domingo, 12 de maio de 2013

A necessidade de dispormos emocionalmente de um tempo...para fazer o que desejarmos...mesmo que não seja nada

“Descobrir exatamente o que não aconteceu nem vai acontecer é um privilégio inestimável de todo homem culto e talentoso”. Todo ser humano precisa de um pouco de banalidade para contrabalançar a seriedade do dia a dia. Alguns assistem a programas esportivos - não há nada mais sem fundamento do que comentários sobre futebol - falam do óbvio ou do absurdo; outros acompanham novelas ilógicas ou programas de fofocas que vivem de criar e vender informações; outros leem qualquer coisa que lhes cai nas mãos – de preferência sobre mistérios. É um exercício saudável ignorar por um dia as notícias que nos deprimem e nos entregarmos a assuntos banais, nem que sejam para postar qualquer coisa nas mídias sociais, frutos de fatos ou sensações reais ou imaginárias. Temos que nos distrair numa manhã ou tarde de domingo preguiçoso. De vez em quando é bom poder relaxar sem carregar nenhum fardo, dispondo emocionalmente de um tempo, tirando férias, mesmo que temporária, da seriedade e do senso comum. Lembrando as palavras de Ferreira Goular: “A vida é uma invenção”, temos então que inventar e construir situações agradáveis, ou pelo menos mais leves, para suportar a simples realidade e transtornos do dia a dia. Esse é o nosso maior desafio, transformar os momentos de natural e espontânea tristeza em alegria, mesmo que efêmera e circunstancial. Às vezes, ignorar o que tem acontecido e pode acontecer, substituindo por momentos de imediato prazer, é uma significativa estratégia.

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