“Morrer que me importa? O diabo é deixar de viver”....Mario Quintana
As circunstâncias possibilitam que pessoas “passem “a fazer parte das nossas vidas. Mas, é a atitude delas que determina a permanência. O valor de uma pessoa depende do que nos representa, de quem conseguimos ser na relação, pois, sempre nos revelamos no outro. Sinto saudades de tudo que me foi importante e agradeço a Deus por terem existido. Amei a todos, com ou sem razão, ama-se pelo que o amor tem de indefinível. Cada pessoa foi única, ninguém consegue ser do jeito da pessoa que se ama. Existem diferentes formas de amar.
Uma noite, sem dormir, devido emoção como produto do sentimento e prazer da minha vida, rodou um filme na imaginação, com os principais personagens. Pessoas que conheci, entraram na minha vida e ficaram, e, como posseiros se alojaram no meu coração. Rostos inconfundíveis, maravilhosos, de gestos marcantes. Pessoas que fizeram parte nas diferentes fases da vida.
Da minha infância querida às perdas naturais da velhice. O elenco é numeroso e complexo. São expositores do meu passado, construtores de histórias e representam toda riqueza do meu patrimônio.
Recordo com emoção cada etapa da vida, até das primeiras namoradas, aquelas que nunca souberam que as namorei. Lembro com carinho especial, as delícias do convívio com a família com meus alunos e amigos. A vida é invenção e aventura, revelação e conquista, buscando uma identidade no “digno em ser” .... “ser pessoa”.
O tempo muda e com ele as situações. Novas pessoas surgem em cada fase, sem jamais substituir as outras; não há superposição e nem exclusão. Cada uma tem o seu feudo emocional. Família, parentes, amigos do colégio, casamento, filhos (a alegria de proporcionar e cuidar de uma nova vida), alunos, colegas de trabalho e profissão, grupo social...
É bárbaro!!! Enquanto passava o filme, não senti tristeza e nem mágoa, nem sequer vergonha por ter prejudicado alguém ou ser prejudicado. As cenas são limpas, com o sentimento forte de gratidão; o perdão já havia se manifestado em tempo oportuno. Meu momento é de alegria pela realização, por compreender e ser compreendido, por respeitar e ser respeitado, e, por amar e ser amado.
Coisas e palavras sangram pela mesma ferida. O desejo pela conquista do prazer é manifestação da alma.
Entrei no mundo chorando e o deixo em paz. Não dá mais para seguir em frente. Saem deste mundo: eu e o adolescente que sempre fui, de mãos dadas, sem nos envergonharmos.
Morrer, o que importa? Se o mistério da morte é deixar de viver.
Sergio Mingrone
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