terça-feira, 19 de novembro de 2013

A vida que estamos vivendo, é, realmente, a que queremos?

Alguns a descrevem como uma fase de transição, mesmo não sabendo ao certo, de onde viemos e nem para aonde estamos indo. Enfim, existe um significativo movimento nas sociedades, independente da cultura e do lugar. O mundo está um caos e, a maioria das pessoas prefere ignorar, acreditando que o melhor é não saber. A situação exige, conscientemente, uma renovação de atitudes para mudarmos o SISTEMA – é ele que sempre nos impõe normas e costumes. Cada um deve escolher o próprio caminho e a forma como chegar, mas, é fundamental existir um ponto de chegada, um novo SISTEMA, para influenciar as novas ações na nova forma de viver, contemplando as necessidades básicas do ser humano: SER COMPREENDIDO, SER RESPEITADO, SER VALORIZADO COMO PESSOA. E não apenas como meio produtivo, instrumentalizado, a serviço do dinheiro, para manter o atual SISTEMA, baseado, unicamente, na economia que nos diz: “não importa como, mas...faça dinheiro”. A Ética atual na sociedade é destruidora e desprezível. Escuto pessoas falarem e leio nas redes sociais, palavras de ordem, que considero consoladoras, porém impedem ou limitam a ação transformadora que a realidade exige: “não se preocupe, espere as mudanças, tenha fé, tudo vai mudar, pois Deus está no comando de todas as coisas no mundo”. As mudanças que desejamos somente cada um de nós é que pode e deve realizar. Somos passageiros na vida ou protagonistas da própria história? Somos pessoas ou marionetes? Quem dirige o mundo atual é o SISTEMA que privilegia a ECONOMIA. Estamos sendo incentivados a pratica do sexo como obtenção constante de prazer (não que não seja, mas não podemos transformar as instituições em prostíbulos e todas as relações como possibilidade única de orgasmos). Torna-se comum a utilização do poder do cargo, que ocupamos, em benefício próprio e não da sociedade (esquecendo que o poder não é da pessoa e sim do cargo, para beneficiar o coletivo). Hoje, consideramos apenas a importância do lucro, como principal objetivo, independente da forma de obtê-lo (se não conseguir fazer dinheiro, conquiste-o de outra maneira, furtando, enganando, roubando de quem tem). Estamos vivendo um tempo que nos obriga DESPERTAR. As soluções e respostas à este tempo são individuais, nunca serão coletivas. Estávamos indiferentes enquanto a desgraça morava ao lado, era apenas nossa vizinha. Agora invade as nossas casas e destrói as nossas esperanças. Somos herdeiros da corrupção e descendentes do terror. Fazendo cara de paisagem, bonita e forçadamente alegre, para nos enganarmos, fingindo que está tudo bem. A vida que estamos vivendo, não nos possibilita mais nos mantermos inconscientes da realidade - com manipulações de informações e vestidos com fantasias. Tornar-se consciente, significa despertar o poder interior, capaz de promover as transformações necessárias, para, além de VIVERMOS MAIS, principalmente VIVERMOS BEM, sem precisar ignorar ou maquiar as verdades. Temos que resolver as questões que nos prejudicam, como: a corrupção e a necessidade de versarmos com mentiras para manipular convenientemente os fatos. É fundamental entender que uma sociedade não pode viver eternamente numa economia baseada apenas no consumo. Temos que acabar com a má gestão do dinheiro público e começar priorizar o que é realmente importante. Vivemos numa sociedade antiética que não valoriza educação, saúde, moradia e segurança. Como transformar as pessoas, consequentemente a sociedade, sem uma educação de qualidade, sem estabelecer uma relação produtiva de valoração do professor e do aluno? Para que falar em Constituição, chamada de Cidadã, se não é respeitada nem pelo poder público? Como fazer justiça num Sistema Judiciário fraco, político e venal? As Instituições cumprem com as suas funções ou são apenas um balcão de negócios? Do que adianta conquistar o mérito se a sociedade não o reconhece e muito menos o valoriza? Qual tem sido a contribuição de cada pessoa para vivermos em harmonia? Ou isto não é possível nesta vida? Será que Deus e os nossos protetores espirituais nos abandonaram? Qual o motivo de existir tanta miséria e fome, tantos crimes e catástrofes, tantas injustiças e desigualdades? Será que fomos expulsos do paraíso e ele foi destruído pelos deuses ou líderes espirituais? Por que nos perdemos e não mais conseguimos achar o melhor caminho? Qual a imagem que cada um tem de si mesmo e dos Institutos? Temos que iniciar uma NOVA JORNADA, ou vamos esperar para viver a justiça apenas em outras vidas? E se o mistério da morte for apenas deixar de viver? É tudo visionário, NINGUÉM consegue provar nada e, misturam-se as realidades com as ficções. A única certeza que podemos ter é a existência deste momento e projetarmos um possível futuro, neste plano e forma de vida. Parece que por existir várias verdades, a verdade é que não existe verdade nenhuma. Para a elaboração de uma NOVA JORNADA, devemos ser motivados pela compreensão da realidade e a tomada consciente das decisões, tendo como objetivo principal: a construção de um mundo melhor. Para isso é preciso investir na qualidade das pessoas na forma de pensar e agir, para todos se sentirem num mundo melhor, com a responsabilidade de deixarmos uma boa herança para os nossos descendentes. Temos que reagir, pois, as experiências que estamos vivendo nos revelam que estamos caminhando para o abismo de valores, desprezando a Ética que deveria estimular e fortalecer a vida - a nossa maior riqueza e que temos obrigação de zelar. Nunca sabemos o que poderá nos acontecer enquanto dormimos e mais ainda quando estamos acordados, ir ou chegar aonde precisamos é uma aventura ou terror, sem controle, emocionados pelo medo de viver e de morrer. O que nos diz a voz do coração e o clamor da alma? Temos que ouvir, interpretar e realizar. Temos que utilizar todo conhecimento sobre o comportamento do ser humano, principalmente as suas intenções. Sabemos hoje, que as pessoas não são, necessariamente, nossas inimigas, mas, não são nossas amigas. Cada um está interessado apenas em si mesmo. O individualismo e egoísmo sem limites nos impede da realização do trabalho coletivo e nos faz esquecer que quanto melhor for para o coletivo, melhor será para todos e cada um de nós. Até mesmo por egoísmo (sentimento natural em todas as pessoas), deveríamos desejar e estimular o sucesso dos outros e eles o nosso. Não pode ser visto como pecado mortal o bem estar da outra pessoa. É prudente sabermos que é fundamental a realização de uma faxina geral, iniciando-se conosco mesmo, para possibilitar nascer uma nova pessoa, capaz de reconhecer o que existe de animal em si mesmo, mas, principalmente, descobrir e revelar, a porção divina que também existe no nosso interior, para realizarmos os movimentos que desejamos e que poderão nos possibilitar viver em liberdade (de muito complexos e das principais angústias) e conquistar o bem estar (a partir desta vida, considerando como se fosse a única ou, a vida em forma de oportunidade que pode capacitar o nosso aprimoramento para outras vidas). Temos que entender que o MUNDO NOVO não é um presente é uma conquista - pessoal influenciando o coletivo. Esta nossa ação, como consequência, poderá tornar possível a faxina nos principais setores, como: nos governantes e nas instituições político-administrativas, no comércio, na indústria, nas prestadoras de serviço, nas igrejas e religiões, no sistema educacional e de saúde, na polícia, na segurança e na justiça, nas instituições financeiras e na maldita ação dos lobistas, que são sempre os corruptores de uma sociedade que tem pré-disposição para ser corrompida, na esperança de viver uma vida de luxos e facilidades, acreditando na impunidade. É simples: melhorando a pessoa, melhoramos a sociedade. As pessoas que ocupam as funções públicas e privadas são pessoas comuns, como qualquer uma e egressas dos grupos sociais. Nós, não fazemos as mudanças, por que não acreditamos que possam acontecer, ou, por que não queremos? É mais fácil “deixar para lá”, cada um criando o mecanismo de racionalização que melhor lhe convém e justificar a sua falta de interesse em ser um agente transformador. Assim, continuando a fazer as mesmas coisas, iremos obter resultados cada vez pior, cada um trabalhando para manter o sistema, que nem conhecemos, mas, por sensações vividas nem gostamos. Quase tudo está cada vez pior. O mundo jaz na mão do maligno: O Sistema Econômico. Deixamos, por conveniência ou por crença, que um mundo próspero, com equilíbrio e paz, só é possível em outra dimensão. Interessante como as pessoas são parecidas, temos as mesmas necessidades e desejos (sendo religiosos ou não), mas, não conseguimos ser honestos, uns com os outros. Nos tornamos especialistas em enganar, sem coragem de dizer “não sei” ou “não me sinto preparado para...”. É impossível criarmos um mundo compartilhado? Um Sistema que podemos aprender juntos (uns com os outros, considerando sempre a realidade), exercitando a compreensão e praticando o respeito mútuo? Se não conseguimos ou não queremos, estamos, então, destinados a viver e morrer num mundo administrado por um sistema que tem como único objetivo o lucro e cada vez mais lucro. Seguimos as leis do mercado e da economia: “fazer dinheiro, sempre e cada vez mais, não importa como”. Escrevi há pouco tempo: “Os ensinamentos e pensamentos políticos do homem Jesus Cristo”. Mesmo os não cristãos, em função da sua etnia e cultura, ouviram dizer que Cristo expulsou os “mercenários” do templo, porque eles destroem o mundo, prejudicam a vida de todos, inclusive dos filhos de seus filhos, transformando as pessoas da sociedade em alienados da realidade e consumidores desajustados. Hoje, todas as pessoas usam as outras pessoas. Somos predadores e presas diárias do próprio sistema: “devorando aos poucos alguém” e sendo “devorado aos poucos por alguém”. E, juntos nutrimos o sistema, trabalhando para um mundo caótico e marginal. Salvo algumas condições especiais, de voluntariado ou de plena dedicação ao serviço do próximo, entendendo a profissão e a vida como missão. Jesus Cristo, também acabou com os dogmas religiosos e destruiu os templos de adoração a Deus (criando um templo de adoração no coração de cada pessoa). Destruiu os templos por serem prejudiciais, pois, fortaleciam os dogmas econômicos (são as pessoas que dizem ter poder - que nós acreditamos - que controlam a economia). Hoje, pessoas e nações, escravizam e matam, roubam e furtam, vandalizam e saqueiam os recursos dos outros, os naturais ou construídos com honra e trabalho. Ao nascer, chegamos ao mundo como dádiva, no ponto de partida na vida, mas, fomos, gradativamente, nos transformando em cada fase, até nos separamos do divino, acreditando, apenas no Deus para ser adorado num templo ou numa condição muito distante de nós. Sendo este Deus, ou interlocutores de deus, uma energia, que ao mesmo tempo, percorre todos os lugares, escuta ou percebe as necessidades de todas as pessoas, que devem ser atendidas ou justificadas, o tempo todo. Como pode ser isso? A criação e interpretação de quantos mistérios, cada vez com mistérios mais complexos, são necessários para justificarmos os mistérios? Os mistérios só podem ser desfeitos com o conhecimento. Observa-se que o número de mistérios relaciona-se com o tamanho de ignorância de uma sociedade. Com interpretações diferentes do mesmo fato, até para a mesma pessoa conforme a ocasião. Que pena, temos desprezamos a natureza divina que existe em nós – lembrando apenas da natureza animal. Assim, muito pouco ou quase nada, acreditamos em nós mesmos. Como não sabemos aonde “colocar as nossas esperanças,” (para não mais nos atormentarmos), as colocamos, afastados de nós mesmos, e por garantia, a deixamos num local imensurável e inviolável, mesmo que discutível. O importante é acreditar, não importa no que ou em quem, porque nos tranquiliza no momento, sendo a dúvida sempre adiada. Parece que o mistério é mais ponderável e tranquilizador do que a realidade. Assim, nos convencemos e nos preservamos protegidos por escudos e mantos imateriais. Será impossível ou apenas difícil: (1) de PERDOARMOS o passado; (2) de RESPIRARMOS TRANQUILAMENTE, expirando profundamente para eliminarmos os gases tóxicos que nos hipnotizam e, inspirar com alegria, um oxigênio livre e renovador; (3) de nos PERGUNTARMOS: como queremos existir e poderemos viver? (4) Assim podermos CONSTRUIR UM MUNDO NOVO, nem que seja para si mesmo? O mundo novo deve ser influenciado por várias ondas contagiantes, como: a alegria, o desejo em ser útil,. a vontade em aprender lições de integração, colocar-se no lugar do outro, experimentar os opostos e unir os diferentes, contemplar a verdade e a justiça, promover a harmonia e a paz. O novo mundo não é um presente, é uma oportunidade do Criador, para realizarmos, com ações cooperativas, a criação e organização de um novo estilo de vida, sem esquecer a porção animal que possuímos, mas, utilizando, prioritariamente, a porção divina, que tanto temos esquecido e nos foi conferida como o único milagre que temos certeza absoluta de sua existência: o milagre da vida. Vivemos num mundo reconhecidamente doente e cada pessoa, deve curar a própria vida, transformando-a para a alegria do Criador e da criatura, da natureza e do ser humano. Disse Guimarães Rosa: “Viver é muito perigoso”. Por causa dos desafios e de nada sabermos do futuro. Viver é a criação do inédito para alguns, para outros apenas a representação de papéis já determinados em outras dimensões. Mesmo dizendo “Deus é quem sabe” a vida de cada um não é dádiva como ponto de chegada, ela é construída, não havendo prêmios e nem castigos, apenas consequências. Temos que acolher os perigos e enfrenta-los, sem nos escondermos para fugir dos desafios, alguns surgem espontaneamente e outros vamos buscar. A nossa jornada é determinada nos eventos cotidianos. Portanto, interpretando as palavras de Guimarães Rosa, os perigos da vida são n potencializam quando nos recusamos enfrentar os desafios. O nosso lenitivo é saber que: a natureza, a nossa porção divina, sempre nos preservará e nos tornaremos vencedores, pois, nascemos para conquistar.

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