terça-feira, 7 de maio de 2013
Pudesse eu entrar no coração das pessoas, não para fazer uma leitura dos seus desejos e imaginar o seu universo - isto seria invasão - mas, para plantar uma pequena semente, do pequeno tamanho da semente de mostarda que gera uma árvore que produz intensamente, sobre o DESPERTAR para uma nova vida, formando uma nova consciência. Como propuseram Sócrates, Buda e Jesus Cristo, sem imposições e sem estratégias de convencimento, e sim como consequência iniciada com a vocação interior.
O despertar interior é o resultado, positivo, de mudanças de consciência sobre a vida, com um olhar realista, sem fantasias e ilusões desnecessárias e manipulativas para aliviar os conflitos do cotidiano sobre a própria existência. Implica numa mudança de atitudes, para sentir a vida de forma livre e contemplando outros prazeres, que não sejam apenas os imediatos produzidos pelo consumo e, as conquistas temporárias e ocasionais.
Em qualquer tempo, todas as pessoas, podem mudar o foco principal de interesses. “Foco”, esta é a palavra que produz energias transformadoras, e, “falta de foco” é o que caracteriza o momento atual da maioria das pessoas, ou a existência de interesses inconfessáveis e impublicáveis.
Aldous Huxley dissertava sobre o “Admirável Mundo Novo”. Não acredito num movimento social para produzir bens coletivos, o egoísmo humano não nos possibilita desejar o bem para a outra pessoa, a não ser para os evoluídos espiritualmente (não falo de nenhuma religião ou doutrina), e sim, os mais plenos de amor e sanidade.
O despertar para uma nova consciência, sobre as relações pessoais e com o mundo, é um movimento único que produz momentos maravilhosos.
A transformação para uma nova realidade, depende de mudanças de valores em cada pessoa, as vezes até radical. Não existe um modelo pasteurizado e universal.
Esta aventura, para atingir um ponto de satisfação e sem retorno, é nos livrarmos do controle do ego, a fonte de todo sofrimento humano. O ego é manipulador e com censura tendenciosa, nos incapacitando para percebermos os transtornos que causamos aos outros e principalmente a nós mesmos. A principal estratégia do ego é corromper as relações interpessoais e intrapessoal, nos mantendo isolados dos outros e de nós mesmos – somos estranhos, inclusive nem sempre nos conhecemos.
Estamos em busca de respostas sem sabermos quais são as perguntas. A mais importante é: Quem sou eu? E depois: De que maneira posso e quero existir?
Essa questão Sócrates e seu discípulo Platão, falam sobre a importância da inscrição no templo de Apolo em Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”.
Buda pregava a importância do despertar interior e Cristo falava sobre o significado em descobrirmos e nos revelarmos sobre o milagre da vida, o divino que existe no coração de cada pessoa, capaz de nos tornarmos o templo do Espirito de Deus, como seres completos e protagonistas da própria história.
A essência humana tem condições, de assim desejarmos e realizarmos, de promover as transformações necessárias para cada um construir um mundo novo, para si mesmo e influenciar as pessoas com que convivemos, para viver harmonicamente com tudo que existe no planeta, mesmo diante de tanta insanidade, corrupção, violência, mentiras, profanações sobre o patrimônio moral e financeiro das sociedades.
Vivemos e deixaremos como legado para os nossos descendentes paradigmas existências com padrões mentais destrutivos, baseados em egos superlativos – vaidade das vaidades...é tudo vaidade.
Estamos condicionados a pensamentos mentais e atitudes sociais que não nos libertam e nem geram consistentes satisfações, tendo que fabricar ilusões e inventar sensações.
Segundo Eckhart Tolle, o ego é constituído de pensamentos, emoções, identificação com bens, opiniões, aparência física, ressentimentos, conceitos de superioridade e inferioridade. Sua força motivadora é uma incessante necessidade de aparecer, de dominar, de obter atenção e de experimentar uma sensação de isolamentos por meio da oposição dos outros.
O despertar para uma nova consciência para construir um mundo novo para si mesmo, só é possível através do reconhecimento consciente desses aspectos nocivos do ego. Enquanto a consciência não se manifestar, permaneceremos dominados por eles, causando e perpetuando insatisfações e sofrimento.
E. Tolle lembra-nos que a consciência é o poder oculto que existe no momento presente. E o propósito supremo da nossa existência é disseminar esse poder para outras pessoas. Não podemos lutar contra o ego e vencer, assim como não conseguimos combater a escuridão. A luz da consciência é tudo de que precisamos. E nós somos essa luz.
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