças. O que tem de mim mesmo no processo?
Quando era criança me perguntavam se eu gostava mais do meu pai ou da minha mãe. Como se não fosse possível, ter o mesmo sentimento com intensidade e valores diferentes que não permitissem comparações. De quem você gosta mais da sua irmã ou do seu irmão? Sem considerar os porquês. Prefere o preto ou o branco? Não podia escolher o cinza, pois não foi possível escolher alguma cor diferente do indagado; não considera-se as categorias intermediárias. Mais tarde a namorada perguntava se eu gostava mais dela do que dos amigos; tinha que responder o que ela queria ouvir, logicamente ela, como se fosse possível comparar os dois tipos do gostar. A gente vai viajar e logo nos perguntam qual cidade achamos mais bonita, sem considerar as circunstâncias, condições do clima, ocorrência de eventos e tipo de festividade, e, etc. Precisamos responder às perguntas sem buscarmos sempre o real motivo das respostas. Quando me perguntavam qual era a minha religião, sem me consultar, já respondia: católica (a religião oficial do país). Não me perguntavam se eu tinha uma religião ou não. E quando perguntam: Prefere as loiras ou as morenas? (e as ruivas?). As baixas ou as altas? As gordas ou as magras? Este pensar por categorias limitam nossas possibilidades de escolha.
Cheguei à minha velhice com várias perguntas sem repostas ou com algumas respostas que não me convenceram ainda, estou buscando. Passei pela fase adulta com questões abertas e não consegui fechá-las até hoje.
Fui induzido a entender que a fase de adolescente (chamada indevidamente por alguns “engraçadinhos” de aborrecente) um dia chegasse ao fim. Mesmo porque os adolescentes são considerados como um ser incomum. Os adultos acham que a criança é um adulto em miniatura, e, que adolescente é uma fase onde o futuro adulto deve ser entendido como um ser a parte, suas condutas devem ser avaliadas considerando as características reveladas por uma fase denominada de “chata”.
O termo adulto sugere uma pessoa já crescida, pronta, acabada, finalizada, em condições de... Enquanto que adolescente, significa crescente, pessoa em formação, inacabada.
A velhice permite algumas reflexões mais claras e reais. Mais do que uma pratica equivocada, é absurdo considerarmos as pessoas prontas, que homens e mulheres são seres acabados, bem feitos, perfeitos. Somos um projeto que nunca estaremos prontos. A vida é um processo que possibilita as transformações movidas pela vontade. Questões importantes que surgiram na minha adolescência, quando adulto procurei resolvê-las (como complexos, angústias, decepções, ansiedade, transtornos existenciais), entretanto, permaneceram vivas e continuam por toda minha existência e certamente morrei sem nunca tê-las entendido. Algumas feridas que se abriram na adolescência nunca se fecharão.
A leitura, muito mais, do que uma simples distração, sempre foi para mim um convite para a reflexão e possibilidade de aprendizado. No livro “O aprendiz do desejo“, de autoria do Dr. Francisco Daudt da Veiga, editado pela Cia. Das Letras, o autor apresenta o seu trabalho (que indico a leitura), em defesa do nosso direito, sem data marcada, de ser aprendiz da vida. Fala da importância em vivermos com menos pressão do ideal, do produto final perfeito, de estarmos acabados e sermos completos. Estes são modelos que segundo o autor assombram a vida como fantasmas implacáveis e enganosos, como todos os ideais o são, devido que sua imaginada perfeição, que não existe e são impossíveis de serem realizadas.
As metas são importantes por funcionarem como faróis, guiando nossas ações. Bárbaro! Perceba o significado dessa libertação. Se, queremos ser livres é porque não somos. Queremos ser livres do que? E para que?
Nunca seremos um produto final bem acabado, completo, sem nada para ser concluído. Os juízes que julgam os nossos procedimentos; os analistas econômicos, políticos, de esportes; são perfeitos até terem a oportunidade de se revelarem. Quando necessitarem fazer, o que disseram que os outros deveriam ter feitos, revelam-se incapazes. A oposição política quando está no poder, realizam as mesmas práticas que sempre condenaram. A prática de vida do ser humano costuma ser bem diferente do seu discurso.
A sociedade é androcêntrica porque foram os homens que fizeram as leis, e, quem as faz, pensa antes de tudo em proteger-se; seu fórum é de privilégios. Os velhos dão-nos bons conselhos porque já não conseguem mais dar-nos maus exemplos. Os adultos cobram aquilo que não conseguem realizar.
Cobranças, não menos indevidas, nos fazem reféns; impedem de experimentarmos o real destino de todo ser vivo: estar livre e gozar esta liberdade com responsabilidade. Somos responsáveis pelas nossas escolhas.
É comum que as pessoas, as que compõem esta sociedade complexa, patrulhem nossas atitudes enquanto realizam irresponsavelmente as suas. Pessoas cobram responsavelmente os impostos e gastam o dinheiro sem respeito com o que é moral e legal. Quem mais acusa as nossas imperfeições são os imperfeitos.
Com o compromisso pactuado, implicitamente sem percebermos, no atendimento das expectativas dos outros desempenhamos um papel na sociedade com um conteúdo que cada vez mais tem menos da nossa própria vida. Não vivemos para nos agradar e sim para que os outros se agradem dos nossos procedimentos. Tudo que fazemos é para agradar alguém. Vivemos com mais intensidade os valores dos outros. Fazemos grandes sacrifícios para que os outros façam uma imagem positiva de nós mesmos, não importa o preço a ser pago.
Quem eu gostaria de ser? Como gostaria de existir, conforme possibilidades?
Os animais irracionais (termo que não concordo, eles pensam) muito cedo se transformam em adultos; estando prontos para enfrentarem a vida. É diferente dos racionais (que nem sempre pensam) é impossível de um dia sentirem-se prontos para enfrentarem todas as ocorrências e transtornos na vida.
Diferente de hoje, em que os adolescentes podem viver com mais intensidade esta fase, a prolongam com medo de tornarem-se adultos e terem que assumir compromissos nas suas vidas, a minha geração entrou na fase adulta mais cedo, devido cobranças por atitudes mais responsáveis; era o lema: “sejamos jovens uma vez na vida, mas, adultos a vida inteira”. Para alguns amigos esta foi a pior fase das suas vidas, conforme cobranças familiares e culturais, pois a possibilidade de questionamento e de experimentarem fenômenos temporais, foram substituídas por um comportamento adulto, precocemente.
A avaliação era que, pertenciam à categoria dos crescidos (os adultos) apenas as pessoas boas, as normais. À categoria dos crescentes (adolescentes e incompletos), pertenciam as pessoas ruins para a sociedade, porque, delas nada de bom poderia ser esperado.
As conseqüências dessa avaliação e realização produziram transtornos em algumas pessoas que buscavam libertar-se dos sofrimentos ocasionados na adolescência. Se fosse possível gostariam de apagar esta fase.
O que será que fizemos com nossos filhos? O que reproduzirão eles?
Temos sido obrigados a representarmos o que não somos e nem o gostaríamos de ser. Quando será possível sermos quem queremos e podemos ser?
Com um olhar envelhecido e provido da sabedoria em função das experiências vividas, não quero uma vida só com apresentações perfeitas. Pois não permitem erros, me obriga sempre apresentar-me bem, ocasionando:
- estresse conforme atenção por não ter direito aos ensaios,
- ansiedade generalizada,
- medo da avaliação em função do desempenho,
- pânico e tensão emocional,
- dores e insuficiência orgânica.
Será que devo dizer a mim mesmo? Não erre nunca! Acerte sempre! O preço que tive que pagar para uma apresentação satisfatória foi alto. Agora quero uma vida com ensaios, este permite erros e correções. O ensaio é leve.
Seria louvável estabelecermos para o mundo novas convenções para possibilitarmos a construção de novas formas de vivermos. Agora respeitando a aptidão e potencialidades de cada um. E, só por uma justa causa superaríamos as nossas limitações físicas e emocionais. Como isto não é possível. Faço na velhice o desenho da minha maneira de viver. Convido a cada um pensar no seu estilo de viver e levar a vida, desenhando em qualquer tempo a sua própria maneira de existir.
Independente do tempo que nos resta viver, o ideal é que sejamos apenas um aprendiz do desejo.
Indecisão
É o estado emocional de desconforto, pela aflição em que uma pessoa se encontra ocasionalmente ou constantemente (característica pessoal), por não conseguir escolher uma entre as opções em que é submetida, ficando em dúvida a qual escolher. É o estado emocional em que uma pessoa se encontra devido á incapacidade de realizar uma escolha, de tomar uma decisão, permanecendo em hesitação, temporária ou permanente.
Normalmente, a indecisão é fundamentada no receio que temos ao fazer uma escolha e depois nos arrependermos por considerarmos que não escolhemos a melhor entre as possibilidades. É da natureza humana, independente do escolhido, de na maioria das vezes nos arrependermos por considerarmos que não fizemos a melhor escolha, e, que deveríamos ter decidido por outra opção, que depois nos parece ser a melhor. Consideramos que não pensamos o suficiente e como conseqüência surge a decepção e o arrependimento.
Viver é administrar, e, administrar é estabelecer prioridades. Todos os nossos gestos e atitudes implicam em decisões, somos obrigados a realizarmos escolhas, desde as mais simples até as mais complexas. Pensar nas possibilidades, na sua aplicação, refletir sobre as conseqüências da decisão a ser tomada (não decidir, adiar ou transferir a decisão, também é decisão), nos aconselharmos com quem tem reconhecida condição de nos auxiliar, pedir ajuda ao Espírito de Deus (o Justificador), são atitudes coerentes que devem anteceder as decisões. Depois de decidido, temos que considerar que no momento foi a melhor decisão tomada; foi aquela em que pudemos escolher e consideramos a mais coerente, naquelas condições. Depois, o cenário é outro. Existe uma significativa tendência de acharmos que independente do caminho escolhido, foi o errado. Só foi possível descobrirmos o equívoco por que o executamos.
Victor Hugo na sua obra “Os Miseráveis” faz referência sobre o “perigo da hesitação prolongada”. Todas as vezes que prolongamos o estar indeciso, entre duas ou mais decisões, corremos o risco de que o “destino” feche repentinamente a porta da aventura. A prudência é necessária, mas, há um tempo útil em sermos prudentes, este tempo varia conforme situação e pessoas envolvidas. Os prudentes em demasia correm maior perigo, de nada conseguirem, do que os audaciosos.
Bertrand Russel, na “Conquista da Felicidade”, diz que “nada é tão fatigante quanto á indecisão”. A sociedade moderna exige que as pessoas tenham uma disciplina mental que caracterize o estilo de vida de cada um, possibilitando nos protegermos da inquietação natural do ser humano (descrita por Confúcio); esta inquietação nos torna muito ansiosos e infelizes, gerando uma fadiga crônica.
Os problemas são ocorrências naturais no cotidiano de cada pessoa. No universo de desejos que caracterizam e se manifestam nas pessoas, queremos em primeiro lugar que não haja problemas nas nossas vidas (algumas pessoas afastam-se sistematicamente dos problemas e outras, inconscientemente, as encontram sem procurar muito). Em segundo lugar, quando o problema ocorrer que a solução se apresente magicamente e rapidamente o problema seja resolvido.
Os homens e algumas mulheres levam para a cama as suas inquietações pessoais ou relacionadas ao trabalho, aguardando o impossível, que possam dormir tranquilamente com eles. É importante lembrarmos que quando temos um problema, só o resolvemos pensando na solução, não no problema. Na cama não é o melhor local para estarmos com o que nos aflige e promove nosso desconforto. Precisamos descansar para o enfrentamento das ocorrências do dia seguinte. Quase sempre os problemas não têm a dimensão que supomos ter, nem são complexos como imaginamos e resolvem-se naturalmente. Outras vezes a solução surge com a tranqüilidade do despertar. Vivemos com os problemas uma relação insana, nos levando à insônia, meditações agitadas e nos tornamos indecisos. Situações que nos enfraquecem. Os motivos que nos fazem sofrer, na maioria das vezes, não procedem, nem justificam tanto sofrimento. Sofremos de graça, sem motivos ou motivos banais.
O que fazer; como fazer; quando fazer? Eis as questões.
No livro “Como superar as dificuldades”, discutimos sobre a importância de termos um padrão de pensamento positivo e como consegui-lo.
Por mais que venhamos estudar e discutir o sofrimento humano, o seu estado emocional depende da sensação do medo e da baixa auto-estima, albergados pelo sentimento sempre presente no nosso dia-a-dia, a ansiedade.
Inegavelmente, o sono é o melhor nutriente para o ser humano. Grande parte da população dorme mal. A ansiedade provocada pela necessidade de estarmos descansados e convenientemente preparados para superarmos as dificuldades, promove uma noite mal dormida e um despertar, ou apenas o sair da cama, nos revelamos com as mesmas inquietações, frágeis física e emocionalmente, nos impedindo de concentração adequada e melhor desempenho nas nossas atribuições.
Temos que decidir, pela lógica. Convencendo-nos que devemos dormir e deixarmos os problemas para o dia seguinte. Do que adianta pensarmos neles neste momento? Não devemos ficar indecisos; temos que decidir racionalmente, com determinação. É difícil este exercício e depende de treinamento. Discutiremos em um capítulo especial. As condições emocionais ordenadas irão melhorar a eficiência na obtenção dos resultados.
A indecisão é fatigante e fértil. O sofrimento só deve existir até o momento da decisão; depois é conseqüência de um processo.
Giacomo Leopardi, em “Pequenas Obras Morais”, faz considerações interessantes sobre homens indecisos. Refere que estes são muitíssimos perseverantes nas suas decisões. Paradoxo? Não. Sofrem tanto para tomarem decisão e se não realizarem logo as decisões tomadas, será preciso tomar outra decisão, expondo-o á novo sofrimento, agora mais intenso. Os indecisos são muito rápidos e eficientes ao colocarem em prática o que decidiram, pois, receiam todo momento, serem induzidos a abandonarem a decisão tomada e voltarem àquela angustiosa hesitação e expectativa. Apressam a decisão e nela aplicam toda a sua energia; mais estimulados pela ansiedade e pela necessidade de triunfarem sobre si próprio, do que pelo objetivo ou superação dos obstáculos que tenham de vencer para alcançá-lo.
Será que vale a pena pensarmos muito na decisão a ser tomada?
Goethe revela que, o pensar muito, nem sempre é garantia da realização de melhor escolha.
Quintiliano faz referência de quem está indeciso em começar é também lento em agir.
Mas, Thomaz Jefferson diz que: “o adiamento é preferível ao erro”. Considero que se errarmos, poderemos corrigir o erro. Qual é a nossa atuação no adiamento? Vamos mudar o que? Corrigir o que? O que é pior?
E Sêneca afirma: “enquanto protelamos, a vida passa por nós a correr”.
William James fala sobre uma condição de vida: “quando precisamos tomar uma decisão e não a tomamos, estamos tomando a decisão de não decidir nada”. “Não existe ser humano mais miserável do que aquele em que a única coisa habitual é a indecisão”.
Não existe regras determinadas no como proceder na escolha certa, diante de duas ou mais opções.
Será que não sabermos o que escolher por não termos informações suficientes, é indecisão ou falta de melhor informação? Dúvida é a mesma coisa do que indecisão?
Dúvida é a incerteza acerca da realidade de um fato ou de uma asserção, ocasionando dificuldade em decidir devido descrença ou suspeita.
Podemos considerar que indecisão é quando achamos muito bem o que queremos, mas, achamos que deveríamos escolher outra opção.
Considerar que: não existe problema sem solução. Não existe solução sem erro. Não existe erro que não pode ser reparado.
E se não conseguir? Comece tudo novamente, buscando outra solução. Mas, se não tiver jeito nenhum? É só ligar o botão mágico e gritar bem alto após profunda inspiração, com a força total dos pulmões, de” boca cheia”, de dentro para fora, com clareza para todos ouvirem: FODA-SE!
É complicado querermos a perfeição no comportamento de uma pessoa, no meio de pessoas naturalmente IMPERFEITAS e de um mundo INJUSTO (onde mesmo assim, VALE O VIVER).
Normalmente, a indecisão é fundamentada no receio que temos ao fazer uma escolha e depois nos arrependermos por considerarmos que não escolhemos a melhor entre as possibilidades. É da natureza humana, independente do escolhido, de na maioria das vezes nos arrependermos por considerarmos que não fizemos a melhor escolha, e, que deveríamos ter decidido por outra opção, que depois nos parece ser a melhor. Consideramos que não pensamos o suficiente e como conseqüência surge a decepção e o arrependimento.
Viver é administrar, e, administrar é estabelecer prioridades. Todos os nossos gestos e atitudes implicam em decisões, somos obrigados a realizarmos escolhas, desde as mais simples até as mais complexas. Pensar nas possibilidades, na sua aplicação, refletir sobre as conseqüências da decisão a ser tomada (não decidir, adiar ou transferir a decisão, também é decisão), nos aconselharmos com quem tem reconhecida condição de nos auxiliar, pedir ajuda ao Espírito de Deus (o Justificador), são atitudes coerentes que devem anteceder as decisões. Depois de decidido, temos que considerar que no momento foi a melhor decisão tomada; foi aquela em que pudemos escolher e consideramos a mais coerente, naquelas condições. Depois, o cenário é outro. Existe uma significativa tendência de acharmos que independente do caminho escolhido, foi o errado. Só foi possível descobrirmos o equívoco por que o executamos.
Victor Hugo na sua obra “Os Miseráveis” faz referência sobre o “perigo da hesitação prolongada”. Todas as vezes que prolongamos o estar indeciso, entre duas ou mais decisões, corremos o risco de que o “destino” feche repentinamente a porta da aventura. A prudência é necessária, mas, há um tempo útil em sermos prudentes, este tempo varia conforme situação e pessoas envolvidas. Os prudentes em demasia correm maior perigo, de nada conseguirem, do que os audaciosos.
Bertrand Russel, na “Conquista da Felicidade”, diz que “nada é tão fatigante quanto á indecisão”. A sociedade moderna exige que as pessoas tenham uma disciplina mental que caracterize o estilo de vida de cada um, possibilitando nos protegermos da inquietação natural do ser humano (descrita por Confúcio); esta inquietação nos torna muito ansiosos e infelizes, gerando uma fadiga crônica.
Os problemas são ocorrências naturais no cotidiano de cada pessoa. No universo de desejos que caracterizam e se manifestam nas pessoas, queremos em primeiro lugar que não haja problemas nas nossas vidas (algumas pessoas afastam-se sistematicamente dos problemas e outras, inconscientemente, as encontram sem procurar muito). Em segundo lugar, quando o problema ocorrer que a solução se apresente magicamente e rapidamente o problema seja resolvido.
Os homens e algumas mulheres levam para a cama as suas inquietações pessoais ou relacionadas ao trabalho, aguardando o impossível, que possam dormir tranquilamente com eles. É importante lembrarmos que quando temos um problema, só o resolvemos pensando na solução, não no problema. Na cama não é o melhor local para estarmos com o que nos aflige e promove nosso desconforto. Precisamos descansar para o enfrentamento das ocorrências do dia seguinte. Quase sempre os problemas não têm a dimensão que supomos ter, nem são complexos como imaginamos e resolvem-se naturalmente. Outras vezes a solução surge com a tranqüilidade do despertar. Vivemos com os problemas uma relação insana, nos levando à insônia, meditações agitadas e nos tornamos indecisos. Situações que nos enfraquecem. Os motivos que nos fazem sofrer, na maioria das vezes, não procedem, nem justificam tanto sofrimento. Sofremos de graça, sem motivos ou motivos banais.
O que fazer; como fazer; quando fazer? Eis as questões.
No livro “Como superar as dificuldades”, discutimos sobre a importância de termos um padrão de pensamento positivo e como consegui-lo.
Por mais que venhamos estudar e discutir o sofrimento humano, o seu estado emocional depende da sensação do medo e da baixa auto-estima, albergados pelo sentimento sempre presente no nosso dia-a-dia, a ansiedade.
Inegavelmente, o sono é o melhor nutriente para o ser humano. Grande parte da população dorme mal. A ansiedade provocada pela necessidade de estarmos descansados e convenientemente preparados para superarmos as dificuldades, promove uma noite mal dormida e um despertar, ou apenas o sair da cama, nos revelamos com as mesmas inquietações, frágeis física e emocionalmente, nos impedindo de concentração adequada e melhor desempenho nas nossas atribuições.
Temos que decidir, pela lógica. Convencendo-nos que devemos dormir e deixarmos os problemas para o dia seguinte. Do que adianta pensarmos neles neste momento? Não devemos ficar indecisos; temos que decidir racionalmente, com determinação. É difícil este exercício e depende de treinamento. Discutiremos em um capítulo especial. As condições emocionais ordenadas irão melhorar a eficiência na obtenção dos resultados.
A indecisão é fatigante e fértil. O sofrimento só deve existir até o momento da decisão; depois é conseqüência de um processo.
Giacomo Leopardi, em “Pequenas Obras Morais”, faz considerações interessantes sobre homens indecisos. Refere que estes são muitíssimos perseverantes nas suas decisões. Paradoxo? Não. Sofrem tanto para tomarem decisão e se não realizarem logo as decisões tomadas, será preciso tomar outra decisão, expondo-o á novo sofrimento, agora mais intenso. Os indecisos são muito rápidos e eficientes ao colocarem em prática o que decidiram, pois, receiam todo momento, serem induzidos a abandonarem a decisão tomada e voltarem àquela angustiosa hesitação e expectativa. Apressam a decisão e nela aplicam toda a sua energia; mais estimulados pela ansiedade e pela necessidade de triunfarem sobre si próprio, do que pelo objetivo ou superação dos obstáculos que tenham de vencer para alcançá-lo.
Será que vale a pena pensarmos muito na decisão a ser tomada?
Goethe revela que, o pensar muito, nem sempre é garantia da realização de melhor escolha.
Quintiliano faz referência de quem está indeciso em começar é também lento em agir.
Mas, Thomaz Jefferson diz que: “o adiamento é preferível ao erro”. Considero que se errarmos, poderemos corrigir o erro. Qual é a nossa atuação no adiamento? Vamos mudar o que? Corrigir o que? O que é pior?
E Sêneca afirma: “enquanto protelamos, a vida passa por nós a correr”.
William James fala sobre uma condição de vida: “quando precisamos tomar uma decisão e não a tomamos, estamos tomando a decisão de não decidir nada”. “Não existe ser humano mais miserável do que aquele em que a única coisa habitual é a indecisão”.
Não existe regras determinadas no como proceder na escolha certa, diante de duas ou mais opções.
Será que não sabermos o que escolher por não termos informações suficientes, é indecisão ou falta de melhor informação? Dúvida é a mesma coisa do que indecisão?
Dúvida é a incerteza acerca da realidade de um fato ou de uma asserção, ocasionando dificuldade em decidir devido descrença ou suspeita.
Podemos considerar que indecisão é quando achamos muito bem o que queremos, mas, achamos que deveríamos escolher outra opção.
Considerar que: não existe problema sem solução. Não existe solução sem erro. Não existe erro que não pode ser reparado.
E se não conseguir? Comece tudo novamente, buscando outra solução. Mas, se não tiver jeito nenhum? É só ligar o botão mágico e gritar bem alto após profunda inspiração, com a força total dos pulmões, de” boca cheia”, de dentro para fora, com clareza para todos ouvirem: FODA-SE!
É complicado querermos a perfeição no comportamento de uma pessoa, no meio de pessoas naturalmente IMPERFEITAS e de um mundo INJUSTO (onde mesmo assim, VALE O VIVER).
Dúvida
Palavra derivada do latim “dubitare”.
Significa um estado mental ou emocional que nos coloca entre duas possibilidades: acreditar (aceitar) ou não acreditar (não aceitar). Esse estado dúbio de possibilidades gera a incerteza, presente constantemente no nosso dia-a-dia. Desconfiar dos fatos é ocorrência natural nas nossas vidas, soma-se a isso a certeza que prudentemente devemos ter, de não termos certeza de nada. Acreditarmos incondicionalmente nas pessoas e nos relatos dos fatos, não é conveniente. “A dúvida é o principio da sabedoria” – Aristóteles.
Não precisamos duvidar de tudo, apenas por querer revelar-se pessoa esperta que não se permite enganar, ou, para não ter a sensação de parecer inocente diante dos outros (o “bobinho” que em tudo acredita). “Que seja doce a dúvida a quem a verdade pode fazer mal” - Michelangelo
Entendendo sobre a dificuldade de termos certeza da afirmação que mobiliza as pessoas. Que a asserção de uma teoria ou conceito emitido pode ter a influencia de motivos nem sempre claros, que buscam permitir que as pessoas acreditem no que antecipadamente se concebeu, ou de estabelecermos conceitos desprovidos de conhecimentos mais próximos da realidade, nestes casos o exercício da dúvida é saudável. “Crê nos que buscam a verdade. Duvida dos que a encontraram” – André Gide.
As pessoas mentem por interesses pessoais e faltam com a verdade por falta de informações adequadas, por falta de melhores conhecimentos, e, por emitirem opiniões considerando apenas a sua maneira de pensar, agir e sentir as coisas. É difícil acreditarmos na verdade absoluta, em sua totalidade. Quantos conceitos e teorias foram revelados e praticados pelos homens, movidos pela certeza consciente, que com o passar do tempo, através de novos conhecimentos, de instrumentos mais modernos para medidas e avaliações, mostrou-se ao mundo como mentira, como um equívoco. A vida é como a ciência, marcada por verdades transitórias. A terra já foi redonda, matou-se e morreu-se por isso. “Demore na dúvida .... E descubra a sabedoria que insiste em se esconder, na ausência das palavras” – Pe. Fabio Melo.
A verdade é temporal? É circunstancial? É pessoal, customizada? “No fundo, só e sabe que sabemos pouco; com o saber cresce a dúvida” – Goëthe.
A dúvida é uma condição existente nas nossas vidas, por obrigatoriedade e conseqüência da cultura humana, acredito ser devida a pratica constante da mentira ou da falta do real conhecimento. A dúvida deve ser estabelecida naturalmente, isto só é possível quando temos pelo menos uma noção da realidade, caso contrário não há suspeita para originar a dúvida e sim ignorância do fato. Quase sempre uma narrativa do fato está incompleta, incorreta ou com a intenção de nos fazer acreditar no que interessa para uma pessoa, para um grupo social e sistema político. O livre exercício da dúvida é trabalhoso, por ser inquietante nos estimula a busca. Por isso que algumas vezes ignorar é mais cômodo; não há cobrança em busca do conhecimento, elemento fundamental que permitirá nos aproximarmos da verdade. És feliz na ignorância? Para que tornar-te sábio? “A dúvida é a ante-sala do conhecimento” – Provérbio Chinês.
A Metodologia Científica foi construída para uma prática motivada pela dúvida. Para a ciência, mais importante do que “aceitar as teorias existentes”, simplesmente por aceitar, sua função é propor novas experiências para confirmar ou não, determinados procedimentos e validá-los (a busca não pode ser conduzida influenciada pela vontade da confirmação; a não confirmação gera também significativos benefícios). “Aquele que duvida e não investiga torna-se não só infeliz, mas, também injusto” - Pascal.
“A dúvida é a escola da verdade” – Francis Bacon.
Devemos entender a dúvida não somente como um conceito, muito menos como apenas um estado de indignação; não é só um momento de introspecção, é principalmente uma reflexão seduzida pela filosofia, permitindo obter como resposta, o encontro com a verdade, mesmo que relativa, transitória, temporária, e, influenciada pela etnia e pela cultura. “O ignorante afirma, o sábio dúvida, o sensato reflete” – Aristóteles.
A dúvida pode nos levar: ao espanto, ao deslumbramento, ao conformismo, a criarmos ilusões ou nos desiludirmos, ao erro ou ao acerto, a nos mantermos ignorantes ou promovermos o conhecimento, à sabedoria em busca da nossa realização como pessoa. “Crer é muito monótono, a dúvida é apaixonante” – Oscar Wilde.
Acreditar ou duvidar na existência de Deus ou de deuses, na vida após a morte e novas vidas (processo, tipo e forma), sempre fez parte da existência humana. “Uma fé que não dúvida é uma fé morta” – Miguel Unamuro.
Nas diferentes religiões, o ideal colimado é que não existam dúvidas. A dúvida implica em liberdade que implica em responsabilidade. Liberdade, não é a condição que a maioria das religiões procuram promover. A quem interessa a liberdade? As religiões têm um produto a ser vendido, seduzirão as pessoas para comprá-lo, cada uma ao seu modo. “O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida” – Carl Sage.
Cada grupo religioso, caracterizado por suas práticas religiosas, e, representado pelos seguidores de um líder ou de um SER com poderes sobrenaturais, com objetivos peculiares, criam seus dogmas (fatos e realidades que não podem ser colocadas em dúvida, e esta representará um pecado grave); movido pelo medo as pessoas os aceitam sem questioná-los. “De todas as coisas seguras, a mais segura é a dúvida” – Brechet.
Esses dogmas fazem parte dos livros, mesmo que escritos por simples mortais, são considerados sagrados, como a Bíblia, o Torá, o Alcorão, o Rig-Verda, o Evangelho segundo Allan Kardec, etc. Interessante! Mesmo eles rvelando-se contraditórios, cada um, da sua maneira, acredita que o livro que ele crê é o verdadeiro e o sagrado. Qual é o verdadeiro? Qual o sagrado? E, por que? “Ninguém dúvida tanto como aquele que mais sabe” – Marquês de Maricá. As questões religiosas são visionárias, cada um sabe ou imagina no que acredita e porque acredita; mesmo aqueles em que nada acreditam. Mas, ninguém prova nada. Acredita-se ou não se acredita e pronto; pelo menos temporariamente, podendo haver mudanças de crenças conforme resposta das próprias indagações. Ninguém prova, substancialmente, a existência e a forma de Deus, e, muito menos a sua inexistência. Os indícios e sinais podem ser considerados testemunhas dessa história. “O pensamento só começa com a dúvida” – Roger Martim.
Portanto, a dúvida pode ser explicitamente combatida; em algumas religiões ela é policiada e punida. Espera-se em todas elas a credibilidade dos fiéis praticantes, sem nenhum grau de hesitação. “Na dúvida digam a verdade” – Mark Twan.
Nos países, nos locais de trabalho, nas famílias, onde a gestão é autoritária e totalitária, as praticas são semelhantes às das religiões. O que o comandante fala é dogma, é uma afirmação que jamais deve ser questionada ou colocada em dúvida; caso contrário é considerado pessoa indesejável para o convívio social, pois, sugere subverter a ordem e dificultar a gestão. “É sem dúvida mais fácil enganar uma multidão do que um só homem” – Heródoto.
Significa um estado mental ou emocional que nos coloca entre duas possibilidades: acreditar (aceitar) ou não acreditar (não aceitar). Esse estado dúbio de possibilidades gera a incerteza, presente constantemente no nosso dia-a-dia. Desconfiar dos fatos é ocorrência natural nas nossas vidas, soma-se a isso a certeza que prudentemente devemos ter, de não termos certeza de nada. Acreditarmos incondicionalmente nas pessoas e nos relatos dos fatos, não é conveniente. “A dúvida é o principio da sabedoria” – Aristóteles.
Não precisamos duvidar de tudo, apenas por querer revelar-se pessoa esperta que não se permite enganar, ou, para não ter a sensação de parecer inocente diante dos outros (o “bobinho” que em tudo acredita). “Que seja doce a dúvida a quem a verdade pode fazer mal” - Michelangelo
Entendendo sobre a dificuldade de termos certeza da afirmação que mobiliza as pessoas. Que a asserção de uma teoria ou conceito emitido pode ter a influencia de motivos nem sempre claros, que buscam permitir que as pessoas acreditem no que antecipadamente se concebeu, ou de estabelecermos conceitos desprovidos de conhecimentos mais próximos da realidade, nestes casos o exercício da dúvida é saudável. “Crê nos que buscam a verdade. Duvida dos que a encontraram” – André Gide.
As pessoas mentem por interesses pessoais e faltam com a verdade por falta de informações adequadas, por falta de melhores conhecimentos, e, por emitirem opiniões considerando apenas a sua maneira de pensar, agir e sentir as coisas. É difícil acreditarmos na verdade absoluta, em sua totalidade. Quantos conceitos e teorias foram revelados e praticados pelos homens, movidos pela certeza consciente, que com o passar do tempo, através de novos conhecimentos, de instrumentos mais modernos para medidas e avaliações, mostrou-se ao mundo como mentira, como um equívoco. A vida é como a ciência, marcada por verdades transitórias. A terra já foi redonda, matou-se e morreu-se por isso. “Demore na dúvida .... E descubra a sabedoria que insiste em se esconder, na ausência das palavras” – Pe. Fabio Melo.
A verdade é temporal? É circunstancial? É pessoal, customizada? “No fundo, só e sabe que sabemos pouco; com o saber cresce a dúvida” – Goëthe.
A dúvida é uma condição existente nas nossas vidas, por obrigatoriedade e conseqüência da cultura humana, acredito ser devida a pratica constante da mentira ou da falta do real conhecimento. A dúvida deve ser estabelecida naturalmente, isto só é possível quando temos pelo menos uma noção da realidade, caso contrário não há suspeita para originar a dúvida e sim ignorância do fato. Quase sempre uma narrativa do fato está incompleta, incorreta ou com a intenção de nos fazer acreditar no que interessa para uma pessoa, para um grupo social e sistema político. O livre exercício da dúvida é trabalhoso, por ser inquietante nos estimula a busca. Por isso que algumas vezes ignorar é mais cômodo; não há cobrança em busca do conhecimento, elemento fundamental que permitirá nos aproximarmos da verdade. És feliz na ignorância? Para que tornar-te sábio? “A dúvida é a ante-sala do conhecimento” – Provérbio Chinês.
A Metodologia Científica foi construída para uma prática motivada pela dúvida. Para a ciência, mais importante do que “aceitar as teorias existentes”, simplesmente por aceitar, sua função é propor novas experiências para confirmar ou não, determinados procedimentos e validá-los (a busca não pode ser conduzida influenciada pela vontade da confirmação; a não confirmação gera também significativos benefícios). “Aquele que duvida e não investiga torna-se não só infeliz, mas, também injusto” - Pascal.
“A dúvida é a escola da verdade” – Francis Bacon.
Devemos entender a dúvida não somente como um conceito, muito menos como apenas um estado de indignação; não é só um momento de introspecção, é principalmente uma reflexão seduzida pela filosofia, permitindo obter como resposta, o encontro com a verdade, mesmo que relativa, transitória, temporária, e, influenciada pela etnia e pela cultura. “O ignorante afirma, o sábio dúvida, o sensato reflete” – Aristóteles.
A dúvida pode nos levar: ao espanto, ao deslumbramento, ao conformismo, a criarmos ilusões ou nos desiludirmos, ao erro ou ao acerto, a nos mantermos ignorantes ou promovermos o conhecimento, à sabedoria em busca da nossa realização como pessoa. “Crer é muito monótono, a dúvida é apaixonante” – Oscar Wilde.
Acreditar ou duvidar na existência de Deus ou de deuses, na vida após a morte e novas vidas (processo, tipo e forma), sempre fez parte da existência humana. “Uma fé que não dúvida é uma fé morta” – Miguel Unamuro.
Nas diferentes religiões, o ideal colimado é que não existam dúvidas. A dúvida implica em liberdade que implica em responsabilidade. Liberdade, não é a condição que a maioria das religiões procuram promover. A quem interessa a liberdade? As religiões têm um produto a ser vendido, seduzirão as pessoas para comprá-lo, cada uma ao seu modo. “O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida” – Carl Sage.
Cada grupo religioso, caracterizado por suas práticas religiosas, e, representado pelos seguidores de um líder ou de um SER com poderes sobrenaturais, com objetivos peculiares, criam seus dogmas (fatos e realidades que não podem ser colocadas em dúvida, e esta representará um pecado grave); movido pelo medo as pessoas os aceitam sem questioná-los. “De todas as coisas seguras, a mais segura é a dúvida” – Brechet.
Esses dogmas fazem parte dos livros, mesmo que escritos por simples mortais, são considerados sagrados, como a Bíblia, o Torá, o Alcorão, o Rig-Verda, o Evangelho segundo Allan Kardec, etc. Interessante! Mesmo eles rvelando-se contraditórios, cada um, da sua maneira, acredita que o livro que ele crê é o verdadeiro e o sagrado. Qual é o verdadeiro? Qual o sagrado? E, por que? “Ninguém dúvida tanto como aquele que mais sabe” – Marquês de Maricá. As questões religiosas são visionárias, cada um sabe ou imagina no que acredita e porque acredita; mesmo aqueles em que nada acreditam. Mas, ninguém prova nada. Acredita-se ou não se acredita e pronto; pelo menos temporariamente, podendo haver mudanças de crenças conforme resposta das próprias indagações. Ninguém prova, substancialmente, a existência e a forma de Deus, e, muito menos a sua inexistência. Os indícios e sinais podem ser considerados testemunhas dessa história. “O pensamento só começa com a dúvida” – Roger Martim.
Portanto, a dúvida pode ser explicitamente combatida; em algumas religiões ela é policiada e punida. Espera-se em todas elas a credibilidade dos fiéis praticantes, sem nenhum grau de hesitação. “Na dúvida digam a verdade” – Mark Twan.
Nos países, nos locais de trabalho, nas famílias, onde a gestão é autoritária e totalitária, as praticas são semelhantes às das religiões. O que o comandante fala é dogma, é uma afirmação que jamais deve ser questionada ou colocada em dúvida; caso contrário é considerado pessoa indesejável para o convívio social, pois, sugere subverter a ordem e dificultar a gestão. “É sem dúvida mais fácil enganar uma multidão do que um só homem” – Heródoto.
Decepção e confiança
Decepção por traírem a nossa confiança
Confiança é o crédito que conferimos a uma pessoa ou a um fato, com a expectativa de concretizar-se no futuro. É acreditar, assumir como verdadeiro, a narrativa e conduta de uma pessoa. Confiar é um ato de reconhecimento pela amizade e revelação de amor. A confiança entre as pessoas é a determinação da capacidade que elas têm de prever o comportamento da outra. É estabelecida em bases do passado e por acreditar-se nos valores demonstrados. A confiança representa a expectativa de uma pessoa ou de um grupo social, revelando-se um comportamento que deve ser considerado estável, comprometido por um caráter honesto e cooperativo, sempre em benefício de um conjunto (a relação entre duas pessoas, nunca envolvem apenas as duas pessoas).
Confiar em alguém é dizer que temos os mesmos valores, que acreditamos num ideal colimado; que iremos construir juntos o que planejamos, de mãos dadas. São esses valores que irão determinar o comportamento de um diante do outro e dos outros.
Confiar é prever as atitudes e ter certeza das condutas que irão determinar o comportamento que caracterizam e convidam a ter confiança. Soma-se à vontade e necessidade natural de se ter confiança para a existência do elemento fundamental que permitirá sustentar uma relação, o comprometimento voluntário no processo de construção a ser iniciado e mais que isso, mantido.
Nunca iremos nos relacionar com pessoas perfeitas, portanto, não perca seu tempo buscando pessoas sem defeitos.
Quais os grupos de defeitos existentes e suas conseqüências?
Defeito pode ser considerado um erro funcional ou uma falha na lógica. Entre os simples mortais, caracteriza-se quando esperamos uma atitude de uma pessoa e ela, conscientemente, o realiza diferente do esperado, normalmente ao contrário.
Os defeitos de um, geram insegurança no relacionamento com o outro. Surpreendemo-nos, negativamente, com os defeitos das pessoas em quem não esperávamos que eles existissem. Pelo menos de um determinado tipo e na forma como aconteceu.
Existem dois grupos de pessoas em que os defeitos se revelam. Aquelas que mostram claramente quais são os principais defeitos, e, aqueles que manipulam para esconderem os seus, que os escondem e vamos perceber tempos depois, causando um enorme estrago pela decepção causada. Algumas pessoas têm muito mais medo de que venhamos descobrir suas verdades do que as suas mentiras; são as covardes. Os defeitos encobertos, são sempre latentes, um dia revelam-se e o transtorno que ocasionam nos atinge com uma proporção de difícil controle, pelo menos no início. Mesmo não tendo o luxo da eternidade, o tempo é o nosso grande aliado. O que se tornou perda de imediato será motivo de livramento, posteriormente.
A decepção confunde-se com a traição, que é um repúdio a uma situação que se desejava e previa. Houve investimento físico, emocional e econômico. Todo tipo de traição representa o rompimento pela violação da presunção de um contrato social, que explicita ou implicitamente foi estabelecido um acordo, considerando a prática obrigatória da verdade e da confiança entre as partes envolvidas. Esta ruptura por violação da verdade e confiança produz conflitos: morais, psicológicos e financeiros. Estes prejuízos são extensivos às pessoas envolvidas na relação, os familiares.
Sentir-se traído nos desestabiliza. Pelo espanto imediato, perdemos a base que nos sustenta emocional e profissionalmente, devido á ruptura abrupta das decisões tomadas anteriormente ou das normas presumidas. Enquanto o outro, covardemente, preparava-se para o enfrentamento da realidade e, “mal intencionado“ agia para que fossemos informados ou viéssemos saber da traição quando fosse para ele mais conveniente, quando estivesse melhor preparado.
Algumas coisas são importantes nas relações entre as pessoas:
- um honrar o outro, quando presentes; - um valorizar o outro, quando ausentes; - um assistir ao outro, quando necessário; - respeitarmos as diferenças, quando se fizerem notar; - potencializarmos as afinidades, quando existirem; - justificarmos a confiança, quando distantes.
Quero refletir com o sentimento do meu ex-aluno e amigo Daniel, faz parte do grupo de pessoas mais espetaculares que conheci. Sinto-me realizado, como pessoa e profissional, com o nosso convívio.
“Aprendi que os piores defeitos das pessoas são aqueles que não podemos ver. Os defeitos ou imperfeições que conseguimos enxergar na outra pessoa, e/ou conscientemente ou não possa ela revelar, durante a convivência no relacionamento conjugal são as menores, são as menos graves. Essas nós vemos e podemos decidir se são aceitáveis ou não, no convívio para andarmos em paralelo com a nossa felicidade. Para mim, nada pior do que conviver com alguém que finge, trai, rouba ou mata (na mesma proporção), pois, essas coisas são invisíveis; não nos permitem escolha. Nos damos conta, apenas, depois da tragédia consumada. É preciso tomarmos muito cuidado com os que “camuflam” suas imperfeições para nos enganar. Caso consiga perceber todos os defeitos do seu parceiro, nem sempre importando quais, então releve-os, não implique com coisas pequenas, e confie, construindo sua felicidade”.
Confiança é o crédito que conferimos a uma pessoa ou a um fato, com a expectativa de concretizar-se no futuro. É acreditar, assumir como verdadeiro, a narrativa e conduta de uma pessoa. Confiar é um ato de reconhecimento pela amizade e revelação de amor. A confiança entre as pessoas é a determinação da capacidade que elas têm de prever o comportamento da outra. É estabelecida em bases do passado e por acreditar-se nos valores demonstrados. A confiança representa a expectativa de uma pessoa ou de um grupo social, revelando-se um comportamento que deve ser considerado estável, comprometido por um caráter honesto e cooperativo, sempre em benefício de um conjunto (a relação entre duas pessoas, nunca envolvem apenas as duas pessoas).
Confiar em alguém é dizer que temos os mesmos valores, que acreditamos num ideal colimado; que iremos construir juntos o que planejamos, de mãos dadas. São esses valores que irão determinar o comportamento de um diante do outro e dos outros.
Confiar é prever as atitudes e ter certeza das condutas que irão determinar o comportamento que caracterizam e convidam a ter confiança. Soma-se à vontade e necessidade natural de se ter confiança para a existência do elemento fundamental que permitirá sustentar uma relação, o comprometimento voluntário no processo de construção a ser iniciado e mais que isso, mantido.
Nunca iremos nos relacionar com pessoas perfeitas, portanto, não perca seu tempo buscando pessoas sem defeitos.
Quais os grupos de defeitos existentes e suas conseqüências?
Defeito pode ser considerado um erro funcional ou uma falha na lógica. Entre os simples mortais, caracteriza-se quando esperamos uma atitude de uma pessoa e ela, conscientemente, o realiza diferente do esperado, normalmente ao contrário.
Os defeitos de um, geram insegurança no relacionamento com o outro. Surpreendemo-nos, negativamente, com os defeitos das pessoas em quem não esperávamos que eles existissem. Pelo menos de um determinado tipo e na forma como aconteceu.
Existem dois grupos de pessoas em que os defeitos se revelam. Aquelas que mostram claramente quais são os principais defeitos, e, aqueles que manipulam para esconderem os seus, que os escondem e vamos perceber tempos depois, causando um enorme estrago pela decepção causada. Algumas pessoas têm muito mais medo de que venhamos descobrir suas verdades do que as suas mentiras; são as covardes. Os defeitos encobertos, são sempre latentes, um dia revelam-se e o transtorno que ocasionam nos atinge com uma proporção de difícil controle, pelo menos no início. Mesmo não tendo o luxo da eternidade, o tempo é o nosso grande aliado. O que se tornou perda de imediato será motivo de livramento, posteriormente.
A decepção confunde-se com a traição, que é um repúdio a uma situação que se desejava e previa. Houve investimento físico, emocional e econômico. Todo tipo de traição representa o rompimento pela violação da presunção de um contrato social, que explicita ou implicitamente foi estabelecido um acordo, considerando a prática obrigatória da verdade e da confiança entre as partes envolvidas. Esta ruptura por violação da verdade e confiança produz conflitos: morais, psicológicos e financeiros. Estes prejuízos são extensivos às pessoas envolvidas na relação, os familiares.
Sentir-se traído nos desestabiliza. Pelo espanto imediato, perdemos a base que nos sustenta emocional e profissionalmente, devido á ruptura abrupta das decisões tomadas anteriormente ou das normas presumidas. Enquanto o outro, covardemente, preparava-se para o enfrentamento da realidade e, “mal intencionado“ agia para que fossemos informados ou viéssemos saber da traição quando fosse para ele mais conveniente, quando estivesse melhor preparado.
Algumas coisas são importantes nas relações entre as pessoas:
- um honrar o outro, quando presentes; - um valorizar o outro, quando ausentes; - um assistir ao outro, quando necessário; - respeitarmos as diferenças, quando se fizerem notar; - potencializarmos as afinidades, quando existirem; - justificarmos a confiança, quando distantes.
Quero refletir com o sentimento do meu ex-aluno e amigo Daniel, faz parte do grupo de pessoas mais espetaculares que conheci. Sinto-me realizado, como pessoa e profissional, com o nosso convívio.
“Aprendi que os piores defeitos das pessoas são aqueles que não podemos ver. Os defeitos ou imperfeições que conseguimos enxergar na outra pessoa, e/ou conscientemente ou não possa ela revelar, durante a convivência no relacionamento conjugal são as menores, são as menos graves. Essas nós vemos e podemos decidir se são aceitáveis ou não, no convívio para andarmos em paralelo com a nossa felicidade. Para mim, nada pior do que conviver com alguém que finge, trai, rouba ou mata (na mesma proporção), pois, essas coisas são invisíveis; não nos permitem escolha. Nos damos conta, apenas, depois da tragédia consumada. É preciso tomarmos muito cuidado com os que “camuflam” suas imperfeições para nos enganar. Caso consiga perceber todos os defeitos do seu parceiro, nem sempre importando quais, então releve-os, não implique com coisas pequenas, e confie, construindo sua felicidade”.
Fases da vida: A velhice
Velhice
Período de vida que tem diferentes representações conforme a cultura e entendimento das pessoas, nas mais diferentes épocas e civilizações. Pode ela ser vista com respeito, pois, representa a experiência de uma pessoa. Por já ter vivido a realidade das outras fases, é possível a construção de informações pontuais, de registrar observações e elaborar conclusões objetivas. O testemunho pessoal, mesmo sendo influenciado por convicções pessoais, pode servir de aconselhamento ou facilitar o entendimento de outras pessoas. Pode também sugerir o saber acumulado, o comportamento conforme a reflexão sobre determinadas situações e a conquista da prudência.
Nas sociedades modernas, como o ser humano vale pelo que ele produz e não pelo que já produziu ou poderá produzir, os velhos são marginalizados.
A velhice, como as outras fases, é um processo. Por isso que a vida é um processo e o homem um projeto (que nunca está pronto). Esta é a última fase desse processo na evolução natural da vida humana.
É fundamental considerarmos o conjunto de situações que implicam nesse processo. É marcado por alterações biológicas, fisiológicas, psicológicas, sociais, econômicas e políticas, que influenciam de maneira significativa o cotidiano e estilo de vida de cada um. O processo não é o mesmo para todas as pessoas, dependem destas peculiaridades que determinam a forma e expectativa de vida. Portanto, somos conseqüências das características e formas de vida pessoais, inclusive com forte influência da história familiar.
Discute-se a idade em que se inicia o processo da velhice. É preciso considerar a cultura local e as condições sócio-econômicas em que a pessoa vive. Temos certeza apenas do seu final, marcado por um fenômeno só possível para os seres vivos, a morte. Para os países subdesenvolvidos atribui-se o início da velhice com a idade de 60 anos. Para os outros países, é de 65 anos; idade que comumente coincide com a aposentadoria, final da fase economicamente ativa.
A evolução da ciência e a modernidade tecnológica permitem que as pessoas sejam melhores avaliadas, diagnosticadas, possibilitando meios de tratamento e curativos mais eficientes. A educação para aquisição de hábitos saudáveis é nosso grande aliado na concretização do desejo de vivermos melhor uma longa vida. A Organização Mundial da Saúde sugere a elevação da idade para 75 anos.
Dispomos de muitos recursos para escolhermos de que forma podemos e queremos viver, diante das realidades e condições pessoais. Nem todos, conseguiremos ser Cora Coralina, Sobral Pinto, Oscar Niemayer,... Não sou um vendedor de ilusões, por isso necessito viver franciscanamente, mas, sem mentir e enganar. É difícil encontrarmos quem prefere a verdade. A maioria das pessoas convive bem com “adulações”, “mimos”, “fazer de conta” e com as “informações que reforçam suas convicções”. A mentira é como religião, o bom é que nunca fossemos nos encontrar com a verdade. Não queremos que nosso “ponto de vista” seja contrariado. Queremos apenas acreditar nas coisas que positivam nosso entendimento, independente da confiabilidade da fonte. Esta é a estratégia dos bajuladores e dos assessores.
Temos hoje uma maior expectativa de vida. No Brasil é de 68 anos para os homens e de 75 para as mulheres. Aumentar o número de pessoas com mais de 65 anos, é uma realidade cada vez mais possível.
O avanço da idade não determina obrigatoriamente a perda da inteligência. Esta parece estar mais associada à educação e ao padrão de vida, além da genética pessoal.
Evidencia-se a perda gradual das habilidades, da capacidade de concentração, da memória e da lembrança de fatos recentes. O declínio motor e da atividade sexual tem merecido cuidados especiais. É possível vivermos uma velhice saudável, depende do nosso interesse em buscarmos a orientação de profissionais competentes. O processo de envelhecimento é objeto sistemático de estudos e pesquisas pela ciência. Envelhecer bem é produto da aplicação com arte do conhecimento ou da total ignorância sobre os processos da vida, simplesmente viver, sem conflitos.
O período do climatério é importante para a educação em saúde, na formação dos hábitos saudáveis que irão nos dar suporte para garantir uma boa velhice. Avaliação médica periódica é a estratégia ideal. A colaboração dos procedimentos convenientes, estabelecidos pelos profissionais da saúde, devidamente preparados, é indispensável. Viver bem é uma conquista.
Alterações emocionais e comportamentais mais comuns que ocorrem na velhice: - consciência da aproximação do fim da vida (a vida é também uma medida de tempo); - ansiedade pela condição de incertezas e possibilidades no futuro; perda da companheira (o); - suspensão da atividade profissional, diminuição de renda; medo da situação econômica; - sensação de inutilidade; - solidão; afastamento do grupo social; - surgimento contínuo de doenças devido declínio biológico e fisiológico; necessidade de precisar dos outros; - falta de motivação e interesses; - depressão; - medos generalizados; - apatia; - dificuldade de adaptação devido às mudanças rápidas ocasionadas pela modernidade.
Velhice, Terceira Idade, Melhor Idade ou Idoso? Qual a terminologia mais indicada?
Preconceituosamente, o uso da palavra “velhice” parece ser proibido. O conceito de ”terceira idade” e o chamamento da “melhor idade” são expressões hegemônicas, que predominam, são as mais usadas. Só podemos chamar de terceira idade ao considerarmos a infância e adolescência como a primeira fase, e, a adulta como a segunda. Entende-se como a melhor idade, devido nesta fase termos nos livrado de alguns complexos, de algumas angústias e dos desajustamentos que mais nos incomodavam; é por sentir a família organizada e independente; melhor idade é ter tempo para fazer o que gosta ou procurar gostar do que se está fazendo; e, para as viúvas é inegavelmente a melhor idade por terem, seguramente, se livrado dos “malas” ( curiosamente, as pessoas mais felizes que encontrei na vida foram as velhinhas viúvas). Idoso é aquele que tem muitos anos, que existe há muito tempo. O processo é chamado de velhice e a pessoa que passa por este processo é chamada de idoso. O tempo em que o idoso está vivendo, o da terceira idade, poderá ser o da melhor idade; para mim, se for da boa idade já está bom.
Quero refletir com as palavras de Cecília Meireles, em Retrato: “Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha essas mãos sem força, tão paradas, frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão fácil, tão certa: Em que espelho ficou perdida a minha face?
Conclusões que começo a obter na velhice e que seria interessante ter percebido antes para poder viver melhor: - Como diz Gabriel Garcia Marques: a sabedoria é algo que quando nos bate a porta já é tarde, nos serve para tão pouco. Quando era jovem tinha saúde, mas não tinha sabedoria; agora tenho sabedoria, mas não tenho saúde. Se o jovem soubesse! Se o velho pudesse! – Refletindo com Sêneca: a velhice quando chega, o segredo é aceitá-la; se possível amá-la. Só assim ela poderá te ofertar algum prazer. – Simone de Bauvoir me ensinou que a velhice é a paródia da vida.Não quero mais servir de exemplo. – Chegar à velhice é um processo natural (não depende de mim), o que fazer para administrar a simples condição de velho (isso sim depende de mim). –Mesmo sendo idoso, acredito no amanhã. Continuo á sonhar, sonhos possíveis de serem realizados. – Agora entendo sobre a necessidade de bebermos a água da fonte que nos remete à juventude, pois beleza, juventude e entusiasmo andam juntos. Perdi o garbo; estou mais vulnerável. – Nossa maior infelicidade é que as fases da vida se sucedem sucessivamente, sem intervalos para elaborarmos o aprendizado. Temos que aprender na marra, com a perda e o sofrimento. – Os velhos dão bons conselhos por que não conseguem mais darem maus exemplos. Pois, a razão prevalece na velhice porque as paixões se foram. A velhice me fala da felicidade moral e intelectual. Enquanto a felicidade da minha mocidade até a idade do lobo, falava do valor do dinheiro, do poder e do sexo. – As coisas que aprendi nas fases anteriores à velhice, só agora começo agora a compreendê-las. Tornei-me mais tolerante e obtive todas as vantagens decorrentes. – Passei grande parte da minha vida querendo conquistar a amizade das pessoas e fazer parte de vários grupos sociais; na velhice procuro me afastar do maior número de pessoas, pois, comecei a conhecer melhor o valor das coisas e o interesse das pessoas. – Tenho pouco tempo para viver, sou mais passado do que futuro, sou mais lembranças do que conquistas. O dia é longo, mas, a vida é breve. Devia viver cada fase e aproveitá-la mais. – Deliberei estar livre do convívio com pessoas de ego inflado (daqueles que perguntam: sabem com quem está falando? Já sei a resposta, com um monte de ....); descartei os invejosos (tentam sempre destruir quem mais admiram); tenho sentimento de indiferença por aqueles que almejam o lugar dos outros e utilizam meios sujos para consegui-lo. Não perco mais tempo com pessoas desinteressantes, quem não conseguem agregar nada, apenas consomem o oxigênio do ar. – Quero ter consciência da minha mortalidade, sem fingir que isto é uma possibilidade remota. Não me iludo mais por conveniência. – Não perco tempo com quem não quer aprender e nem discuto inutilidades. - Dou risada dos meus fracassos e não me encanto com meus triunfos, são dois impostores. – Não desejo mais que a vida seja como eu acho que deveria ser (nunca foi e nunca será). – Quero contemplar os encantos da natureza, mesmo sabendo que ás vezes, ela é mais cruel do que a própria sociedade. – Até acredito que o melhor ainda poderá acontecer (mesmo que seja através dos meus filhos e meus alunos; os que efetivamente sempre deram um sentido especial para a minha vida). – Observei que o homem envelhece e a mulher desaba. Para os dois é crime; para a mulher é pena de morte. – A velhice possibilitou-me, muito mais do que escutar o que as pessoas dizem é observar o que elas fazem, tem significado e sinceridade. – Velho chato e insuportável é aquele que substituiu o sonho por lamentações. A juventude é marcada por equívocos; a fase adulta e o climatério por uma luta desigual; a velhice pelo lamento. – Não ligo mais para as pequenas coisas e para algumas grandes também. Só ligo para as coisas de elevado e significativo valor. O valor das pessoas e das coisas é o que representam para mim. Como me sinto quando estou com elas ou quando tenho as coisas. Preciso de pouco (que é tudo), apenas de Paz e Saúde (entende-se dinheiro para financiar a vida). – Não me permito mais me aborrecer por causa dos outros. – Eu sou um conjunto de entendimentos e ações que formam um pacote, gostar de mim significa gostar do pacote. Não gostar de mim não me faz rancoroso, apenas livre. – Faço questão de agradar as pessoas que têm representação para a minha vida. Disponho somente cuidar delas; com as demais quero apenas ser gentil. – Amigos foram aqueles que não se incomodaram com meus êxitos; os outros foram apenas colegas ocasionais e temporais. - Em todas as idades, foi na velhice que senti a presença de Deus mais perto (fui ateu). – A velhice é dura, triste, feia, fedida e dolorida, mesmo assim vale á pena o desafio de minimizar seus acontecimentos. Preciso recriar a vida. – Amar uma pessoa é ter coragem de envelhecer com ela, caso contrário só a instrumentalizou.
A maravilhosa oportunidade nesta fase ou próxima dela, é que os filhos vão embora de casa, mas chegam os netos; com eles vivemos uma realidade indescritível, a de podermos amar o fruto do nosso amor, a extensão da vida das nossas vidas, o filho dos nossos filhos. É uma segunda chance de sentirmos o cheiro de bebê e observarmos a casa bagunçada com os brinquedos espalhados pelo chão, e, um filhote de cachorro puxando as suas fraldas. Agora temos tempo e possibilidade de contemplarmos este evento, livres de maiores compromissos e responsabilidades. Esta é a ”melhor idade”, porque nos possibilita experimentarmos finalmente a liberdade sem culpas. É a idade que possibilita a libertação, de nos tornarmos livres de alguma(s) coisa(s), para a realização livre e plena de alguma(s) coisa(s).
Irresponsável é quem não aproveita o melhor que cada fase pode nos proporcionar (carinhosamente eu os chamo de tolos).
Período de vida que tem diferentes representações conforme a cultura e entendimento das pessoas, nas mais diferentes épocas e civilizações. Pode ela ser vista com respeito, pois, representa a experiência de uma pessoa. Por já ter vivido a realidade das outras fases, é possível a construção de informações pontuais, de registrar observações e elaborar conclusões objetivas. O testemunho pessoal, mesmo sendo influenciado por convicções pessoais, pode servir de aconselhamento ou facilitar o entendimento de outras pessoas. Pode também sugerir o saber acumulado, o comportamento conforme a reflexão sobre determinadas situações e a conquista da prudência.
Nas sociedades modernas, como o ser humano vale pelo que ele produz e não pelo que já produziu ou poderá produzir, os velhos são marginalizados.
A velhice, como as outras fases, é um processo. Por isso que a vida é um processo e o homem um projeto (que nunca está pronto). Esta é a última fase desse processo na evolução natural da vida humana.
É fundamental considerarmos o conjunto de situações que implicam nesse processo. É marcado por alterações biológicas, fisiológicas, psicológicas, sociais, econômicas e políticas, que influenciam de maneira significativa o cotidiano e estilo de vida de cada um. O processo não é o mesmo para todas as pessoas, dependem destas peculiaridades que determinam a forma e expectativa de vida. Portanto, somos conseqüências das características e formas de vida pessoais, inclusive com forte influência da história familiar.
Discute-se a idade em que se inicia o processo da velhice. É preciso considerar a cultura local e as condições sócio-econômicas em que a pessoa vive. Temos certeza apenas do seu final, marcado por um fenômeno só possível para os seres vivos, a morte. Para os países subdesenvolvidos atribui-se o início da velhice com a idade de 60 anos. Para os outros países, é de 65 anos; idade que comumente coincide com a aposentadoria, final da fase economicamente ativa.
A evolução da ciência e a modernidade tecnológica permitem que as pessoas sejam melhores avaliadas, diagnosticadas, possibilitando meios de tratamento e curativos mais eficientes. A educação para aquisição de hábitos saudáveis é nosso grande aliado na concretização do desejo de vivermos melhor uma longa vida. A Organização Mundial da Saúde sugere a elevação da idade para 75 anos.
Dispomos de muitos recursos para escolhermos de que forma podemos e queremos viver, diante das realidades e condições pessoais. Nem todos, conseguiremos ser Cora Coralina, Sobral Pinto, Oscar Niemayer,... Não sou um vendedor de ilusões, por isso necessito viver franciscanamente, mas, sem mentir e enganar. É difícil encontrarmos quem prefere a verdade. A maioria das pessoas convive bem com “adulações”, “mimos”, “fazer de conta” e com as “informações que reforçam suas convicções”. A mentira é como religião, o bom é que nunca fossemos nos encontrar com a verdade. Não queremos que nosso “ponto de vista” seja contrariado. Queremos apenas acreditar nas coisas que positivam nosso entendimento, independente da confiabilidade da fonte. Esta é a estratégia dos bajuladores e dos assessores.
Temos hoje uma maior expectativa de vida. No Brasil é de 68 anos para os homens e de 75 para as mulheres. Aumentar o número de pessoas com mais de 65 anos, é uma realidade cada vez mais possível.
O avanço da idade não determina obrigatoriamente a perda da inteligência. Esta parece estar mais associada à educação e ao padrão de vida, além da genética pessoal.
Evidencia-se a perda gradual das habilidades, da capacidade de concentração, da memória e da lembrança de fatos recentes. O declínio motor e da atividade sexual tem merecido cuidados especiais. É possível vivermos uma velhice saudável, depende do nosso interesse em buscarmos a orientação de profissionais competentes. O processo de envelhecimento é objeto sistemático de estudos e pesquisas pela ciência. Envelhecer bem é produto da aplicação com arte do conhecimento ou da total ignorância sobre os processos da vida, simplesmente viver, sem conflitos.
O período do climatério é importante para a educação em saúde, na formação dos hábitos saudáveis que irão nos dar suporte para garantir uma boa velhice. Avaliação médica periódica é a estratégia ideal. A colaboração dos procedimentos convenientes, estabelecidos pelos profissionais da saúde, devidamente preparados, é indispensável. Viver bem é uma conquista.
Alterações emocionais e comportamentais mais comuns que ocorrem na velhice: - consciência da aproximação do fim da vida (a vida é também uma medida de tempo); - ansiedade pela condição de incertezas e possibilidades no futuro; perda da companheira (o); - suspensão da atividade profissional, diminuição de renda; medo da situação econômica; - sensação de inutilidade; - solidão; afastamento do grupo social; - surgimento contínuo de doenças devido declínio biológico e fisiológico; necessidade de precisar dos outros; - falta de motivação e interesses; - depressão; - medos generalizados; - apatia; - dificuldade de adaptação devido às mudanças rápidas ocasionadas pela modernidade.
Velhice, Terceira Idade, Melhor Idade ou Idoso? Qual a terminologia mais indicada?
Preconceituosamente, o uso da palavra “velhice” parece ser proibido. O conceito de ”terceira idade” e o chamamento da “melhor idade” são expressões hegemônicas, que predominam, são as mais usadas. Só podemos chamar de terceira idade ao considerarmos a infância e adolescência como a primeira fase, e, a adulta como a segunda. Entende-se como a melhor idade, devido nesta fase termos nos livrado de alguns complexos, de algumas angústias e dos desajustamentos que mais nos incomodavam; é por sentir a família organizada e independente; melhor idade é ter tempo para fazer o que gosta ou procurar gostar do que se está fazendo; e, para as viúvas é inegavelmente a melhor idade por terem, seguramente, se livrado dos “malas” ( curiosamente, as pessoas mais felizes que encontrei na vida foram as velhinhas viúvas). Idoso é aquele que tem muitos anos, que existe há muito tempo. O processo é chamado de velhice e a pessoa que passa por este processo é chamada de idoso. O tempo em que o idoso está vivendo, o da terceira idade, poderá ser o da melhor idade; para mim, se for da boa idade já está bom.
Quero refletir com as palavras de Cecília Meireles, em Retrato: “Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha essas mãos sem força, tão paradas, frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão fácil, tão certa: Em que espelho ficou perdida a minha face?
Conclusões que começo a obter na velhice e que seria interessante ter percebido antes para poder viver melhor: - Como diz Gabriel Garcia Marques: a sabedoria é algo que quando nos bate a porta já é tarde, nos serve para tão pouco. Quando era jovem tinha saúde, mas não tinha sabedoria; agora tenho sabedoria, mas não tenho saúde. Se o jovem soubesse! Se o velho pudesse! – Refletindo com Sêneca: a velhice quando chega, o segredo é aceitá-la; se possível amá-la. Só assim ela poderá te ofertar algum prazer. – Simone de Bauvoir me ensinou que a velhice é a paródia da vida.Não quero mais servir de exemplo. – Chegar à velhice é um processo natural (não depende de mim), o que fazer para administrar a simples condição de velho (isso sim depende de mim). –Mesmo sendo idoso, acredito no amanhã. Continuo á sonhar, sonhos possíveis de serem realizados. – Agora entendo sobre a necessidade de bebermos a água da fonte que nos remete à juventude, pois beleza, juventude e entusiasmo andam juntos. Perdi o garbo; estou mais vulnerável. – Nossa maior infelicidade é que as fases da vida se sucedem sucessivamente, sem intervalos para elaborarmos o aprendizado. Temos que aprender na marra, com a perda e o sofrimento. – Os velhos dão bons conselhos por que não conseguem mais darem maus exemplos. Pois, a razão prevalece na velhice porque as paixões se foram. A velhice me fala da felicidade moral e intelectual. Enquanto a felicidade da minha mocidade até a idade do lobo, falava do valor do dinheiro, do poder e do sexo. – As coisas que aprendi nas fases anteriores à velhice, só agora começo agora a compreendê-las. Tornei-me mais tolerante e obtive todas as vantagens decorrentes. – Passei grande parte da minha vida querendo conquistar a amizade das pessoas e fazer parte de vários grupos sociais; na velhice procuro me afastar do maior número de pessoas, pois, comecei a conhecer melhor o valor das coisas e o interesse das pessoas. – Tenho pouco tempo para viver, sou mais passado do que futuro, sou mais lembranças do que conquistas. O dia é longo, mas, a vida é breve. Devia viver cada fase e aproveitá-la mais. – Deliberei estar livre do convívio com pessoas de ego inflado (daqueles que perguntam: sabem com quem está falando? Já sei a resposta, com um monte de ....); descartei os invejosos (tentam sempre destruir quem mais admiram); tenho sentimento de indiferença por aqueles que almejam o lugar dos outros e utilizam meios sujos para consegui-lo. Não perco mais tempo com pessoas desinteressantes, quem não conseguem agregar nada, apenas consomem o oxigênio do ar. – Quero ter consciência da minha mortalidade, sem fingir que isto é uma possibilidade remota. Não me iludo mais por conveniência. – Não perco tempo com quem não quer aprender e nem discuto inutilidades. - Dou risada dos meus fracassos e não me encanto com meus triunfos, são dois impostores. – Não desejo mais que a vida seja como eu acho que deveria ser (nunca foi e nunca será). – Quero contemplar os encantos da natureza, mesmo sabendo que ás vezes, ela é mais cruel do que a própria sociedade. – Até acredito que o melhor ainda poderá acontecer (mesmo que seja através dos meus filhos e meus alunos; os que efetivamente sempre deram um sentido especial para a minha vida). – Observei que o homem envelhece e a mulher desaba. Para os dois é crime; para a mulher é pena de morte. – A velhice possibilitou-me, muito mais do que escutar o que as pessoas dizem é observar o que elas fazem, tem significado e sinceridade. – Velho chato e insuportável é aquele que substituiu o sonho por lamentações. A juventude é marcada por equívocos; a fase adulta e o climatério por uma luta desigual; a velhice pelo lamento. – Não ligo mais para as pequenas coisas e para algumas grandes também. Só ligo para as coisas de elevado e significativo valor. O valor das pessoas e das coisas é o que representam para mim. Como me sinto quando estou com elas ou quando tenho as coisas. Preciso de pouco (que é tudo), apenas de Paz e Saúde (entende-se dinheiro para financiar a vida). – Não me permito mais me aborrecer por causa dos outros. – Eu sou um conjunto de entendimentos e ações que formam um pacote, gostar de mim significa gostar do pacote. Não gostar de mim não me faz rancoroso, apenas livre. – Faço questão de agradar as pessoas que têm representação para a minha vida. Disponho somente cuidar delas; com as demais quero apenas ser gentil. – Amigos foram aqueles que não se incomodaram com meus êxitos; os outros foram apenas colegas ocasionais e temporais. - Em todas as idades, foi na velhice que senti a presença de Deus mais perto (fui ateu). – A velhice é dura, triste, feia, fedida e dolorida, mesmo assim vale á pena o desafio de minimizar seus acontecimentos. Preciso recriar a vida. – Amar uma pessoa é ter coragem de envelhecer com ela, caso contrário só a instrumentalizou.
A maravilhosa oportunidade nesta fase ou próxima dela, é que os filhos vão embora de casa, mas chegam os netos; com eles vivemos uma realidade indescritível, a de podermos amar o fruto do nosso amor, a extensão da vida das nossas vidas, o filho dos nossos filhos. É uma segunda chance de sentirmos o cheiro de bebê e observarmos a casa bagunçada com os brinquedos espalhados pelo chão, e, um filhote de cachorro puxando as suas fraldas. Agora temos tempo e possibilidade de contemplarmos este evento, livres de maiores compromissos e responsabilidades. Esta é a ”melhor idade”, porque nos possibilita experimentarmos finalmente a liberdade sem culpas. É a idade que possibilita a libertação, de nos tornarmos livres de alguma(s) coisa(s), para a realização livre e plena de alguma(s) coisa(s).
Irresponsável é quem não aproveita o melhor que cada fase pode nos proporcionar (carinhosamente eu os chamo de tolos).
A importãncia do climatério e o processo de envelhecimento
Importantes reflexões e conclusões que a fase do climatério possibilita
Esta é a fase de maior duração na vida das pessoas. Pode durar de 25 á 29 anos conforme a cultura e amadurecimento de cada um. Este é o período das nossas maiores conquistas. É quando atingimos o máximo de nossas habilidades pessoais e profissionais. Este período é marcado pelo declínio gradativo de algumas das habilidades, com perdas sucessivas de algumas conquistas.
Características das necessidades de cada fase: - na infância é a proteção, da família e dos grupos sociais; - na adolescência é a iniciação, movidas pelo interesse da descoberta, da curiosidade e de pertencermos á algum grupo ou á alguma coisa; - quando adulto é a necessidade de organizar, a família, a vocação, a profissão, a carreira, o trabalho e o dinheiro para financiar a vida (tornamo-nos reféns das contas para pagar).
Estas fases parecem acontecer natural e rapidamente. De repente, de forma consciente ou não, a vida acontece. Entre os 35 e 40 anos de idade, começamos a ter uma relação mais próxima com a realidade. É o outono da vida, a idade da razão. Começamos amadurecer, a vida ganha uma cor diferente, torna-se mais saborosa, estamos nos enriquecendo de informações e novas sensações. Inclusive com o desconforto de não termos conseguido ser quem um dia projetamos ser. Diante desse fato, ou nos frustramos ou procuramos descobrir a pessoa interessante em que nos tornamos. Os cabelos tornam-se grisalhos, começamos ter dificuldades para leitura, o sair da cama torna-se mais difícil, e, surge uma vontade significativa de vivermos uma tarde tranqüila. Já percorremos a metade do caminho. Metade é o passado com recordações das experiências vividas. A outra metade, uma nova possibilidade, novos caminhos para percorrer, registrar para ensinar aos filhos e netos a maravilhosa arte de viver. É a descoberta de que sempre existe algo para ser feito.
Não sabemos muito bem como aqui chegamos, mas, devemos querer saber de como sairemos desta fase que é importante para determinarmos a “forma” que iremos viver na velhice.
Buscamos as respostas daquelas perguntas que surgiram desde a infância e que continuam nos inquietando, pela decorrência natural da simples existência humana. Porque e para que? Por quem e para quem? As instituições e as pessoas estão a serviço de quem?
Reflexões e conclusões:
- Para obtermos algo que desejamos e nunca tivemos (e seria importante tê-lo), devemos fazer coisas que nunca fizemos, e, que precisamos fazê-las com determinação para conquistá-lo.Não podemos ser eternos passageiros no “trem” da vida. Perder-se ás vezes, também pode ser um caminho, portanto, não desesperar jamais. – Que envelhecer será castigo ou dádiva conforme a dedicação e investimento que aplicarmos nas nossas vidas. Com conhecimento, devemos realizar nossas escolhas, dedicando o maior empenho apenas no que for considerado importante. - O que deverá nos acompanhar o resto das nossas vidas? O que mais nos emociona. - Que tipo de lembranças, queremos guardar? As nossas preferências pela música, livro, poesia, carta, mensagem, e-mail, fotos de viagens, de pessoas ou comemorações que queremos recordar. Façamos nossas escolhas e as guardemos; descartemos as demais. – Discutimos tanto o valor das amizades, embora não saibamos mais onde se encontram a maioria dos nossos amigos. O importante é termos bons amigos (aqueles que são capazes de aplaudir o nosso sucesso), que sejam em número suficiente (não em quantidade), mas, de amizade intensa (com qualidade). O que efetivamente fica registrado na vida das pessoas não é o que vivemos (nem sempre com quem vivemos) e sim como vivemos. – O momento é de balanço, de avaliarmos o que tem sido das nossas vidas, dos nossos amores, dos rancores, das tristezas, das alegrias, das frustrações, das conquistas, das derrotas, das ilusões, das realizações e das realidades. Que valores tiveram cada situação, o que deve ser mantido, superado, entendido, aprendido e eliminado. É preciso direcionar um sentido para a vida, ou manter o existente; o que não podemos é ficar com uma vida sem sentido. Não importa em que fase da vida nós estamos, este deve ser o começo de uma nova vida; ou uma forma de reencontrá-la e recriá-la. – A hora, esta unidade de marcar o tempo que delimita a nossa vida passa implacavelmente, precisamos nos apressar. Está na nossa mão o modo de como iremos viver o tempo que nos falta para completarmos a nossa existência. Vamos tentar ser feliz e fazermos os outros também felizes? – Batalhamos tanto para obtermos uma casa confortável para habitarmos (casa é tão importante que alguns animais carregam nas costas), mas, o que temos feito para construirmos um lar de convívio prazeroso? Nossa casa deve ser edificada com cimento, ferros e tijolos; servirá de abrigo e local onde as pessoas da família possam proteger-se do sol, da chuva e descansar. Servirá de sede para construirmos um lar, com princípios e valorização da pessoa, para que elas possam se fortalecer, sonharem e criarem condições de realizarem seus sonhos. Um cuidando das necessidades do outro. Casa é produto da utilização ordenada de material de construção. Lar é refúgio, é recomposição, é a segurança que se assemelha ao útero materno. É bom sairmos de casa para atendermos os compromissos, e voltarmos para a existência acolhedora de um lar, onde nos sentimos protegidos. – Climatério é o período de começarmos a nos livrarmos das culpas, para chegarmos à velhice sem culpas. É o momento ideal para descobrirmos que a velhice poderá ser uma boa fase, com realizações e satisfações. Velhice não é castigo, pode ser a fase de liberdade e libertação, onde o medo de envelhecer deve ser superado, com fatos reais e não por conveniência. – A necessidade de “desabafarmos”, como sentimos a sua importância na adolescência, tem grandes proporções no climatério e sua prática é benéfica; precisamos escolher quando, com quem e a forma. – Devemos promover com convicção e determinação a necessidade de praticarmos uma dieta adequada (hoje não faltam informações); escolher um estilo de vida, que nos permite vivermos com o mínimo possível de estresse, de dissabor, e, o máximo possível de prazeres (isto é um conjunto de hábitos saudáveis e atitudes conscientes); e, praticar atividade física regularmente (como uma simples caminhada diária, preferencialmente). – É aconselhável tomarmos decisões simples para problemas complexos. Temos que deixar de sermos indecisos e pessimistas. Não podemos viver só de aparências, a vida fica insuportável. Aceitar-se e aceitar os outros faz bem para a saúde emocional. Melhor ainda é descobrirmos e praticarmos nossos novos talentos ou daqueles que agora se manifestam mais claramente. – A preocupação e ocupação devem estar focadas na contemplação da saúde física, mental, social e financeira; colocando limites na relação com o dinheiro (que sempre será pouco), e, usufruí-lo conscientemente (tem gente que está tão preocupada em gastar dinheiro que nem usufrui; que valor ele tem?). – Muito mais do que trabalhar no que gostamos, é procurar gostar do que estamos fazendo. Temos que descobrir o valor positivo, sempre existente, das pessoas e das coisas; e, expressarmos esta valorização, mesmo sabendo da impossibilidade de eternizarmos nossos amores e tudo que nos encanta; nada é para sempre. - Devemos estabelecer metas possíveis de serem conquistadas e irmos à luta, sem almejarmos o estrelato. – Este é o período de aceitarmos formalmente os nossos defeitos e dos outros também. As pessoas se organizam em cima dos defeitos e nunca em cima das virtudes. Eliminarmos, sumariamente, os nossos defeitos e querermos que os outros eliminem os seus é como tirarmos o chão em que pisamos.
A maior descoberta que fiz no climatério foi que a decantada e almejada felicidade é apenas estar em paz. Felicidade não é um sentimento, é um “estado”. É um momento de ausência de conflitos. Não é fácil obtê-la, mas é possível. Nosso castigo é deixá-la escapar ou não vivê-la por não percebermos a sua simplicidade. Fizeram-me confundir felicidade com sentimentos fortes, como a alegria constante, a paixão duradoura, o amor eterno, o entusiasmo sempre presente, o êxito sem derrotas e o sucesso perene. Estes são apenas sentimentos que me atormentavam e provocavam inquietude ao meu coração, fazendo-me acreditar que felicidade existia apenas nas estórias e nos livros de auto-ajuda (que vendem a falsa idéia que a felicidade é uma possibilidade fácil de ser conquistada e que pode ser mantida).
Entendo com mais clareza as palavras de Clarice Lispector: “que medo alegre o de te esperar”. “não tenho tempo para mais nada... estar feliz me consome”.
Observemos o que dizem os provérbios hindus: “o bem que fizemos na véspera é o que nos traz felicidade pela manhã”. “coração que está em paz vê uma festa em todas s aldeias”
Esta é a fase de maior duração na vida das pessoas. Pode durar de 25 á 29 anos conforme a cultura e amadurecimento de cada um. Este é o período das nossas maiores conquistas. É quando atingimos o máximo de nossas habilidades pessoais e profissionais. Este período é marcado pelo declínio gradativo de algumas das habilidades, com perdas sucessivas de algumas conquistas.
Características das necessidades de cada fase: - na infância é a proteção, da família e dos grupos sociais; - na adolescência é a iniciação, movidas pelo interesse da descoberta, da curiosidade e de pertencermos á algum grupo ou á alguma coisa; - quando adulto é a necessidade de organizar, a família, a vocação, a profissão, a carreira, o trabalho e o dinheiro para financiar a vida (tornamo-nos reféns das contas para pagar).
Estas fases parecem acontecer natural e rapidamente. De repente, de forma consciente ou não, a vida acontece. Entre os 35 e 40 anos de idade, começamos a ter uma relação mais próxima com a realidade. É o outono da vida, a idade da razão. Começamos amadurecer, a vida ganha uma cor diferente, torna-se mais saborosa, estamos nos enriquecendo de informações e novas sensações. Inclusive com o desconforto de não termos conseguido ser quem um dia projetamos ser. Diante desse fato, ou nos frustramos ou procuramos descobrir a pessoa interessante em que nos tornamos. Os cabelos tornam-se grisalhos, começamos ter dificuldades para leitura, o sair da cama torna-se mais difícil, e, surge uma vontade significativa de vivermos uma tarde tranqüila. Já percorremos a metade do caminho. Metade é o passado com recordações das experiências vividas. A outra metade, uma nova possibilidade, novos caminhos para percorrer, registrar para ensinar aos filhos e netos a maravilhosa arte de viver. É a descoberta de que sempre existe algo para ser feito.
Não sabemos muito bem como aqui chegamos, mas, devemos querer saber de como sairemos desta fase que é importante para determinarmos a “forma” que iremos viver na velhice.
Buscamos as respostas daquelas perguntas que surgiram desde a infância e que continuam nos inquietando, pela decorrência natural da simples existência humana. Porque e para que? Por quem e para quem? As instituições e as pessoas estão a serviço de quem?
Reflexões e conclusões:
- Para obtermos algo que desejamos e nunca tivemos (e seria importante tê-lo), devemos fazer coisas que nunca fizemos, e, que precisamos fazê-las com determinação para conquistá-lo.Não podemos ser eternos passageiros no “trem” da vida. Perder-se ás vezes, também pode ser um caminho, portanto, não desesperar jamais. – Que envelhecer será castigo ou dádiva conforme a dedicação e investimento que aplicarmos nas nossas vidas. Com conhecimento, devemos realizar nossas escolhas, dedicando o maior empenho apenas no que for considerado importante. - O que deverá nos acompanhar o resto das nossas vidas? O que mais nos emociona. - Que tipo de lembranças, queremos guardar? As nossas preferências pela música, livro, poesia, carta, mensagem, e-mail, fotos de viagens, de pessoas ou comemorações que queremos recordar. Façamos nossas escolhas e as guardemos; descartemos as demais. – Discutimos tanto o valor das amizades, embora não saibamos mais onde se encontram a maioria dos nossos amigos. O importante é termos bons amigos (aqueles que são capazes de aplaudir o nosso sucesso), que sejam em número suficiente (não em quantidade), mas, de amizade intensa (com qualidade). O que efetivamente fica registrado na vida das pessoas não é o que vivemos (nem sempre com quem vivemos) e sim como vivemos. – O momento é de balanço, de avaliarmos o que tem sido das nossas vidas, dos nossos amores, dos rancores, das tristezas, das alegrias, das frustrações, das conquistas, das derrotas, das ilusões, das realizações e das realidades. Que valores tiveram cada situação, o que deve ser mantido, superado, entendido, aprendido e eliminado. É preciso direcionar um sentido para a vida, ou manter o existente; o que não podemos é ficar com uma vida sem sentido. Não importa em que fase da vida nós estamos, este deve ser o começo de uma nova vida; ou uma forma de reencontrá-la e recriá-la. – A hora, esta unidade de marcar o tempo que delimita a nossa vida passa implacavelmente, precisamos nos apressar. Está na nossa mão o modo de como iremos viver o tempo que nos falta para completarmos a nossa existência. Vamos tentar ser feliz e fazermos os outros também felizes? – Batalhamos tanto para obtermos uma casa confortável para habitarmos (casa é tão importante que alguns animais carregam nas costas), mas, o que temos feito para construirmos um lar de convívio prazeroso? Nossa casa deve ser edificada com cimento, ferros e tijolos; servirá de abrigo e local onde as pessoas da família possam proteger-se do sol, da chuva e descansar. Servirá de sede para construirmos um lar, com princípios e valorização da pessoa, para que elas possam se fortalecer, sonharem e criarem condições de realizarem seus sonhos. Um cuidando das necessidades do outro. Casa é produto da utilização ordenada de material de construção. Lar é refúgio, é recomposição, é a segurança que se assemelha ao útero materno. É bom sairmos de casa para atendermos os compromissos, e voltarmos para a existência acolhedora de um lar, onde nos sentimos protegidos. – Climatério é o período de começarmos a nos livrarmos das culpas, para chegarmos à velhice sem culpas. É o momento ideal para descobrirmos que a velhice poderá ser uma boa fase, com realizações e satisfações. Velhice não é castigo, pode ser a fase de liberdade e libertação, onde o medo de envelhecer deve ser superado, com fatos reais e não por conveniência. – A necessidade de “desabafarmos”, como sentimos a sua importância na adolescência, tem grandes proporções no climatério e sua prática é benéfica; precisamos escolher quando, com quem e a forma. – Devemos promover com convicção e determinação a necessidade de praticarmos uma dieta adequada (hoje não faltam informações); escolher um estilo de vida, que nos permite vivermos com o mínimo possível de estresse, de dissabor, e, o máximo possível de prazeres (isto é um conjunto de hábitos saudáveis e atitudes conscientes); e, praticar atividade física regularmente (como uma simples caminhada diária, preferencialmente). – É aconselhável tomarmos decisões simples para problemas complexos. Temos que deixar de sermos indecisos e pessimistas. Não podemos viver só de aparências, a vida fica insuportável. Aceitar-se e aceitar os outros faz bem para a saúde emocional. Melhor ainda é descobrirmos e praticarmos nossos novos talentos ou daqueles que agora se manifestam mais claramente. – A preocupação e ocupação devem estar focadas na contemplação da saúde física, mental, social e financeira; colocando limites na relação com o dinheiro (que sempre será pouco), e, usufruí-lo conscientemente (tem gente que está tão preocupada em gastar dinheiro que nem usufrui; que valor ele tem?). – Muito mais do que trabalhar no que gostamos, é procurar gostar do que estamos fazendo. Temos que descobrir o valor positivo, sempre existente, das pessoas e das coisas; e, expressarmos esta valorização, mesmo sabendo da impossibilidade de eternizarmos nossos amores e tudo que nos encanta; nada é para sempre. - Devemos estabelecer metas possíveis de serem conquistadas e irmos à luta, sem almejarmos o estrelato. – Este é o período de aceitarmos formalmente os nossos defeitos e dos outros também. As pessoas se organizam em cima dos defeitos e nunca em cima das virtudes. Eliminarmos, sumariamente, os nossos defeitos e querermos que os outros eliminem os seus é como tirarmos o chão em que pisamos.
A maior descoberta que fiz no climatério foi que a decantada e almejada felicidade é apenas estar em paz. Felicidade não é um sentimento, é um “estado”. É um momento de ausência de conflitos. Não é fácil obtê-la, mas é possível. Nosso castigo é deixá-la escapar ou não vivê-la por não percebermos a sua simplicidade. Fizeram-me confundir felicidade com sentimentos fortes, como a alegria constante, a paixão duradoura, o amor eterno, o entusiasmo sempre presente, o êxito sem derrotas e o sucesso perene. Estes são apenas sentimentos que me atormentavam e provocavam inquietude ao meu coração, fazendo-me acreditar que felicidade existia apenas nas estórias e nos livros de auto-ajuda (que vendem a falsa idéia que a felicidade é uma possibilidade fácil de ser conquistada e que pode ser mantida).
Entendo com mais clareza as palavras de Clarice Lispector: “que medo alegre o de te esperar”. “não tenho tempo para mais nada... estar feliz me consome”.
Observemos o que dizem os provérbios hindus: “o bem que fizemos na véspera é o que nos traz felicidade pela manhã”. “coração que está em paz vê uma festa em todas s aldeias”
Fases da vida: Climatério e Processo de Envelhecimento
CLIMATÉRIO
Este é um período importante nas nossas vidas. É o momento ideal para construirmos um saber que nos será muito útil se na velhice soubermos fazer o bom uso dele.
É necessário considerarmos: as condições de como chegamos nesta fase; as transformações que nela ocorrerão; as conseqüências orgânicas, psíquicas e sociais, que poderão gerar na fase futura (a velhice) e como será possível vivê-la.
Algumas literaturas referem que este período ocorre, aproximadamente, entre 35 e 55 anos de idade. Outras fazem referência entre 39 até os 65 anos (para os países desenvolvidos) e até 60 anos (para os países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos).
Os períodos que compõe as fases de vida das pessoas são caracterizados por fenômenos anatômicos, fisiológicos, mentais e comportamentais. Estes fenômenos são específicos em cada fase, marcando as nossas vidas desde a concepção até a morte natural; passando pelas fases do nascimento, do desenvolvimento, da existência e do processo de velhice. Recebem eles nomes diferentes e são atribuídas diferentes idades para os mesmos períodos, conforme o local, a cultura e a forma de entender o ser humano. É lamentável, isto gera confusão e seguramente prejuízos. Procuro ter como referência os valores identificados e descritos pela Organização Mundial da Saúde.
Mais importante do que a exatidão das idades é o conhecimento das transformações que acontecem nesses períodos.
O climatério foi meu objeto de estudo prioritário. Talvez seja aquele em que vivi de maneira mais consciente. Fomos crianças que logo nos tornamos adolescentes. Dormimos adolescentes e acordamos adultos. Ao chegar aos 40 anos percebi com clareza que, por mais que o dia pareça longo, o tempo de vida é curto. De repente vivia a crise da meia-idade. Vários trabalhos científicos com o tema “Climatério” foram por mim sugeridos e realizados pelos meus alunos. Acredito existir poucas literaturas confiáveis sobre o assunto.Sem informação adequada dificulta o bom entendimento.
Este é um período caracterizado por significativas alterações e transformações bio-psico-sociais. Merecem cuidados especiais na conquista de vivermos o melhor possível, acrescentando qualidade às nossas vidas. Temos a expectativa de vivermos bem uma longa vida. Mas, como consegui-la? O climatério é o preâmbulo da velhice, fase importante no processo de envelhecimento e suas conquistas.
Conceitos antigos e desprovidos do real conhecimento revelavam que as pessoas ficavam velhas, por isso adoeciam (velhice era sinônimo de doença). Hoje sabemos que as pessoas adoecem e por isso ficam velhas. As principais doenças que interferem no processo do envelhecimento são as doenças crônicas (hipertensão, diabetes, obesidade, arteriosclerose, osteoartrose, doenças cárdio-circulatórias e respiratórias de maneira geral).
A velhice é dura, triste, feia, fedida e dolorida. O que devemos fazer para não sê-la ou ter seus efeitos deletérios minimizados (ser menos dura, menos feia, menos triste, menos dolorida, menos fedida)?
Considerando que começamos a envelhecer no dia em que nascemos (com exceção do incrível caso de Benjamin Button), o climatério é a época que devemos atuar, sistematicamente, na promoção da saúde e prevenção dessas doenças de difícil tratamento quando já instaladas. Neste período, as células do nosso organismo não têm mais a capacidade reprodutiva desejada e necessária para nos mantermos adultos jovens, possibilitando o funcionamento ideal das funções orgânicas (podemos considerar que a vida é também o conjunto das funções que resistem a morte), portanto, devemos colaborar para que o conjunto dos nossos órgãos, chamado de organismo, possam exercer as suas funções apenas com as dificuldades naturais, sem prejudicarmos mais as suas ações. Precisamos respeitar nosso corpo e nossa mente, promovendo: uma dieta adequada/ um estilo de vida compatível com nossas necessidades e realidades/ praticar atividade física.
Algumas pessoas, leigas ou profissionais da saúde, confundem climatério com menopausa. Climatério é um período (como já vimos); menopausa é uma data (o dia da interrupção da menstruação, pois, a palavra “meno” quer dizer “menstruação” e a palavra “pausa” quer dizer “interrupção”). Homens e mulheres têm climatério. A mulher tem menopausa. O homem não tem andropausa (homem idoso poderá fecundar óvulo e gerar nova vida?). Estudam-se nos homens, fenômenos semelhantes aos da TPM da mulher. Dizer que a mulher está entrando na menopausa e tratando da menopausa é um equívoco, não se trata uma data. A menopausa é um fenômeno que ocorre no climatério. Entra-se e trata-se o climatério. Merece cuidados especiais.
Nossas vidas são reguladas pela ação dos hormônios, influenciando a tríade de toda existência: o pensar, o agir e o sentir. Não somos apenas um processo de oxidação e combustão, mas, somos super sensíveis às alterações humorais. Nosso comportamento influencia nossa vida social e de emoções. A atividade física orientada possibilita a elaboração dos hormônios e uma reposição natural; é fundamental a avaliação médica periódica.
Lamento que a confusão de terminologia e datas dos períodos de vida e a falta de informações necessárias, possibilitando à cada pessoa entender e intervir neste processo, com conhecimento e de forma adequada, impedem de vivermos melhor. Algumas mulheres aguardam a menopausa para atuarem, tardiamente, nos efeitos marcantes desta fase. Perdemos tempo e oportunidades para promovermos a saúde, prevenirmos algumas doenças crônicas e diminuirmos os efeitos por elas ocasionados. Ás vezes o “estrago” já está processado. As mulheres são as mais prejudicadas pelos efeitos deletérios do climatério. O ideal é que quanto mais próximo dos 35 anos de idade, procurem ajuda de profissionais especializados. O processo de envelhecimento deve ser o mais natural possível.
Temos o hábito de classificarmos as pessoas e os sintomas em grupos. Cometemos erros. Podemos nos deparar com classificações por sub-períodos, como: Pré-menopausa; Peri-menopausa; Menopausa (propriamente dito); Pós-menopausa. Já é sabido que menopausa é uma data incluída num grande período, chamado de climatério. Algumas citações falam em: Climatério Inicial (dos 35 aos 45 anos); Menopausa (dos 46 aos 51 anos; pois 90 % das mulheres têm a menstruação interrompida neste período); Climatério Final (dos 52 aos 65 ou 60 dependendo da condição de desenvolvimento do país).
Independente dos diferentes critérios de classificação e considerações, destaca-se que o climatério é um período longo, complexo e difícil. É importante, devido necessidade de informações e esclarecimentos, uma educação consciente, para que o conhecimento gerado possibilite a participação de cada pessoa no processo. As mulheres, mais do que os homens, se desejam viver bem devem promover com disciplina, a Saúde Preventiva da Senelidade Feminina.
Precisamos considerar que o ser humano, além de determinista e fatalista, também é reducionista, pois limita a sua preocupação com relação à saúde da mulher (em qualquer sociedade dependemos essencialmente das suas ações), ocupando-se apenas com os exames de mama, do útero e da vagina. Mulher é uma pessoa, é muito mais do que um objeto para satisfazer os desejos dos seus parceiros. Cuide-se mulher! Climatério é o nome científico de um período que descreve a transição entre a maior capacidade de uma fase reprodutiva para a fase senil. Menopausa deve representar apenas um incomodo á menos.
Fica um convite aos profissionais da saúde: “preparem-se para colaborarem com a vida humana, permitindo que cada pessoa possa viver melhor uma longa vida. Mais importante do que vivermos um tempo maior é vivermos melhor, desfrutando por um bom tempo os prazeres que a vida pode nos oferecer.
Com o avançar da idade o ser humano perde vínculos. Adquirirmos novos vínculos na velhice é quase que impossível. O climatério é o tempo de construção de novos vínculos para recriarmos a vida. A conquista de uma velhice saudável é conseqüência do que e do quanto investimos nesta fase. Não importam quais sejam os nossos hábitos, mas, seremos escravos deles. Porque não sê-lo de bons hábitos? Apenas um hábito novo substitui um hábito velho. Nesta fase podemos incorporar hábitos saudáveis que irão substituir os indesejáveis, e, mantermos os bons hábitos existentes (a formação de hábitos adequados deve ser o mais cedo possível).
Em cada fase das nossas vidas ocorrem inquietações e transtornos específicos que caracterizam o período. Este é um longo período em nossas vidas onde desconfortos significativos ocorrem, potencializados por outros que trazemos das fases anteriores. Nesta fase ocorre a “Crise da Meia-Idade”, com uma maneira peculiar de “pensar/agir/sentir a vida”. O tempo nos afasta da realidade e proteção da infância, da adolescência e até do adulto jovem; colocando-nos diante de novas situações, sensações e realidades.
Esta crise é uma mistura amarga de apreensão, negativismo, medo, tumulto, culpa. Os iniciadores desta crise podem ser: - carreira não realizada ou escolha errada da profissão; - sensação de fracasso na vida profissional por não termos conseguido o sucesso desejado e ajuntar dinheiro como gostaríamos; - problemas no casamento; com o tempo as relações sofrem um desgaste natural (caso não tenhamos usado estratégias profiláticas convenientes); - afastamento das pessoas, parecendo que a família é composta por pessoas estranhas; - surgimento de alguns desejos inapropriados e tentação de aventuras extra-conjugais; - a relação com os filhos fica mais complicada, devido ter adolescentes na composição familiar, filhos crescidos que se afastam do lar, chegada de um novo filho (não programado e acreditava-se já definida a composição familiar); nova composição familiar com a presença de noras e genros; - perda natural do exercício da maternidade e paternidade, e, síndrome do ninho vazio; - desconforto pela idade e ocorrência de doenças; - medo do envelhecimento devido alterações hormonais e espoliação orgânica; - organização familiar conforme doença dos pais e falecimento.
Sintomas ocasionados pela crise: - ansiedade descontrolada; - frustração; - falta de propósito ou perda do sentido para a vida, esta sem direção; - sensação de isolamento, pois, amigos se distanciaram, filhos foram organizar suas famílias, foram estudar ou trabalhar fora, - separação do casal; - mudanças de paradigmas; não pensamos e agimos mais como antes, as circunstâncias são outras; - sensação de inutilidade; - desejo sexual decadente ou exagerado, luxúria; - temor de assuntos financeiros; - reconhecimento da universalidade do envelhecimento; - muito cansaço, fadiga constante; - pena de si mesmo; - revisão de valores e rebeldia com relação á situações que aceitava anteriormente; - presença do sentimento de desistência, vontade de desistir de tudo, e, perdendo a iniciativa; - depressão, com sensação de vazio e emocionalmente deprimido; - tédio, mesmo com relação às coisas que antes eram estimulantes e davam prazer; - intolerante, com coisas que antes tolerava com facilidade; - desesperança, independente do que se possa fazer, a situação não vai melhorar; - emotivo, chora com mais facilidade; - sensação que vai explodir devido pressão interna, com ameaça de uma crise nervosa.
Estes são alguns sinais, indicadores e sintomas, podendo ocorrer exatamente desta forma ou com pequenas variações. A existência de mais de um potencializam seus efeitos. Entraremos na velhice carregando essas sensações, que precisam ser mudadas. Os fatos irão sobrepor-se.
A velhice é um tempo que só ocorrem perdas ou também existem ganhos? As perdas são conhecidas e sempre reveladas. Os ganhos são poucos, precisam ser descobertos e valorizados. Com conhecimento e atitudes, poderemos desfrutar de muitos prazeres na velhice. Para algumas pessoas este período é chamado da “melhor idade”. Para mim procuro torná-la uma “boa idade”, com isso já me sinto realizado.
“viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar velho e pensar no passado, poderá obter prazer uma segunda vez” – Dalai Lama.
Este é um período importante nas nossas vidas. É o momento ideal para construirmos um saber que nos será muito útil se na velhice soubermos fazer o bom uso dele.
É necessário considerarmos: as condições de como chegamos nesta fase; as transformações que nela ocorrerão; as conseqüências orgânicas, psíquicas e sociais, que poderão gerar na fase futura (a velhice) e como será possível vivê-la.
Algumas literaturas referem que este período ocorre, aproximadamente, entre 35 e 55 anos de idade. Outras fazem referência entre 39 até os 65 anos (para os países desenvolvidos) e até 60 anos (para os países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos).
Os períodos que compõe as fases de vida das pessoas são caracterizados por fenômenos anatômicos, fisiológicos, mentais e comportamentais. Estes fenômenos são específicos em cada fase, marcando as nossas vidas desde a concepção até a morte natural; passando pelas fases do nascimento, do desenvolvimento, da existência e do processo de velhice. Recebem eles nomes diferentes e são atribuídas diferentes idades para os mesmos períodos, conforme o local, a cultura e a forma de entender o ser humano. É lamentável, isto gera confusão e seguramente prejuízos. Procuro ter como referência os valores identificados e descritos pela Organização Mundial da Saúde.
Mais importante do que a exatidão das idades é o conhecimento das transformações que acontecem nesses períodos.
O climatério foi meu objeto de estudo prioritário. Talvez seja aquele em que vivi de maneira mais consciente. Fomos crianças que logo nos tornamos adolescentes. Dormimos adolescentes e acordamos adultos. Ao chegar aos 40 anos percebi com clareza que, por mais que o dia pareça longo, o tempo de vida é curto. De repente vivia a crise da meia-idade. Vários trabalhos científicos com o tema “Climatério” foram por mim sugeridos e realizados pelos meus alunos. Acredito existir poucas literaturas confiáveis sobre o assunto.Sem informação adequada dificulta o bom entendimento.
Este é um período caracterizado por significativas alterações e transformações bio-psico-sociais. Merecem cuidados especiais na conquista de vivermos o melhor possível, acrescentando qualidade às nossas vidas. Temos a expectativa de vivermos bem uma longa vida. Mas, como consegui-la? O climatério é o preâmbulo da velhice, fase importante no processo de envelhecimento e suas conquistas.
Conceitos antigos e desprovidos do real conhecimento revelavam que as pessoas ficavam velhas, por isso adoeciam (velhice era sinônimo de doença). Hoje sabemos que as pessoas adoecem e por isso ficam velhas. As principais doenças que interferem no processo do envelhecimento são as doenças crônicas (hipertensão, diabetes, obesidade, arteriosclerose, osteoartrose, doenças cárdio-circulatórias e respiratórias de maneira geral).
A velhice é dura, triste, feia, fedida e dolorida. O que devemos fazer para não sê-la ou ter seus efeitos deletérios minimizados (ser menos dura, menos feia, menos triste, menos dolorida, menos fedida)?
Considerando que começamos a envelhecer no dia em que nascemos (com exceção do incrível caso de Benjamin Button), o climatério é a época que devemos atuar, sistematicamente, na promoção da saúde e prevenção dessas doenças de difícil tratamento quando já instaladas. Neste período, as células do nosso organismo não têm mais a capacidade reprodutiva desejada e necessária para nos mantermos adultos jovens, possibilitando o funcionamento ideal das funções orgânicas (podemos considerar que a vida é também o conjunto das funções que resistem a morte), portanto, devemos colaborar para que o conjunto dos nossos órgãos, chamado de organismo, possam exercer as suas funções apenas com as dificuldades naturais, sem prejudicarmos mais as suas ações. Precisamos respeitar nosso corpo e nossa mente, promovendo: uma dieta adequada/ um estilo de vida compatível com nossas necessidades e realidades/ praticar atividade física.
Algumas pessoas, leigas ou profissionais da saúde, confundem climatério com menopausa. Climatério é um período (como já vimos); menopausa é uma data (o dia da interrupção da menstruação, pois, a palavra “meno” quer dizer “menstruação” e a palavra “pausa” quer dizer “interrupção”). Homens e mulheres têm climatério. A mulher tem menopausa. O homem não tem andropausa (homem idoso poderá fecundar óvulo e gerar nova vida?). Estudam-se nos homens, fenômenos semelhantes aos da TPM da mulher. Dizer que a mulher está entrando na menopausa e tratando da menopausa é um equívoco, não se trata uma data. A menopausa é um fenômeno que ocorre no climatério. Entra-se e trata-se o climatério. Merece cuidados especiais.
Nossas vidas são reguladas pela ação dos hormônios, influenciando a tríade de toda existência: o pensar, o agir e o sentir. Não somos apenas um processo de oxidação e combustão, mas, somos super sensíveis às alterações humorais. Nosso comportamento influencia nossa vida social e de emoções. A atividade física orientada possibilita a elaboração dos hormônios e uma reposição natural; é fundamental a avaliação médica periódica.
Lamento que a confusão de terminologia e datas dos períodos de vida e a falta de informações necessárias, possibilitando à cada pessoa entender e intervir neste processo, com conhecimento e de forma adequada, impedem de vivermos melhor. Algumas mulheres aguardam a menopausa para atuarem, tardiamente, nos efeitos marcantes desta fase. Perdemos tempo e oportunidades para promovermos a saúde, prevenirmos algumas doenças crônicas e diminuirmos os efeitos por elas ocasionados. Ás vezes o “estrago” já está processado. As mulheres são as mais prejudicadas pelos efeitos deletérios do climatério. O ideal é que quanto mais próximo dos 35 anos de idade, procurem ajuda de profissionais especializados. O processo de envelhecimento deve ser o mais natural possível.
Temos o hábito de classificarmos as pessoas e os sintomas em grupos. Cometemos erros. Podemos nos deparar com classificações por sub-períodos, como: Pré-menopausa; Peri-menopausa; Menopausa (propriamente dito); Pós-menopausa. Já é sabido que menopausa é uma data incluída num grande período, chamado de climatério. Algumas citações falam em: Climatério Inicial (dos 35 aos 45 anos); Menopausa (dos 46 aos 51 anos; pois 90 % das mulheres têm a menstruação interrompida neste período); Climatério Final (dos 52 aos 65 ou 60 dependendo da condição de desenvolvimento do país).
Independente dos diferentes critérios de classificação e considerações, destaca-se que o climatério é um período longo, complexo e difícil. É importante, devido necessidade de informações e esclarecimentos, uma educação consciente, para que o conhecimento gerado possibilite a participação de cada pessoa no processo. As mulheres, mais do que os homens, se desejam viver bem devem promover com disciplina, a Saúde Preventiva da Senelidade Feminina.
Precisamos considerar que o ser humano, além de determinista e fatalista, também é reducionista, pois limita a sua preocupação com relação à saúde da mulher (em qualquer sociedade dependemos essencialmente das suas ações), ocupando-se apenas com os exames de mama, do útero e da vagina. Mulher é uma pessoa, é muito mais do que um objeto para satisfazer os desejos dos seus parceiros. Cuide-se mulher! Climatério é o nome científico de um período que descreve a transição entre a maior capacidade de uma fase reprodutiva para a fase senil. Menopausa deve representar apenas um incomodo á menos.
Fica um convite aos profissionais da saúde: “preparem-se para colaborarem com a vida humana, permitindo que cada pessoa possa viver melhor uma longa vida. Mais importante do que vivermos um tempo maior é vivermos melhor, desfrutando por um bom tempo os prazeres que a vida pode nos oferecer.
Com o avançar da idade o ser humano perde vínculos. Adquirirmos novos vínculos na velhice é quase que impossível. O climatério é o tempo de construção de novos vínculos para recriarmos a vida. A conquista de uma velhice saudável é conseqüência do que e do quanto investimos nesta fase. Não importam quais sejam os nossos hábitos, mas, seremos escravos deles. Porque não sê-lo de bons hábitos? Apenas um hábito novo substitui um hábito velho. Nesta fase podemos incorporar hábitos saudáveis que irão substituir os indesejáveis, e, mantermos os bons hábitos existentes (a formação de hábitos adequados deve ser o mais cedo possível).
Em cada fase das nossas vidas ocorrem inquietações e transtornos específicos que caracterizam o período. Este é um longo período em nossas vidas onde desconfortos significativos ocorrem, potencializados por outros que trazemos das fases anteriores. Nesta fase ocorre a “Crise da Meia-Idade”, com uma maneira peculiar de “pensar/agir/sentir a vida”. O tempo nos afasta da realidade e proteção da infância, da adolescência e até do adulto jovem; colocando-nos diante de novas situações, sensações e realidades.
Esta crise é uma mistura amarga de apreensão, negativismo, medo, tumulto, culpa. Os iniciadores desta crise podem ser: - carreira não realizada ou escolha errada da profissão; - sensação de fracasso na vida profissional por não termos conseguido o sucesso desejado e ajuntar dinheiro como gostaríamos; - problemas no casamento; com o tempo as relações sofrem um desgaste natural (caso não tenhamos usado estratégias profiláticas convenientes); - afastamento das pessoas, parecendo que a família é composta por pessoas estranhas; - surgimento de alguns desejos inapropriados e tentação de aventuras extra-conjugais; - a relação com os filhos fica mais complicada, devido ter adolescentes na composição familiar, filhos crescidos que se afastam do lar, chegada de um novo filho (não programado e acreditava-se já definida a composição familiar); nova composição familiar com a presença de noras e genros; - perda natural do exercício da maternidade e paternidade, e, síndrome do ninho vazio; - desconforto pela idade e ocorrência de doenças; - medo do envelhecimento devido alterações hormonais e espoliação orgânica; - organização familiar conforme doença dos pais e falecimento.
Sintomas ocasionados pela crise: - ansiedade descontrolada; - frustração; - falta de propósito ou perda do sentido para a vida, esta sem direção; - sensação de isolamento, pois, amigos se distanciaram, filhos foram organizar suas famílias, foram estudar ou trabalhar fora, - separação do casal; - mudanças de paradigmas; não pensamos e agimos mais como antes, as circunstâncias são outras; - sensação de inutilidade; - desejo sexual decadente ou exagerado, luxúria; - temor de assuntos financeiros; - reconhecimento da universalidade do envelhecimento; - muito cansaço, fadiga constante; - pena de si mesmo; - revisão de valores e rebeldia com relação á situações que aceitava anteriormente; - presença do sentimento de desistência, vontade de desistir de tudo, e, perdendo a iniciativa; - depressão, com sensação de vazio e emocionalmente deprimido; - tédio, mesmo com relação às coisas que antes eram estimulantes e davam prazer; - intolerante, com coisas que antes tolerava com facilidade; - desesperança, independente do que se possa fazer, a situação não vai melhorar; - emotivo, chora com mais facilidade; - sensação que vai explodir devido pressão interna, com ameaça de uma crise nervosa.
Estes são alguns sinais, indicadores e sintomas, podendo ocorrer exatamente desta forma ou com pequenas variações. A existência de mais de um potencializam seus efeitos. Entraremos na velhice carregando essas sensações, que precisam ser mudadas. Os fatos irão sobrepor-se.
A velhice é um tempo que só ocorrem perdas ou também existem ganhos? As perdas são conhecidas e sempre reveladas. Os ganhos são poucos, precisam ser descobertos e valorizados. Com conhecimento e atitudes, poderemos desfrutar de muitos prazeres na velhice. Para algumas pessoas este período é chamado da “melhor idade”. Para mim procuro torná-la uma “boa idade”, com isso já me sinto realizado.
“viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar velho e pensar no passado, poderá obter prazer uma segunda vez” – Dalai Lama.
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