quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O outro eu

Em mim também existe uma tristeza que vem ao meu encontro, experimentando uma lágrima, saída dos olhos que não te vêem; escuto em silêncio o clamor do coração que não te sente, e meus lábios anunciam a vontade de um beijo, que sem ele não existirei.
Horas de silêncio, de enlevo e de amor, não me decepciono com o desgosto deste momento; a frustração deste amor não se compara ao desencanto, de quem não se envolve para não sofrer.
As alegrias são intensas e necessárias; as tristezas são profundas e inevitáveis; não posso impedir que os pássaros que carregam “pensamentos” em suas asas, pousem na minha cabeça influenciando os meus sentimentos, mas posso impedir que façam moradia no meu coração.
A despedida pode ser um momento de ansiedade, com abraços á se lamentarem, pois, os corações se separam e viverão de saudades, como a que eu sinto de você. Tristeza de saudades é um muro alto que separa dois jardins; o que realmente vale é o que está dentro de cada um.
Vivo um vazio interior gerado pelo silencio desta tristeza, fruto de um amor impossível; passo suavemente as minhas mãos sobre a minha cabeça, com mãos firmes e serenas, delicadamente, revelando neste simples gesto, o amor que por você eu sempre dediquei, afeto real que nasceu um dia, junto com a incerteza: ”saber que te quero sem conseguir ter”.
Raramente sou triste assim, estou cansado. Mas este eu, também sou eu. Melancólico: “melancolia é a forma romântica de manifestar a tristeza”, é o estado que me permito estar para revelar o choro da minha alma, e um coração que nunca deixou de se expressar, sinceramente.
O que devo fazer neste momento de sofrimento, quando esta saudade do que não tive me atormenta? Se não souber esquecer nunca estarei livre desta tristeza: sentimentos são inevitáveis, viver em função deles é uma opção.
Parte de mim sente falta do teu sorriso; o outro eu... do meu sorriso também, trago lembranças simples, coisas de um homem que ama uma mulher.
Parte de mim faz o melhor por você; o outro eu... por mim mesmo também, não espero nada dos outros, visito o meu interior e sinto-me bem.
Parte de mim sabe que só é feliz quem um dia já foi triste; o outro eu...sempre aguarda o que virá, acreditando que existe um lugar onde os sonhos perdidos vão parar, um dia se encontrarão e com paixão poderão viver.
Metade de mim é tristeza...outra metade desejo; parte de mim é realidade... o outro eu esperança; metade de mim é lembrança...a outra metade melancolia; uma parte de mim ainda te ama...o outro eu também !

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