É impossível sermos os mesmos....sempre!
Viver é administrar... administrar é escolher prioridades... conforme a situação e circunstâncias.
A vida nos obriga á fazer escolhas...não fazer escolha é uma maneira de escolher... como viver.
Oscilamos entre uma conduta determinada por uma ética igualitária ou uma ética de descriminação social e religiosa. Os nossos dias serão contemplados por uma estética romântica ou de indiferença diante dos sentimentos. Nossa ideologia política é democrática ou autoritária. Estaremos envolvidos aos apegos e necessidades humanas ou a preocupação com a tecnologia nos possibilita sermos inumanos. Conseguiremos amar a natureza ou apenas utilizar os seus recursos.
As escolhas determinam o personagem que iremos representar na sociedade, o que nos obriga á significativas reflexões em nossos propósitos e atitudes.
Mais importante do que os simples ganhos em compreensão, é o conhecimento que cada um deve ter sobre si mesmo, e, se possível dos outros também, principalmente com quem convivemos e nos interessa conhecer.
É excelente a sensação de liberdade e a busca pela conquista que nos possibilita vivermos melhor, e colaborar com os outros.
Cada um á seu modo, irá construir a sua identidade e os meios que possibilitam obter conhecimento real dos fatos. Mais com sabedoria do que inteligência intelectual, para compreender á luz da razão o que herdamos como mistérios.
Precisamos identificar algumas necessidades básicas que necessitam ser atendidas ou racionalizadas, com maior ou menor angústia, com maior ou menor sofrimento, mas, sempre com transtornos, pois, a vida implica em sofrimento.
Temos dificuldade em ficarmos sozinho e queremos ser compreendidos, respeitados e amados (a única coisa em comum que existe em todas as religiões é a palavra e o sentimento AMOR). Não queremos morrer e perder as pessoas que amamos, é difícil elaborar o luto e nos conscientizarmos com as perdas. Essa real possibilidade nos frustra. É exatamente isto, que ás vezes, nos atormenta, reconhecendo que tudo na vida te um fim.
Para vivermos bem, livremente, com alegria e generosidade, precisamos como princípio vencer “os medos” decorrentes da manifestação de angústia do que vamos viver, pois, sabemos que nem sempre é possível reverter ás conseqüências: dos eventos naturais, como a morte; e a do produto das nossas ações, pois, seremos responsabilizados por elas.
Seguir em frente é a ordem e solução, difícil de ser executada.
“É preciso, antes de tudo, expulsar e destruir esse medo do Aquerodonte (o rio dos infernos) que, penetrando até o fundo do nosso ser, envenena a vida humana, colore todas as coisas do negror da morte e não deixa subsistir nenhum prazer límpido e puro”...Sobre a Natureza das Coisas (Lucrécio), copiado do livro de Luc Ferry (Aprender a Viver).
Considerando o fato de sermos mortais e o medo, sempre, se fazer presente, sugere-se:
- os deuses não devem ser temidos (o julgamento é dos homens, tão imperfeitos quanto nós);
- a morte não deve amedrontar (é um fenômeno natural cujo mistério é apenas deixar de existir, pelo menos nesta forma);
- as coisas boas não são impossíveis de conquistar (dependem da vontade e determinação);
- as coisas ruins, como as boas, são temporárias (não é difícil de suportar);
- o sucesso é possível para todas as pessoas (considerando sucesso a forma livre de viver, com alegria, nos aceitando como somos e o que temos como bens materiais).
O medo nos impede de vivermos bem, gerando angústia.
Outro corruptor da boa existência é a dificuldade de viver e nos beneficiarmos do momento em curso. Oscilamos entre o passado e o futuro. Vivemos entre a nostalgia e a esperança, entre o arrependimento e o projeto. Temos facilidade para considerarmos que o tempo de ontem era melhor do que o presente, e, que quando “tivermos algo” ou “estivermos com alguém”, será melhor do que o “aqui” e “agora”. Temos facilidade para relacionar o prazer com uma condição (se estivesse de férias...se fosse promovido no trabalho... se tivesse uma casa grande e um carro novo.....). Lamentamos o passado ou projetamos a realização para o futuro (que nem sempre virá ou será como planejamos).
A preocupação dos filósofos, nas diferentes épocas, foi pensar no viver melhor e morrer naturalmente.
Será hoje diferente? Como conseguir? Fé cega ou razão? Religião ou Filosofia? Será melhor tudo ignorar? Deixa a vida me levar...vida leva eu...para aonde...como?
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